Oracle: de fornecedora de produtos à uma empresa de serviços

Executivos da América Latina dão panorama sobre o novo momento da empresa e suas apostas no mundo multicloud

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12:20 pm - 20 de outubro de 2022
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Há aproximadamente cinco anos, o time da Oracle na América Latina se sentou para entender seu propósito. Foi montado um comitê para discutir o que era feito além de entregar tecnologia e a definição de um propósito: transformar a vida das pessoas.

“Às vezes olhávamos apenas para o mercado B2B, mas ao olhar para B2C, também impactamos as pessoas. A implementação da Identidade Única, por exemplo, será feita conosco e, projetos como esse, nos mostram o quanto ajudamos a sociedade. Ao olhar para isso, teve uma transformação cultural muito grande na Oracle”, explica Alexandre Maioral, presidente da Oracle Brasil.

O grande movimento resultante dessa reflexão foi a mudança da Oracle como uma empresa que vendia produto para uma empresa de serviços. Maioral faz uma analogia com a venda de celulares: antes, se o cliente comprasse o celular e usasse como peso de papel, não fazia diferença. Agora, o uso do serviço é o mais importante.

“Mudamos, inclusive, a maneira de medir o time de vendas. Hoje, o reconhecimento acontece quando o cliente utiliza o serviço. Essa foi a virada do jogo e começamos a fazer antes da corporação como todo. Então, quando começou a oferta multicloud, nós já estávamos com a cultura começando a mudar”, confidencializa o executivo.

A região, inclusive, foi a que mais cresceu no mercado de cloud para a Oracle. Apesar de não abrir números passados ou futuros, Maioral contou que, antes, os produtos on premises representavam 80% do market share da empresa e, atualmente, 85% são representados pelos serviços de cloud. Além disso, o executivo acredita que o Brasil é a locomotiva desse mercado na região, ajudando a acelerar a maturidade em relação à cloud.

“Nós temos o mau e o bom de ter começado atrasado na nuvem. Tivemos o malefício pois as empresas que entraram antes já têm mais penetração que a gente. Por outro lado, entendemos os problemas e saímos para o mercado com uma tecnologia mais madura. Por isso, estamos acelerando consideravelmente”, pondera o presidente.

Agora, a empresa busca oferecer um ambiente multicloud mais ágil e simples para seus clientes. Luiz Meisler, vice-presidente executivo da Oracle América Latina, detalha o principal lançamento da empresa no evento Oracle WorldCloud, em Las Vegas: Alloy.

“Lançamos um sistema onde pequenos data centers que se ligarão entre si. Ao invés de ter poucos e gigantes data centers no mundo, entendemos que há a possibilidade de se ter muitos data centers menores integrados e com aplicações para diferentes públicos”, resume ele.

“A ideia central é conseguir provisionar serviços próprios e de concorrentes, não importa de onde você esteja e que seja feito de uma maneira mais fluída. Uma boa analogia é a TV a cabo: vários provedores de conteúdo estão dentro de um repositório e o cliente escolhe o que vai assistir”, complementa Rodrigo Galvão, vice-presidente sênior de tecnologia da Oracle América Latina.

Essa é uma oportunidade, diz Maioral, de chegar em uma parte do mercado em que a Oracle não estava. Esse projeto ajudará a ter mais pulverização para chegar nas pontas, como as pequenas e médias empresas, um público que não seria possível atender sem parceiros.

Ainda assim, há desafios no mercado de tecnologia. Um já bastante conhecido é o gap de profissionais. Luiz comenta que, entre os programas de formação da Oracle, hoje a cada contrato firmado, há o compromisso de formar cinco pessoas em tecnologia.

Além disso, para colocar o cliente no centro, a disposição do time de vendas também está mudando. “Nós tínhamos um grupo de pessoas que trabalhavam com muitos clientes. Um colaborador poderia cuidar de até 30 clientes. Agora, estamos diminuindo essa carga”, diz Luiz.

Por fim, ao comentar sobre as profissões do futuro, Galvão é confiante: não é uma questão de se a tecnologia influenciará, mas quando. “Nós já vemos uma geração que tem comportamentos diferentes e digitais. O problema é como nós, vivendo em uma região com muita pobreza, que não tem alfabetização digital, enxergamos o nosso papel para gerar oportunidade para as pessoas.”

*A jornalista viajou à Las Vegas a convite da empresa

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