IA Gen foi utilizada em mais de 50% dos ataques recentes contra empresas brasileiras, aponta pesquisa
Organizações locais enfrentaram um número recorde de violações no ano passado
Na mesma semana em que o Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), responsável pela execução de pagamentos, sofreu uma invasão cibernética, a ManageEngine, uma divisão da Zoho Corporation especializada em soluções de gerenciamento de TI empresarial, divulgou os resultados de sua nova pesquisa sobre o cenário atual de cibersegurança na América Latina.
De forma providencial, o relatório, que coletou respostas de 705 profissionais e decisores na área de cibersegurança em países no Brasil, México, Colômbia e Argentina, oferece um panorama detalhado dos desafios e avanços regionais no setor, incluindo a adoção de Inteligência Artificial (IA) em práticas defensivas e ofensivas, o investimento no setor e as tendências do mercado de trabalho.
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Segundo a pesquisa, em 2023, 54% das empresas brasileiras registraram um aumento nos incidentes de segurança cibernética em relação aos anos anteriores. Esse crescimento no número de ameaças contribuiu para um aumento da pressão sobre as equipes de TI, com 66% dos profissionais brasileiros – o maior índice entre os países analisados – relatando níveis elevados de estresse.
Tonimar Dal Aba, gerente técnico da ManageEngine, aponta três fatores principais para o aumento do estresse nas equipes de TI: a crescente quantidade de ataques cibernéticos enfrentados pelo país, a escassez de investimentos focados exclusivamente em segurança, e a complexidade dos ataques, que agora frequentemente envolvem o uso de Inteligência Artificial.
O impacto da IA nos ataques cibernéticos
A pesquisa também explorou o papel da IA em ciberataques, revelando que 55% dos respondentes brasileiros notaram que a IA Generativa foi usada para perpetrar ataques em 2023, um número um pouco acima da média dos outros países pesquisados, que foi de 51%. Ainda assim, uma esmagadora maioria dos entrevistados no Brasil (97%) vê a tecnologia como crucial para a defesa contra futuros ciberataques em 2024, ressaltando a crescente dependência de soluções de IA na segurança cibernética.
Além disso, cerca de 90% dos que já utilizam soluções de segurança habilitadas por IA confiam na tecnologia para ajustar adequadamente suas estratégias de defesa.
Durante a apresentação da pesquisa, Dal Aba comentou: “As empresas brasileiras estão cada vez mais atentas aos desafios de garantir ambientes de trabalho seguros. Nossa pesquisa destaca a evolução do cenário de cibersegurança no Brasil, com as organizações enfrentando riscos aumentados, mas também mostrando um compromisso firme com a melhoria de sua postura de segurança através de treinamento e adoção de tecnologias avançadas, como a IA. À medida que as ameaças continuam evoluindo, as empresas brasileiras se sentem mais preparadas para adotar soluções inovadoras para proteger seus ativos digitais e mitigar riscos de maneira eficaz.”
Apesar desses números, apenas 38% das empresas no país empregam IA em todas as suas iniciativas de cibersegurança. Segundo o executivo, ainda existe uma certa resistência do mercado, além da falta de maturidade para a adoção da tecnologia.
Desafios de conformidade com a proteção de dados
Apesar dos avanços na conscientização e treinamento em cibersegurança, muitas empresas brasileiras ainda lutam para atingir total conformidade com as normas locais e internacionais de proteção de dados.
Enquanto 81% dos entrevistados acreditam que suas empresas já estão totalmente em conformidade, 14% esperam alcançar esse patamar até o final de 2024. Os principais obstáculos incluem atender às exigências específicas de conformidade de cada setor, garantir controles adequados ao compartilhar dados com parceiros e lidar com a complexidade de elaborar relatórios de conformidade.
Kishore Kumaar, gerente da ManageEngine no Brasil, conclui: “Os desafios enfrentados pelas empresas brasileiras em relação às normas de proteção de dados são claros. Mesmo com uma significativa maioria declarando conformidade, o fato de que muitas ainda buscam alcançar a plena conformidade até o final de 2024 mostra que há um caminho extenso a ser percorrido. É vital que fornecedores especializados ofereçam soluções abrangentes e personalizadas que auxiliem as organizações a atingir um nível mais alto de segurança cibernética e conformidade regulatória.”
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