Qual é o segredo para uma startup se tornar um unicórnio?

Ex-executivo da Netshoes e que agora está à frente de uma aceleradora, revela passo a passo para chegar lá

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9:33 am - 09 de novembro de 2018

Estudos apontam que a taxa de mortalidade de startups é de 75%. Os motivos são diversos, mas o mais perigoso, segundo a Fundação Dom Cabral (FDC), está relacionado ao número de sócios envolvidos. Quando a startup é composta desde o seu início por mais de um sócio, maiores suas chances de descontinuidade. Lutando para sobreviver todos os dias, startups trabalham, então, arduamente para crescer e conquistar o status de unicórnio, passando a ter valor de mercado de mais de US$ 1 bilhão.

Roni Cunha, fundador e CEO da Orgânica Aceleradora, dedica todo o seu tempo para ajudar startups a prosperarem e chegarem ao nível de unicórnio. O executivo tem conhecimento de causa. Ele foi diretor de Marketing da Netshoes e acompanhou de perto a ascensão da companhia, que já levou para casa o troféu de maior e-commerce esportivo do mundo.

“Aprendi na marra como fazer a evolução exponencial de negócios e agora meu propósito é despertar empresas para a nova economia”, disse em apresentação no RD Summit, realizado nesta semana em Florianópolis.

A Netshoes, contou, surgiu em 2000 como loja física, com cinco unidades em São Paulo. Dois anos depois, foi para a internet. No primeiro mês, nenhuma venda. O estoque era confuso e faltavam muitos produtos. Em 2007, veio a decisão de fechar as lojas físicas e o digital passou a prosperar sobremaneira. Qual o segredo desse salto exponencial?

Cunha revelou que as iniciativas eram feitas muito de forma empírica e dessa experiência ele estruturou uma série de processos e metodologias que usa hoje para acelerar startups. Segundo ele, o padrão de negócios que crescem rapidamente é a inovação contínua. “Inovação continua é igual a propósito mais cultura mais gestão”, revelou.

Propósito

O executivo revelou que o propósito tem a ver com dor e prazer. As pessoas não querem mais sentir dor e nessa toada que as startups estão achando seus caminhos e propósitos para atuar.

Cultura

Cunha define esse elemento como um conjunto de ‘mindsets’, separados por sete princípios:

  1. Cultura do cliente. Aqui é preços pensar primeiro no cliente, fazendo aquilo que for relevante para ele, e não apenas para o seu negócio.
  2. Sim, é possível. Enquanto todos podem dizer que não é possível, acredite no seu negócio.
  3. O novo vem. Enquanto o mundo mudar, existem chances do pequeno e do grande se tornarem iguais.
  4. Vamos errar. É inevitável.
  5. Postura de dono. Ter postura de dono não significa trabalhar 24h, mas ter responsabilidade.
  6. Viver no desconforto. Não se contente com o marasmo. Saia da zona de conforto.
  7. Foco e obsessão. Nada cai dos céus. Empenhe-se e os resultados virão.

“Como é a cultura onde você trabalha? O quanto ela é orientada ao cliente?”, questionou o executivo promovendo uma reflexão sobre o tema.

Gestão

A maioria das startups tem cultura e propósito, mas peca em gestão, observou ele. De acordo com ele, o líder é o primeiro que deve tirar pessoas da zona de conforto. E a palavra-chave aqui é desafiar.

*A jornalista viajou a Florianópolis a convite da RD

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