O Android atingiu seu limite?

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10:26 am - 06 de novembro de 2014
O Android atingiu seu limite?
Embora o sistema Android 5.0 Lollipop já esteja disponível e seja a aposta do Google para os novos smartphones, especialistas de mercado afirmam que será difícil para a gigante de buscas aumentar sua fatia de mercado. Apesar de o topo ser um lugar privilegiado para posicionar-se, ainda mais no caso do Google, especialistas acreditam que o sistema operacional atingiu seu limite e não terá mais para onde crescer.

Segundo levantamento realizado pela Strategy Analytics, durante o terceiro trimestre deste ano, 270 milhões de smartphones foram embarcados, sendo que 84% deles – aproximadamente 229 milhões – operam com Android, pequena retração de 1% em comparação ao trimestre anterior. 

A plataforma iOS, da Apple, também teve queda de 1% em relação ao mesmo período, e agora contabiliza 12%. A plataforma da Microsoft, o Windows Phone, opera em apenas 3% dos smartphones embarcados no período, enquanto o BlackBerry ocupa a última colocação, com apenas 1% do mercado de sistemas operacionais. 

Em entrevista concedida à publicação norte-americana The Wall Street Journal, o analista estratégico Neil Mawston avaliou que o sistema do Google não irá ultrapassar o patamar atual, mas ainda há a possibilidade de retração. “A fatia de mercado global do Android está enfraquecendo. A menos que haja um improvável colapso no volume de vendas de iPhones no futuro, o Android nunca irá ficar acima dos 85% de market share já obtidos.”

Embora o executivo tenha destacado que a posição do Android no mercado é “imbatível”, ele afirmou que novos desafios começaram a aparecer para o Google. Para exemplificar sua tese, Mawston utilizou o mercado de desenvolvedores de hardware. Com centenas de fabricantes inundando o mercado com dispositivos, poucos deles estão realmente ganhando dinheiro devido à concorrência. 

Na visão de Mawston, o que ainda possibilita que o sistema operacional cresça, em termos de volume, é a adoção do Android em mercados emergentes, algo possível devido à comercialização de smartphones de baixo custo em países como Índia e China. 

Quem também está de olho nesse potencial mercado é a Microsoft. A companhia norte-americana fornece o Windows Phone para fabricantes de celulares de forma gratuita, o que permite a ela estar mais preparada para competir no mercado de low-cost. Entretanto, mesmo com a iniciativa, a presença da Microsoft no mercado enfraqueceu durante os últimos meses e será preciso que a companhia determine uma nova visão para que o negócio de hardwares volte a emergir. 

Já a fatia de mercado da Apple segue estabilizada. Com o recente lançamento dos smartphones iPhone 6 e 6 Plus, o volume de usuários que utiliza a plataforma iOS cresceu, mesmo que de maneira discreta, durante o final do terceiro trimestre. A expectativa da companhia é de que esses números cresçam um pouco mais durante o próximo trimestre. Apesar do leve crescimento, a Apple e o iOS não serão capazes de sequer aproximar-se da posição ocupada atualmente pelo Android. 

Segundo Mawston, essa discrepância ocorre devido à estratégia da Apple de não trabalhar com mercados de baixo custo. “O custo de um iPhone é consideravelmente alto, o que leva o aparelho a não ser muito vendido em mercados emergentes, onde a questão do preço é relevante”, conclui.

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