O que a nuvem do Google tem a ver com sustentabilidade?

Executivos do Google Cloud demonstram relação crescente entre portfólio da empresa e os esforços de sustentabilidade em diversos setores

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2:13 pm - 04 de abril de 2023
Patrícia Florissi, Google Cloud Patrícia Florissi. Foto: Divulgação

Falar de data center, dados e cloud soa paradoxal quando associado à sustentabilidade. A verdade, contudo, é que os temas estão intimamente ligados e a nuvem atua com uma grande aliada e impulsionadora da jornada rumo a uma sociedade mais verde.

Se antes para agregar recursos computacionais em uma estrutura a empresa precisava comprar capacidade e depois corria o risco de ficar com uma estrutura ociosa e que geraria não só custos extras, como também mais processamento, com a nuvem o cenário mudou completamente. Não é preciso ‘comprar e descomprar’ tecnologias, usando e pagando somente pelo uso.

“Vamos pensar, por exemplo, na Black Friday, uma data importante que demanda alta capacidade computacional. Era necessário comprar equipamentos. Com a nuvem, só usa o que é preciso”, lembrou Marco Bravo, head do Google Cloud Brasil, em conversa com jornalistas em Belém, no Pará*.

Com a tecnologia, prossegue ele, o Google aloca o que o cliente precisa no momento ideal para ele. “A nuvem tem capacidade onipresente. Tem muito a ver com sustentabilidade para resolver grandes problemas computacionais”, comenta.

Outro quesito que fortalece o discurso da nuvem para a sustentabilidade, segundo o executivo, é o lado de que a cloud tem também um viés social, por ser uma tecnologia democrática, podendo prover capacidade computacional das pequenas às grandes. “Temos programas sociais e provemos acesso para pessoas mexerem e se desenvolvem socialmente de forma incrível.”

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Há ainda o fator governança, uma vez que a nuvem fortalece a proteção das estruturas. Essa visão de segurança frágil, tão questionada nos primeiros dias da cloud, quando ainda se duvidava da sua possibilidade superior de proteção, ficou para trás.

Nuvem como produto

Bravo apontou que o Google decidiu trabalhar com a nuvem como produto primeiro para viabilizar seus desenvolvimentos e, depois, oferecer aos seus clientes, uma inovação de dentro para fora.

Sem a nuvem, o tão adorado buscador Google não existiria hoje, garante ele. Na visão de Patrícia Florissi, diretora de tecnologia do Google Cloud, esse é diferencial do Google. “Nós criamos a infraestrutura porque precisávamos processar quantidades impensáveis de dados”, observa ela.

Como a necessidade é a mãe da invenção, o Google passou a não só disponibilizar a nuvem, mas encontrar formas de ter uma cloud totalmente sustentável. “Nossos clientes querem usar a cloud sustentável, querem ter transparência, e fazer escolhas inteligentes”, pontua Patrícia.

Mas, para ela ser viável em escala global, a preocupação com energia é grande. “Por isso, começamos de forma pioneira a investir em eficiência energética”, conta Bravo.

Google rumo à sustentabilidade

Bravo lembrou que em 2007, o Google se tornou a primeira grande empresa carbono neutra. Dez anos depois, em 2017, passou a ser primeira grande empresa a equiparar seu uso de energia com energia 100% renovável.

Mais recentemente, em 2020, o Google eliminou todo o seu legado de CO2 ao comprar compensações de alta qualidade suficientes para compensar todas as emissões operacionais anteriores a 2007. Ainda em 2020, a empresa definiu a meta de administrar seus negócios com energia livre de carbono em todos os lugares, em todos os momentos, até 2030, tendo sido o primeiro provedor de nuvem a assumir esse compromisso, segundo Bravo.

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Além disso, reforçou o executivo, o Google desenvolveu algoritmos de inteligência artificial para remanejar cargas de trabalho em função de reduzir custos quando não se tem energia limpa para operar. Em média, um data center do Google usa 50% menos energia do que um data center típico e oferece cinco vezes mais capacidade de computação do que há cinco anos.

Segundo ele, o Google Cloud é ainda o primeiro provedor de nuvem a lançar uma pontuação Carbon-free Energy (CFE) e a região da nuvem de São Paulo opera com pontuação CFE de 78%, a melhor do mundo, tendo o compromisso de chegar em 2030 a 100%.

Inovação em produto 

Maia Mau, diretora de Marketing para América Latina do Google, observa que desde quando o Google começou a olhar com mais cuidado para energia limpa, há um compromisso com seus produtos em prol da sustentabilidade. É uma demanda também latente do mercado e dos seus clientes, que não pode ser ignorada.

A executivo apresentou diversos exemplos de como o tema faz parte dos produtos do Google, como quando, ao procurar no Google por mudanças climáticas, é possível acessar um painel em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU) com informações corretas sobre o tema. No Google Maps de São Paulo, por exemplo, é possível visualizar rotas para bicicletas. Ao procurar por voos, o Google mostra ainda os que gastam menos carbono.

Já o Carbon Sense permite aos usuários visualizar o painel da pegada de carbono, facilitando o acesso das equipes de sustentabilidade ou o desenvolvimento de relatórios. É possível ter acesso a relatório personalizado, onde os clientes conseguem entender suas emissões de carbono associadas ao uso do Google Cloud Platform.

E no TraceMark, plataforma data-driven, companhias entendem o impacto do fornecimento de um determinado material no meio ambiente e nas comunidades locais, além de avaliar as decisões de supply chain com base no risco ambiental e no potencial de exploração.

*A jornalista viajou a convite do Google

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