Os clientes dos grandes provedores também são impactados pela automação das redes
A automação agiliza, por exemplo, o processo de solicitação de circuito por parte do cliente
A exigência crescente por eficiência e agilidade no cenário empresarial tem desencadeado uma transformação fundamental nas operadoras de telecomunicações, em parte devido ao inadiável processo de automação das infraestruturas de rede. Esse movimento está possibilitando que as empresas dos mais diferentes segmentos percebam em suas rotinas o impacto positivo que a utilização das soluções de automatização por parte das grandes provedoras de conectividade proporciona até o último elo da cadeia, que é o cliente final.
Entre as principais razões, está a capacidade de resposta durante mudanças e atualizações. A automação agiliza, por exemplo, o processo de solicitação de circuito por parte do cliente. Aliás, dependendo do contrato, o cliente poderá ter acesso até à reconfiguração do circuito e atuar indiretamente em equipamentos. Com isso, passa a ter mais autonomia e menor tempo de entrega do serviço. Com a automação, a empresa consegue diminuir prazos que normalmente podem chegar a 15 dias para serem configurados, pois anteriormente eram necessárias várias equipes atuando juntas e diversos nichos de equipamento.
Outra vantagem é que a operadora tem a possibilidade de oferecer um portal no qual o cliente consegue solicitar o novo produto e a partir dali a rede tem autonomia para se reconfigurar e se adaptar à necessidade recém estabelecida. A automação vai simplificar, ainda, o trabalho da equipe de TI das empresas clientes das operadoras. Isso porque haverá menos pessoas fazendo tarefas repetitivas e de baixo valor agregado. Assim, as equipes de TI ficam liberadas para se concentrarem em atividades mais estratégicas e os executivos para pensarem em novos serviços.
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De acordo com um estudo do IDG, a crescente explosão de dados e dispositivos é um dos principais motivos para o crescimento exponencial da gestão e automação. Surpreendentemente, segundo dados da pesquisa, até 95% das alterações de rede ainda são executadas manualmente, resultando em custos operacionais até três vezes maiores do que os da própria infraestrutura.
De forma geral, com a automação as redes passam a receber mais informações com a telemetria e, com isso, a operadora pode inserir outras facilidades, como otimização de caminhos, reconfiguração do circuito MPLS e – com pouca ou nenhuma supervisão humana – consegue restabelecer serviços do cliente, reduzindo o tempo de alta. Consequentemente, esse processo acaba melhorando a experiência do cliente.
Segundo a pesquisa “Global Forecast to Network Automation Market“, o mercado de automação foi avaliado em US$ 3,57 bilhões em 2022 e deve atingir cerca de US$ 28,63 bilhões até 2032, crescendo a uma taxa de 23,14% durante o período de 2023 a 2032.
Na América Latina, no entanto, ainda há muito para se evoluir quando o assunto é automação. No caso do Brasil, os números ainda são considerados baixos. Isso se deve, na opinião de especialistas do mercado, ao fato do país estar em uma “fase inicial” no processo de adoção da tecnologia. Contudo, as expectativas voltadas para o futuro são promissoras. A região da América Latina espera um aumento de 23% na adesão à automação, até 2032, ainda de acordo com a “Global Forecast to Network Automation Market“. Isto que indica que essa evolução está apenas começando, principalmente entre as operadoras.
No caso do conceito de rede neutra, as operadoras que estão trabalhando em parceria têm a oportunidade de começar a ter entre elas um tipo de market place, ou seja, instrumentar a rede e, a partir daí, passar a explorar e criar novas interfaces de serviço. Outra possibilidade é a de trazer Inteligência Artificial para as camadas de tomada de decisão e reconfiguração, explorando ainda mais serviços.
Por fim, a automação na infraestrutura das redes vem redesenhando o panorama das telecomunicações corporativas. Com agilidade na entrega de serviços e menor risco durante mudanças, o que resulta em menos impacto no dia a dia do cliente final, essa revolução tem o potencial de elevar a experiência do consumidor para patamares mais altos, ao mesmo tempo em que estabelece uma era de inovação e eficiência no setor.
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