Trajetória de Emily Marcolino fortalece representatividade étnico-racial em TI
Profissional se destaca pela perseverança, engajamento e paixão por tecnologia, tornando-se voz inspiradora na comunidade negra
A carreira em tecnologia de Emily Marcolino, engenheira de software que atua como Cloud FinOps Developer na RD Station, começou em casa. Filha de um matemático e com uma irmã engenheira mecânica, ela se interessou por exatas desde cedo. Conforme cresceu, viu, então, seu amor por TI despertar.
“Fui privilegiada por nascer em uma casa com computador e internet. Essa influência me ajudou a perceber que eu entendia rapidamente a tecnologia e consegui usá-la a meu favor e impactar a vida das pessoas”, conta.
Apesar do incentivo em casa, Emily enfrentou resistência no mundo acadêmico. Ela cursou duas faculdades: gestão de TI e depois sistemas da informação. “Fui desencorajada na escola a seguir a matemática, mesmo sendo boa na disciplina. Escolhi ir para gestão porque tinha menos matemática. Na primeira faculdade que fiz, de 40 alunos, só eu me formei como mulher. Era comum professores falaram para mim e minhas colegas mulheres que nunca seríamos desenvolvedoras. Eu era a diferente e, de alguma forma, me acostumei com a ideia de que no mercado de trabalho seria igual.”
A voz suave de Emily Marcolino carrega uma história de superação e resistência. Ainda na graduação, se viu diante também falas preconceituosas e racistas, mas usou o conhecimento como seu principal escudo.
“Um dia, depois de um intervalo, sentei-me no lugar de um colega sem perceber. Ao retornar, ouvi: ‘tinha que ser preto’. Como combati isso? Fui a única da sala que obteve nota máxima em estatística, enquanto todos reprovaram”, conta. “Chega uma hora que é exaustivo ter de ficar se provando, mas quando se está nessa situação, a única arma é o conhecimento”, completa.
Depois de entrar no mercado de trabalho, percebeu que a parte técnica fazia falta já que era parte de um time com bastante conhecimento em hard skills. Depois de encarar duas faculdades na área, chegou ao mercado de trabalho.
Um lugar chamado lar
Emily começou sua carreira em uma empresa de data centers, onde ficou por quase sete anos. “Sempre procurei companhias com uma cultura forte. Eu sempre procurei lugares que me aceitassem do jeito que eu era. Em TI, temos esse privilégio de escolher, nem sempre temos. Nessa empresa, tive a oportunidade de trabalhar com vários países da América, Europa e Estados Unidos. Fui para o Vale do Silício [nos Estados Unidos] e participei de um projeto bem grande que me ajudou a abrir meus horizontes. O fato de eu falar inglês me ajudou bastante”, lembra. Quando quis ir mais para o lado técnico, a empresa estava passando por mudança. “Foi quando surgiu a RD”, recorda.
Na RD Station, Emily encontrou um lar. Atraída pela cultura da empresa, que valoriza a excelência e o compartilhamento de conhecimentos, ela se engajou em iniciativas voltadas à diversidade e inclusão. O grupo “Preto no Preto“, por exemplo, é responsável por promover a Semana da Consciência Racial do PnP, com atividades e debates que envolvem toda a empresa.
Emily faz parte do Preto no Preto desde o início de 2023. “Trabalhamos no formato de squad. Os RDoers, como são chamados os colaboradores da empresa, que se voluntariam para fazer eventos internos e externos e o objetivo é trazer conforto e acolhimento e representatividade preta dentro da empresa”, reforça.
Esse empenho tem gerado resultados positivos. Neste ano, a RD ganhou o prêmio do Great Place do Work (GPTW) de melhor empresa para trabalhar no quesito Étnico-Racial e Emily sente-se parte fundamental dessa conquista. “Estou muito feliz com o que estamos construindo e pessoalmente com o que tenho construído. Agora estou trabalhando para que mais pessoas tenham os privilégios que eu tenho.”
Fontes de inspiração e conhecimento
A inspiração para Emily vem de perto. Sua irmã mais velha, Suelen Marcolino, é gerente de Diversidade, Inclusão e Pertencimento, Latam e EMEA do LinkedIn criadora do grupo de diversidade “Big”, e um exemplo a ser seguido, conta. Emily também busca se envolver em comunidades de tecnologia, especialmente aquelas voltadas para negros e mulheres. “São nessas comunidades que as grandes ideias nascem”, afirma.
Quando questionada sobre a importância do conhecimento em sua vida, Emily é enfática: “É o que vai te tirar de uma situação ruim.” E como se mantém informada? Newsletters, podcasts e vídeos no YouTube são suas fontes prediletas.
Neste Dia da Consciência Negra, a história de Emily mostra que, apesar dos obstáculos, é possível triunfar. E que, acima de tudo, o conhecimento é uma ferramenta poderosa de transformação e empoderamento.
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