Cristina Cestari: ‘É difícil ter uma área de inovação bem-sucedida em empresas que têm carga da cultura do erro’

CIO da Volkswagen e CIO do Hospital Sírio-Libanês palestram no IT Forum Trancoso sobre inovação com impacto nas pessoas

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6:56 pm - 02 de maio de 2024
Cristina Cestari, CIO da Volkswagen (Imagem: IT Forum/ Playpbrasil)

Uma CIO da indústria automobilística e um CIO da área de saúde se reúnem em uma sala para discutir sobre inovação. Essa foi a proposta do painel “Inovação com foco não só em resultados, mas em impacto nas pessoas”, no IT Forum Trancoso 2024.

A abertura da conversa foi feita por Bruna Bomfim, gerente de Inteligência & Estudos do IT Forum, que dividiu com o público alguns dos resultados da pesquisa “Antes da TI, a Estratégia”. Entre eles, o dado que revela que 55% dos CIOs dizem que o processo de gestão a inovação de sua empresa é maduro, estruturado e amplamente difundido na organização, e possui métricas determinadas para medir os resultados.

Além disso, 79% dizem que existem profissionais dedicados exclusivamente à inovação dentro da empresa e 81% afirmam ter um time de desenvolvimento interno dedicado à inovação.

Entretanto, para Cristina Cestari, CIO da Volkswagen, ainda que se fale muito da área de TI como protagonista, se a inovação não tiver no DNA e na cultura da empresa, fica muito difícil inovar. Nesses casos, áreas de inovação podem ser vistas por outras áreas como quem planeja muito, tem muitas ideias, mas nem sempre as executa.

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“É muito difícil ter uma área de inovação muito bem-sucedida em empresas que ainda têm muita carga da cultura do erro, as empresas mais tradicionais”, salienta Cristina.

Ailton Brandão, CIO do Hospital Sírio-Libanês, conta que o processo de inovação é mais complexo em um hospital – já que o erro não pode existir. Mas frisa que não há nada mais transformador do que implementar de maneira profunda as práticas ágeis.

Ailton Brandão, CIO do Hospital Sírio-LibanêsAilton Brandão, CIO do Hospital Sírio-Libanês (Imagem: IT Forum/ Playpbrasil)

“Quando você consegue fazer um bom treinamento, colocar as regras, e as pessoas abraçam e conseguem mudar sua forma de trabalho, os projetos dão mais certo. E, nos projetos que dão certo, você não consegue dizer quem é a pessoa de TI e a pessoa de negócio”, afirma ele.

Cristina salienta que todo o mundo está em crescimento exponencial de tecnologia e que seu maior desafio, como líder de TI, é fazer a ponte entre gerações. “Ser a ponte dessa transformação. Porque a gente tem que ter a habilidade de fazer a conexão entre uma liderança tradicional e uma geração nova que vai levar a inovação e uma forma de trabalhar diferente.”

Ser essa ponte é uma oportunidade de ser, também, um time mais diverso. De acordo com Brandão, a diversidade é um tempero bastante importante. Isso vale para questão racial, orientação sexual e diversidade etária. “Misturar pessoas em times causa um efeito muito forte e importante”, comenta.

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Laura Martins

Jornalista com mais de dez anos de atuação na cobertura de tecnologia. É a quarta jornalista de tecnologia mais admirada no Brasil, pelo prêmio “Os +Admirados da Imprensa de Tecnologia 2022” e tem a experiência de contribuições para o The Verge.

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