Petrobras vai investir R$ 240 mi em nuvem só em 2023

Valor supera os R$ 172 milhões investidos em 2022. Empresa criou centro de competência exclusivo para projetos em cloud computing

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4:15 pm - 04 de abril de 2023
Marcelo Carreras, Petrobras, IT Forum Trancoso Marcelo Carreras. Foto: Vivian Fernández, Divulgação

A Petrobras anunciou nessa terça (4) que vai aumentar o investimento feito em computação em nuvem ao longo de 2023. Segundo a empresa, o valor previsto para gastos em nuvem esse ano é de R$ 240 milhões, superando os R$ 172 milhões gastos em 2022.

Segundo a estatal, trata-se de uma tendência mundial, e o uso de computação em nuvem é capaz de acelerar a implantação de outras tecnologias – incluindo terminais virtuais, plataformas de dados e recursos de machine learning. Por isso a empresa criou, há um ano, um Centro de Competência de Computação em Nuvem (CCC), que já entregou mais de 80 soluções e viabilizou a atualização de sistema de gestão que interliga processos da empresa.

A empresa diz que o centro contribui para habilitar tecnologias para a transformação digital dos negócios e ampliar a eficiência operacional, a velocidade para ganhar escala e a competividade da estatal de óleo e gás, ao mesmo tempo em que reduz custos. A elasticidade da nuvem também permite a adequação a diferentes projetos.

“Quanto mais uma solução depende de tecnologias de ponta, como inteligência artificial e machine learning, mais vantagens ela terá pelo desenvolvimento em nuvem, uma vez que esse é o ambiente onde as novas tecnologias são implementadas primeiro e evoluem com maior agilidade”, explica o gerente executivo de TIC da companhia, Marcelo Carreras.

Carreras explica que a Petrobras possui data centers próprios desde antes das ofertas de nuvens públicas em hiperescala, mas que agora há em curso uma jornada de migração de workloads específicas, normalmente com aplicações características do negócio. “A Petrobras já começou o uso da nuvem para soluções de TIC corporativas, aplicações contábeis, de RH etc., com o objetivo de manter nos data centers próprios as aplicações científicas, como é o caso da Computação de Alto Desempenho (HPC), que processa dados para as atividades de exploração e produção”, diz.

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Para ele, a atualização do novo sistema de gestão SAP, concluída pela Petrobras em 2022, é um exemplo das potencialidades da nuvem. A empresa concluiu, no ano passado, a migração do sistema integrado de gestão da SAP para uma versão mais moderna e totalmente em nuvem – o SAP S/4HANA.

“Esse sistema envolve grande parte das aplicações que fazem parte do nosso dia a dia e foi a maior migração do gênero feita na América Latina e uma das maiores no mundo. O projeto seguiu as previsões de prazo e custo, com ganhos de agilidade e eficiência”, analisa.

Desde a implantação o ERP da Petrobras processa pagamentos nacionais e internacionais da ordem de R$ 5 bilhões por dia, e recebeu mais de 72 mil propostas de fornecedores em processos de contratação. Também emitiu cerca de 5 mil notas fiscais por dia. A previsão é que essas mudanças de sistema tragam ganhos de produtividade para companhia, com um retorno esperado de mais de US$ 190 milhões até 2025.

Petrobras multicloud

Para ter acesso à nuvem, a Petrobras utiliza uma abordagem multi-cloud, ou seja, contrata serviços de mais de um provedor – mais especificamente Microsoft e Amazon Web Services (AWS). Segundo a empresa, os dois fornecedores garantem redundância caso caso haja problemas com um deles.

Segundo Carreras, o modelo de nuvem da estatal é definido com base em critérios técnicos e avaliações financeiras. A política fornece aos usuários da nuvem fluxo de decisão que orienta a escolha do ambiente de nuvem para determinado trabalho.

“Trata-se de um movimento estruturado, aderente à nossa estratégia de TIC”, diz Carreras.

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