Apple freia planos de usar chips de memória chineses

Medida da Apple parece ser uma resposta às restrições de exportação dos Estados Unidos, aponta nova reportagem

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10:00 am - 24 de outubro de 2022
chips china Imagem: Reprodução/Shutter Stock

A Apple não usará memória flash NAND fabricada na China em seus próximos modelos de iPhone, em uma aparente resposta aos controles de exportação mais rígidos dos Estados Unidos que afetam a cadeia de suprimentos, de acordo com uma reportagem publicada na última segunda-feira (17) pelo Nikkei Asia.

A empresa planejava começar a usar chips de memória fabricados pela YMTC “já neste ano”, segundo a reportagem, e já havia concluído um longo processo de certificação dos produtos da fabricante de chips para uso no iPhone. A YMTC é apoiada pelo governo chinês e, embora seus produtos sejam um pouco menos sofisticados do que os líderes de mercado como Samsung e Micron, é capaz de oferecer seus chips a preços substancialmente mais baixos.

No entanto, uma nova decisão do governo dos Estados Unidos destinada a reprimir as empresas de tecnologia com sede na China, anunciada no início deste mês, descreveu a YMTC e dezenas de outras empresas com sede na China como “incapazes de serem inspecionadas”, o que significa que as autoridades dos Estados Unidos não conseguiram verificar a capacidade da YMTC de receber com segurança exportações de tecnologia dos Estados Unidos de acordo com os Regulamentos de Administração de Exportação dos Estados Unidos (EAR) e confirmar que eles não serão usados de maneiras que prejudiquem a segurança nacional dos Estados Unidos.

Estados Unidos citam preocupações de segurança sobre tecnologia chinesa

Em sua decisão, o Bureau of Industry and Security (BIS) dos Estados Unidos disse: “A incapacidade do BIS de determinar a conformidade com os EAR devido à ação ou inação do governo anfitrião cria uma circunstância que pode colocar uma entidade em risco significativo de ser ou se tornar envolvida em atividades contrárias à segurança nacional ou aos interesses da política externa dos Estados Unidos”.

Isso levou as empresas chinesas a serem colocadas na “lista de entidades” de empresas impedidas de negociar com empresas americanas. A YTMC foi descrita como uma “ameaça direta” aos fabricantes de chips dos Estados Unidos, de acordo com um comunicado do governo Biden.

A repressão veio logo após a renúncia do CEO da YMTC, Simon Yang. Yang liderou os esforços de desenvolvimento da YMTC no campo da memória flash 3D NAND, ajudando a tecnologia da empresa a avançar rapidamente para quase a paridade com os líderes de mercado.

A decisão original da Apple de adquirir chips de memória da YMTC foi criticada por legisladores republicanos em setembro, que alertaram que os negócios da Apple com a empresa poderiam colocar em risco a tecnologia de segurança nacional. (Não foi possível entrar em contato com a Apple para comentar este artigo.)

A decisão de se afastar da YMTC é mais uma consequência de uma disputa comercial em andamento entre os Estados Unidos e a China sobre tecnologia e propriedade intelectual. O que começou como uma proibição controversa (mesmo nos Estados Unidos) três anos atrás no uso governamental de alguns equipamentos de rede fabricados na China – incluindo da Huawei e ZTE – agora se transformou nas mais recentes medidas de controle de exportação adotadas pelo governo Biden.

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