MDM é ótimo, mas não faz milagre

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2:42 pm - 05 de dezembro de 2014
MDM é ótimo

Obviamente, considero soluções de MDM (Mobile Device Management, ou gestão de dispositivos móveis) essenciais para resolver as principais demandas do departamento de TI que envolvam mobilidade. No final das contas, se não acreditasse nisso, não me tornaria sócio de uma empresa que leva o conceito em seu próprio nome.

Contudo, há alguns “milagres” que esperam da ferramenta. Eles, normalmente, se repetem entre os potenciais clientes que visitamos, então selecionei os seis mais comuns para compartilhar com vocês.

1. Blindagem ao sistema de e-mail: ferramentas de MDM entregam a configuração do e-mail no smartphone ou tablet, mas não têm autonomia para criptografar a comunicação do serviço de correio eletrônico. Existem módulos adicionais que podem ser contratados para garantir essa funcionalidade, mas é preciso, adicionalmente, instalar um servidor dentro da rede do cliente para efetivar a criptografia. E vale frisar, ainda, que o fornecedor de MDM nunca tem acesso às mensagens trocadas, porque tudo continua protegido e em posse da empresa.

2. Eternamente rastreável: não é porque o dispositivo está integrado a uma ferramenta de gestão que ele poderá ser rastreado para sempre. O sistema de localização vale, somente, se o aparelho estiver ligado e não tiver sido formatado.

3. Cercas eletrônicas milimetricamente posicionadas: com as cercas eletrônicas, algumas funções são temporariamente desabilitadas quando o dispositivo atinge determinadas localizações. Um exemplo de uso é o bloqueio da câmera fotográfica quando o usuário está na empresa, a fim de evitar espionagem industrial. O mito desse recurso envolve sua precisão: existe a ideia de e é possível aplicar a restrição em uma sala e liberar o uso no corredor seguinte, por exemplo. Como o serviço depende do GPS do dispositivo, cuja habilidade de geolocalização ainda não é tão apurada, a margem de erro varia de 5 a 100 metros dentro de um ambiente fechado. O cálculo também é comprometido se houver muitos prédios na região ou, ainda, se o céu estiver muito nublado.

4. De olho no uso de aplicativos: se o uso de aplicativos de mensagens terceirizados, como WhastApp, forem permitidos, não será possível rastrear conversas dos usuários. Essas informações são inacessíveis se não houver APIs que permitam a customização do app – o WhatsApp, por exemplo, não tem.

5.De orelha nas ligações dos funcionários: o MDM não quebra confidencialidade de ligações telefônicas. Só há quebra de sigilo via decisão judicial, em caso de investigação de órgãos públicos, como Ministério Público e Polícia Federal. De qualquer forma, é possível obter uma visão detalhada da conta, com identificação de números discados e duração das chamadas.

6. Qualquer dispositivo se encaixa em MDM: não é porque o dispositivo tem IP e é móvel que a ferramenta vai dar conta das necessidades específicas dele. Tecnologias vestíveis, como relógios inteligentes e Google Glass, têm particularidades que devem ser estudadas antes de serem pendurados em uma solução de MDM. Para saber mais sobre isso, leia o artigo Byod e Wyod.

Se você tiver alguma dúvida sobre o que é, ou não, possível fazer com ferramentas de MDM, comente este post!

*Vinícius Boemeke é diretor de marketing da MDM Solutions
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