Ágil em escala: transformação da Petrobras traz retorno de R$ 1,5 bi em 2022
Projeto de transformação da Petrobras baseado em SAFe foi compartilhado com a EY durante o IT Forum Trancoso
Projetos de transformação digital baseados em agilidade não são mais difíceis de encontrar, mas o tamanho do da Petrobras surpreende. A gigante estatal do petróleo capturou retorno de R$ 1,5 bilhão em 2022, e adotou de pronto o SAFe, metodologia ágil pensada para grandes companhias.
O projeto, feito em parte em parceria com a EY, foi apresentado nessa sexta (21) no IT Forum Trancoso.
“É uma captura dentro do orçamento, uma vez que projetos digitais começaram a dar resultado. São os benefícios apurados até agora”, contou Marcelo Carreras, CIO Global da Petrobras, aos presentes.
Trata-se, claro, de um projeto imenso. São atualmente 15 “trens de lançamento” – Agile Release Trains (ART) – implantados, com mais quatro planejados ainda em abril. São 190 times em todos os programas e projetos, com mais ou menos 1,3 mil pessoas oriundas das áreas de negócio, tecnologia e de parceiros envolvidas.
Segundo a Petrobras, é a maior implantação de SAFe da América Latina. “Queremos chegar ao fim de 2023 com toda companhia rodando esse modelo”, explicou Carreras.
Tudo começou em meados de 2020, quando a empresa iniciou uma mudança de modelo operacional e estratégico. O objetivo era alavancar o plano de transformação digital da Petrobras, e ao mesmo tempo buscar mais valor no digital. Foi quando a SAFe entrou na história.
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“Conseguimos através da metodologia introduzir agilidade em escala. Fazer realmente a transformação dentro da própria área de negócios e de tecnologia”, lembrou o CIO, mencionando o planejamento estratégico pensado para o período entre 2023 e 2027.
“Antes de qualquer coisa a gente queria tornar simples, acessível e ágil o uso de tecnologia na companhia. Cada coisa que alguém de tecnologia faz tem que ser simples. Tem que ser acessível e com agilidade de entrega e conexão”, disse Carreras.
O projeto é baseado em seis direcionadores estratégicos: agilidade, experiência do usuário, segurança da informação, modernização de arquitetura; tecnologia como estratégia; e uso de dados.
“Dados são nossa pedra fundamental para todo processo de produção de petróleo, então é fundamental ter foco nisso. Interoperabilidade de dados e como a gente transfere informações importantes para o nosso processo de produção”, ressaltou Carreras.
O projeto também contou a implantação de centros de excelência em tecnologias específicas – como HPC, gêmeos digitais e outras – para uso das áreas de inovação. Além disso, diversas plataformas de mercado foram adotadas massivamente para as áreas de produção e negócio – um exemplo é o projeto bilionário de implantação do SAP S4/HANA.
Petrobras e EY
“Tão desafiador quanto chegar nesse patamar [da Petrobras] é conseguir fazer um programa como esse continuar capturando valor em um cenário com tanta mudança e rapidez”, disse durante o painel Maurício Saad, Latam South Technology Consulting Leader da EY. A empresa de consultoria é responsável por parte considerável do projeto, respondendo por 12 trens e 700 profissionais, com 65 times no total espalhados por 23 estados brasileiros.
“Foi uma decisão muito inteligente conduzida dentro da Petrobras. Implantar projetos de soluções digitais requerem uma estratégia para trazer as áreas de negócio para o jogo”, ressaltou o especialista.
Carreras aproveitou essa fala de Saad para contar como o projeto começou. Na área de refino da empresa, através de um projeto piloto de gêmeos digitais. “A gente começou por quem estava a fim de começar. Uma área em que a maturidade tecnológica era alta, havia uma organização interessante eles sabiam onde queriam chegar”, lembra.
O sucesso do projeto foi tanto que os resultados trouxeram economias de cerca de US$ 200 milhões. Transformado em case, serviu de pontapé para alastrar a metodologia em na área de poços de petróleo. Atualmente, o projeto alcança plenamente 29 áreas da companhia, com outras prestes a serem alcançadas, inclusive técnicas.
“Agora é terminar a jornada nas áreas que estão faltando e criar um modelo simplificado para colocar todo mundo embarcado”, disse Carreras.
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