CHIPS e Science Act se tornam lei nos EUA, à medida que investimentos em semicondutores aumentam

Subsídios e investimentos para a fabricação de silício nos EUA significarão empregos e menor dependência do Leste Asiático para semicondutores

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4:45 pm - 10 de agosto de 2022
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O Presidente Biden sancionou na terça-feira (9) a CHIPS and Science Act, uma lei que inclui um pacote de US$ 52,7 bilhões em subsídios e concessões para a indústria de fabricação de semicondutores dos EUA, em um movimento que visa reduzir a dependência do país dos fabricantes asiáticos de silício e revigorar os fabricantes de chips do país.

Os incentivos de fabricação formam a maior parte do financiamento do montante, US$ 39 bilhões, mas também há US$ 2 bilhões para fabricantes de chips legados que fazem produtos críticos para sistemas automotivos e de defesa, US$ 13,2 bilhões para pesquisa e desenvolvimento de força de trabalho e US$ 500 milhões para cadeia de suprimentos e segurança de rede.

“A América inventou o semicondutor, mas hoje produz cerca de 10% da oferta mundial – e nenhum dos chips mais avançados”, disse o gabinete do Presidente em comunicado. “O CHIPS and Science Act liberarão centenas de bilhões a mais em investimentos do setor privado em semicondutores em todo o país, incluindo produção essencial para a defesa nacional e setores críticos”.

Fabricantes de chips dos EUA iniciam investimentos em manufatura

Dois grandes fabricantes de chips dos EUA já se comprometeram a expandir suas instalações de fabricação domésticas, no período que antecedeu a aprovação da lei. A Qualcomm, em parceria com a GlobalFoundries, disse na segunda-feira (8) que investiria US$ 4,2 bilhões para expandir as instalações desta última empresa em Malta, NY.

O líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, democrata por Nova York, um dos principais apoiadores legislativos do projeto, disse que a medida é uma “ótima notícia” para a indústria e a comunidade.

“Este acordo para 2028 prova o que sempre soubemos – que a indústria crescerá aqui quando formos competitivos com a Ásia e a Europa”, disse ele em comunicado à imprensa. “Com grandes novos incentivos federais para a fabricação de microchips nos EUA, estou ansioso por muitos outros anúncios como este”.

O outro grande acordo anunciado foi o compromisso da Micron, fabricante de memória e armazenamento de dados de computador, de investir US$ 40 bilhões para expansão da sua capacidade produtiva, uma medida que o governo Biden disse que poderia criar até 40.000 novos empregos.

Embora o projeto tenha recebido apoio bipartidário no Congresso e seja geralmente popular na maioria dos setores da indústria de tecnologia, algumas empresas não estão entusiasmadas com o que foi deixado de fora da CHIPS and Science Act.

De acordo com Gaurav Gupta, Vice-Presidente e Analista do Gartner Research, designers de chips com sede nos EUA e algumas empresas de semicondutores sem fábrica expressaram irritação pelo fato de o projeto fornecer a grande maioria de seu financiamento apenas para fabricantes – não para outras partes do setor de silício.

“Se você conversar com pessoas do setor, terá a visão de que [a lei] não beneficiará a todos igualmente”, disse ele em entrevista à Computerworld no mês passado.

A lei também não resolverá os problemas mais amplos da indústria de semicondutores por conta própria, de acordo com Glenn O’Donnell, Vice-Presidente e Diretor de Pesquisa da Forrester, que disse que os problemas causados por falhas na cadeia de suprimentos e a invasão da Ucrânia pela Rússia continuarão a ser sentidos no futuro próximo.

“Grandes problemas no mercado de semicondutores levarão muito tempo para serem resolvidos”, disse ele em comunicado. “Além disso, o governo dos EUA precisará estabelecer a burocracia de supervisão antes de poder desembolsar quaisquer investimentos”.

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