Mobilidade traz faturamento em tempo real à AES Eletropaulo

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11:30 am - 13 de janeiro de 2015
Mobilidade traz faturamento em tempo real à AES Eletropaulo

Você provavelmente já recebeu em sua casa um funcionário
para aferir a leitura de energia consumida nos últimos 30 dias. Essa etapa faz
parte do processo de faturamento da AES Eletropaulo, responsável pela
distribuição de energia elétrica em 24 municípios da região metropolitana de São
Paulo, incluindo a capital.

O ciclo, que vai desde a leitura dos medidores, faturamento
do consumo até a entrega da fatura, consumia cinco dias e foi reduzido para um
minuto graças ao projeto de
mobilidade que promoveu grande disrupção no
faturamento em campo. Essa inovação levou a AES Eletropaulo ao segundo lugar do
ranking geral de As 100+ Inovadoras no Uso de TI 2014 e à liderança na
categoria de
Utilities.

O faturamento em campo não é inédito no setor. A iniciativa,
no entanto, inova na escala, já que a empresa atende a 6,5 milhões de clientes,
e na quantidade de tecnologias utilizadas.

Fruto do investimento de R$ 12 milhões, o projeto foi
iniciado em 2013 com um piloto para 3 mil clientes, e já atende 2,5 milhões
usuários da AES Eletropaulo. A meta, segundo o diretor de TI da empresa,
Antonio Narvaez, é alcançar todos os clientes em 2015.

Para realizar o faturamento nesse curto espaço de tempo, os
colaboradores são apoiados por uma série de dispositivos. Antes, a companhia
contava com um leiturista que descarregava as informações no sistema de
processamento e outro que ia até a casa do cliente entregar a fatura.

“Hoje, fazemos as duas atividades com uma pessoa só, que
passou a usar um PDA mais robusto”, explica Narvaez. Com essa mudança, a rotina
dos profissionais também sofreu impacto, já que eles passaram a realizar outras
tarefas.

Como parte do projeto, a AES Eletropaulo avançou também na
captura de dados de localização com GPS e fotos do local. Por exemplo, em casos
de adulteração do medidor, o funcionário captura imagens e transmite em tempo
real para o backoffice para uma análise mais apurada.

Todo o projeto de mobilidade, no entanto, só faz sentido
quando há conectividade. “Não podemos ficar sem faturar mesmo em áreas de
sombra. Então, colocamos o mesmo motor de cálculo do sistema central no PDA.
Ele faz o faturamento off-line com base no comportamento de consumo caso não
seja possível realizar a leitura”, detalha Narvaez.

O principal desafio, segundo o executivo, foi montar o
quebra-cabeça da solução completa, que converge diversas tecnologias, seja na
integração entre sistemas robustos, como
ERP da SAP e Smart Meter, ou na aplicação de
múltiplas formas de conexão, como 3G, Bluetooth, WiFi, captura de coordenadas
GPS e QR Code
. Em segundo lugar, ele cita a telecomunicação, já que todo o
processo, da leitura à impressão, (a comunicação entre o PDA e a impressora
portátil é feita via bluetooth) deveria acontecer em menos de 40 segundos.

O business case do projeto se justificou não pela
tecnologia, comenta, mas pelo adiantamento de todo o processo de arrecadação. O
objetivo da companhia, com apoio da TI, é trazer maior comodidade e facilidade
aos clientes por meio de inovações, como o portal implementado recentemente que
retém mais de 70% do atendimento aos clientes. “O digital tem possibilitado
tudo isso e preparamos o terreno para expandir a mobilidade. Estamos fazendo
testes com smartphones para uso em campo”, explica o executivo.

De olho no potencial do big data, a distribuidora investe
atualmente na criação de nuvem privada e atualização do CRM. “Os setores de
energia e público são grandes alvos de ataques cibernéticos, então para cada
uma dessas tendências temos um denominador em comum: a segurança”,
destaca.  

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