Maioria das empresas com programas de diversidade têm orçamento exclusivo
Segundo pesquisa da Blend Edu, preocupação com diversidade aumentou entre PMEs brasileiras
O número de empresas brasileiras que destinam um orçamento para ações de diversidade e inclusão aumentou em um ano, segundo pesquisa realizada pela Blend Edu. Aplicado junto a 117 empresas brasileiras, que possuem programas de diversidade, de todos os portes e regiões do país, o levantamento constatou que 81% das corporações afirmam atualmente destinar recursos específicos para ações de D&I, enquanto 67% relataram o mesmo no ano de 2020. O percentual de companhias que dizem possuir uma área específica e dedicada para a gestão da temática também avançou, de 64% para 71% no mesmo período.
Thalita Gelenske, fundadora e CEO da Blend Edu, destaca que o fortalecimento dos programas de D&I é um movimento homogêneo por acontecer em empresas de todos os segmentos. “A pesquisa mapeou corporações de 34 diferentes áreas, como tecnologia, indústrias, saúde, finanças, energia, entre outras. Ou seja, conseguimos uma amostra bem abrangente e significativa de organizações. Isso demonstra uma evolução no entendimento e engajamento dessas organizações em relação à iniciativa, reforçando o seu comprometimento com a valorização da diversidade. Afinal, seria inviável acreditar que uma cultura inclusiva vai se sustentar no longo prazo apenas com um posicionamento e apoio no campo do discurso, sem um investimento prático consistente”, afirma.
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Quanto maior o tamanho da organização em número de colaboradores, maiores são as chances de ela ter um orçamento dedicado à diversidade, apresentando um grau de correlação entre este dado e o porte da empresa, concluiu o estudo. No entanto, a pesquisa observou que o tema vem ganhando atenção também de empresas de pequeno e médio porte. Em 2020, não havia nenhuma empresa de pequeno porte que afirmou ter uma área dedicada à diversidade. Já em 2022, 75% da PMEs afirmaram abordar o tema de forma estruturada. Adicionalmente, 67% destas empresas de até 99 pessoas colaboradores já afirmam ter um orçamento dedicado ao tema.
“As grandes empresas, especialmente aquelas privadas que possuem capital aberto na bolsa, acabam sendo mais pressionadas por stakeholders do mercado a endereçarem a pauta de ESG e, consequentemente, a de diversidade. Por isso, não surpreende o fato das organizações de grande porte investirem e alocarem mais recursos na gestão de D&I. No entanto, também vemos um movimento muito positivo de empresas de pequeno e médio porte despertando para a necessidade da criação de culturas mais diversas e inclusivas. Essa é uma forma de atrair e reter pessoas em um cenário de competição por talentos, bem como construir produtos e serviços que atendam perfis diferentes de clientes” afirma a CEO da Blend Edu.
Neste grupo de corporações mapeadas na pesquisa, 77% afirmam que o principal objetivo do seu programa de diversidade é engajar os colaboradores na criação de uma cultura inclusiva, enquanto 12% relatam a potencialização dos resultados do negócio como ponto principal.
Para Thalita, mais do que apoiar a diversidade e inclusão dentro de uma organização, é necessário investir definitivamente na temática. “É importante que a empresa tenha metas, equipes e recursos alocados para conseguir, de fato, sustentar os programas e para que eles evoluam e se tornem consistentes no longo prazo”, conclui.