Projeto instala hidrômetros conectados em Belém do Pará

Equipamentos conectados em redes 3G e 4G monitoram consumo em tempo real e buscam detectar vazamentos para diminuir desperdícios

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5:46 pm - 14 de abril de 2021
belém, pará, brasil Vista da cidade de Belém, no Pará (Foto: Adobe Stock)

Sensores de ultrassom e hidrômetros conectados via redes 3G e 4G estão sendo implantados na região metropolitana de Belém, capital do Pará, e devem ajudar no uso consciente de recursos hídricos na cidade. O projeto, chamado “Águas do Guamá”, promete consolidar sistemas de monitoramento da distribuição de água em cidades e reduzir perdas.

O projeto é desenvolvido pela Fundação Vanzolini, instituição privada e sem fins lucrativos mantida por professores do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). Foi financiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Está sendo desenvolvido em parceria com a Companhia de Saneamento do Pará, a Cosanpa. Ela realizou a contratação de um consórcio e que visa a modernização do sistema de distribuição de água da cidade. O objetivo final é substituir toda a rede de tubulações e realizar adequações para redução de perdas.

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Os responsáveis pelo projeto dizem que em Belém – cuja região metropolitana tem 1,5 milhão de habitantes – a perda de água tratada por vazamentos na rede atualmente chega a 74% em algumas regiões da cidade. “Ou seja, um litro de água tratada sai da estação de tratamento e chega na outra ponta como um pouco mais do que uma xícara de chá”, explica o professor Caio Fontana, do Instituto de Ciência Tecnologia e Inovação (ICT) da Fundação Vanzolini, em comunicado.

Segundo o professor, o projeto está sendo desenvolvido em duas etapas. A implantação começou em junho de 2019 e a previsão de encerramento é junho de 2021.

Reduzindo desperdícios

A proposta da Fundação Vanzolini é de um sistema para ser aplicado em toda cadeia produtiva de saneamento básico. O projeto ainda está em fase de experimentação. Foi escolhida uma área da cidade e algumas residências para substituição dos hidrômetros, que agora são conectados. Nas vias foram instalados sensores de ultrassom para “ouvir” a tubulação e criar uma rede de monitoramento.

Segundo o professor, é possível detectar vazamentos na tubulação e a chamada sub-medição, ou seja, o que é consumido, mas não medido. “O desafio desse projeto está sendo monitorar uma rede de abastecimento de água e saber como localizar o vazamento”, explica Fontana. “A proposta foi fazer a automação da localização de vazamentos, tanto da tubulação das vias públicas quanto da tubulação interna das unidades de consumo.”

Para a coleta de informações são utilizados veículos equipados com rádios que percorrem os locais para leitura dos sensores. Há também um método fixo, que usa repetidores para transmitir a informação para uma central.

A expectativa é que essas medidas gerem maior disponibilidade de informação para equipes operacionais e consumidores, incluindo acompanhamento em tempo real do consumo de água das unidades. Alertas em caso de alto consumo podem ser gerados.

Fontana diz que as primeiras avaliações em campo devem começar no segundo semestre desse ano, “se a pandemia permitir”. “Infelizmente as atividades de campo foram as mais prejudicadas, impactando nas atividades de pesquisa”, diz.

Se os resultados forem positivos, a próxima fase do projeto prevê a ampliação do uso das tecnologias por outras companhias de tratamento e distribuição de água.

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