Menos de 1% dos sites brasileiros são acessíveis para pessoas com deficiência
Apenas 0,46% dos sites foram aprovados em testes de acessibilidade. Resultado é ainda pior em sites de compras, mostra estudo da BigData Corp
A imensa maioria dos sites brasileiros não oferece uma boa experiência para pessoas com deficiência. Uma pesquisa do BigData Corp, em parceria com o Movimento Web para Todos, apontou que apenas 0,46% dos sites foram considerados acessíveis em 2022. Trata-se de um recuo quando comparado com os dados do ano anterior, quando 0,89% dos sites passaram em testes de acessibilidade.
Para ser considerado como um site acessível, ele deve ser aprovado em todos os critérios de acessibilidade, abraçando diferentes deficiências, de acordo com as normas internacionais do World Wide Web Consortium (W3C).
No Brasil, segundo dados do IBGE, 17,3 milhões de pessoas vivem com alguma deficiência.
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O número obtido em 2022 é um retrocesso significativo tendo em vista que o número de sites ativos no Brasil totalizou 21 milhões, representando um aumento de 25% em relação a 2021. Segundo o levantamento, o aumento de sites ativos e a baixa taxa de acessibilidade se dão principalmente por conta de pequenos sites independentes, que não possuem a acessibilidade no topo de suas prioridades.
A acessibilidade fica ainda mais comprometida quando são analisados os sites de e-commece. De acordo com o levantamento, 46% das pessoas com deficiência hoje em dia consomem através de smartphones. Dessas, 37% realizam compras mensalmente e 23% quinzenalmente. Apenas 0,06% dos sites de compra foram aprovados nos testes de acessibilidade.
Para Ronaldo Tenório, CEO e co-fundador da Hand Talk, startup de impacto social focada em acessibilidade digital, há muito trabalho a ser feito para melhorar efetivamente o cenário da acessibilidade digital no Brasil. “A acessibilidade digital hoje é necessária, principalmente já que a maioria da população mundial depende dos espaços digitais para realizar atividades básicas do dia a dia. E não são só as pessoas com deficiência que saem ganhando com isso, mas as empresas também, por conseguir se comunicar com seus públicos de um jeito efetivo”, destaca Tenório.
Na avaliação do estudo, dado o impacto que isso tem causado no e-commerce, a acessibilidade deve se tornar uma das pautas mais relevantes para esse setor em 2023.