Mais da metade das gigantes digitais na América Latina tem perfil B2B, diz F5

Perfil mais voltado a outros negócios muda dinâmicas na adoção de tecnologias e nos desafios dos CIOs

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9:42 am - 25 de outubro de 2022

As empresas mais avançadas digitalmente na América Latina possuem um perfil B2B, revelou pesquisa da F5. O estudo ouviu 117 CIOs e CISOs de grandes empresas no Brasil, México, Argentina, Colômbia e Chile.

De acordo com o levantamento, 53% das gigantes digitais na região têm um perfil menos “consumer” do que em outras geografias. Na análise de Juan Villalobos, diretor de canais de vendas da F5 América Latina, esse perfil mais B2B impacta o modo como a nuvem está sendo adotada pelo Brasil e países vizinhos.

O estudo identificou que a adesão da multinuvem é menor do que em outras regiões: 58% versus 70% das respostas globais. Isso contrasta com a realidade das empresas B2C que adotam cada vez mais o modelo de nuvem privada, pública ou híbrida para suportar suas operações de Internet Banking, sistemas de e-government e motores de portais B2C, entre outros.

Há desafios particulares na adoção de multinuvem na visão dos CIOs entrevistados, com 46% deles afirmando que enfrentam problemas para otimizar suas aplicações, mesmo índice dos que lutam para controlar a expansão da aplicação (application sprawl). Para 44%, não há visibilidade sobre os problemas de saúde de sua plataforma de negócios rodando na nuvem e 41% têm dificuldade em aplicar regras de segurança de forma consistente nos múltiplos ambientes de nuvem. A fluidez do modelo de nuvem é, para 39%, outro desafio: não é simples migrar aplicações entre nuvens e data centers diferentes. O mesmo número assume que luta para determinar que nuvem apresenta a melhor relação custo/benefício para sua empresa.

“O estudo da F5 retrata um conjunto de desafios que se impõem sobre os CIOs e CISOs da nossa região – não se trata de um ponto ou outro. Uma das razões para essa situação é que muitos ainda pensam na segurança da aplicação em nuvem como uma etapa posterior ao desenvolvimento dessa plataforma. O correto é imprimir as melhores práticas de segurança desde a fase do desenvolvimento, criando uma cultura DevOps em que a proteção do código acontece desde o momento zero”, explica Villalobos. “Em relação ao desafio de se gerir multinuvens, vale a pena analisar o uso de soluções que criam uma camada comum de gerenciamento a todas as nuvens – sejam públicas, privadas ou híbridas”.

Na análise do executivo, a chegada do 5G pressiona ainda mais para um caminho multinuvem. “Com a chegada da rede 5G – a nuvem das nuvens – à América Latina e a crescente disseminação de sites de Edge Computing, essa demanda é mais urgente do que nunca”.

O estudo revela, ainda, que 41% dos entrevistados analisam o valor que soluções de AIops (Artificial Intelligence Operations) podem agregar a seus negócios. Entretanto, trata-se de um índice menor do que os 61% que, na pesquisa da F5 de 2021, estudavam esse tipo de tecnologia. Na visão de Villalobos, uma das razões para isso pode ser o fato de cada, vez mais, são os líderes de negócios e não os líderes de tecnologia que buscam os resultados trazidos pelas plataformas de Inteligência Artificial.

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