Jovens mulheres bolsistas falam de expectativas no mercado de TI
No Dia Internacional da Mulher, duas bolsistas do Instituto IT Mídia dão primeiros passos da carreira em tecnologia
Criado em 2008, o programa Profissional do Futuro, do Instituto IT Mídia, atua para incluir jovens de baixa renda no mercado de tecnologia e reduzir a desigualdade de gênero no setor. Muitos das mulheres alunas que passaram pelas formações oferecidas pelo braço social da IT Mídia já tem boas histórias para contar sobre como a tecnologia da informação mudou suas vidas.
Nathalia Martins, 20 anos, é bolsista do terceiro semestre de Sistemas para Internet, na FIAP. Para a estudante, o desequilíbrio entre as oportunidades entre homens e mulheres ainda é muito evidente no mercado de tecnologia.
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“É complexo quando a balança pende só para um lado. Quando fui buscar minha segunda oportunidade de estágio, vi o quão difícil é encontrar uma vaga que favoreça a contratação feminina”, explica. Mas Nathalia conseguiu “furar a bolha” pela segunda vez e atualmente trabalha como desenvolvedora full stack junior, em uma grande empresa de papel e celulose. “Quero construir carreira como Dev. Não me imagino fazendo outra coisa”, explicou.
A desenvolvedora mobile Livia Keller, 19 anos, também não se imagina trabalhando em outra área. Ela se forma em Análise e Desenvolvimento de Sistemas apenas no final de 2023, mas já traz no currículo oportunidades como desenvolvedora mobile em uma gigante multinacional de tecnologia e em um grande banco. “É muito incrível fazer parte do universo de tecnologia”, afirma.
Mulheres ainda são minoria
Apesar das certezas sobre a escolha profissional e o futuro na carreira como desenvolvedoras, Nathalia e Livia são minoria. Dados do Guia de estratégia de Talentos Tech, publicado pela Manpower/Experis em parceria com o Instituto IT Mídia, as mulheres são 45% da força de trabalho, mas apenas 26% dos profissionais de STEM (acrônimo em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática).
Não por acaso o lema global do Dia Internacional da Mulher desse ano é “Abraçar a equidade”. No mercado de tecnologia isso significa aumentar o número de mulheres na área, que ainda é muito baixo.
Em 2023, a turma do Profissional do Futuro conta com 35% de mulheres, mas o objetivo é chegar em 50% nos próximos anos.
“Temos trabalhado junto às ONGs parceiras para incluir cada vez mais mulheres em nosso programa de bolsas. No entanto, sabemos que é um problema cultural que vem desde a infância, pois muitas vezes essas meninas não são incentivadas a entrar no mundo da matemática, lógica, física e ciências”, diz Vitor Cavalcanti, diretor-geral do Instituto.