Investimentos e gastos na TI representam 9% do faturamento de empresas brasileiras
Investimentos e gastos com TI cresceram 0,3% em relação ao ano passado, apontou pesquisa da FGV
O uso, os gastos e investimentos em TI nas empresas brasileiras de médio e grande porte representam 9% do total do faturamento líquido destas organizações. O dado é da 34ª edição da pesquisa anual sobre o Mercado Brasileiro de TI e Uso nas Empresas do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGVcia).
O índice representa o gasto total destinado a TI, incluindo a soma de todos os investimentos, despesas e verbas alocadas em TI – como equipamento, instalações, suprimentos e materiais de consumo, software, serviços, comunicações e também custo direto e indireto com pessoal próprio e de terceiros em TI –, dividido pela receita da empresa.
Segundo Fernando Meirelles, professor e coordenador da pesquisa do FGVcia, nos últimos 35 anos, o índice cresceu 6% ao ano, passando de 1,3% em 1988 para 9% entre 2022/23. No ano passado, o valor foi de 8,7%. “Minha estimativa é que o índice vai passar de 10% em dois ou três anos”, comentou. “Há uma variável da qual não temos controle, que é a economia. Se a economia deslanchar mais, o índice cresce mais, se deslanchar menor, não crescerá tanto.”
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O levantamento analisou também o CAPU – Custo Anual de TI por Usuário –, que neste ano chegou aos R$ 52 mil. Esse valor refere-se aos gastos e investimentos em TI das empresas pesquisadas no ano passado, dividido pelo número de usuários da empresa.
O CAPU não tem economia de escala, conforme o estudo, e cresce conforme o tamanho da empresa e ramo de atuação. Nas empresas prestadoras de serviços, a média é R$ 62 mil; na Indústria, R$ 45 mil; no Comércio, R$ 34 mil; e nos bancos, R$ 138 mil.
Outro dos destaques da edição deste ano da pesquisa é a medição inédita de adoção de computação de nuvem por grandes e médias empresas no Brasil. Segundo os dados, a modalidade já responde por, em média, por 42% do processamento nas empresas.
De acordo com Meirelles, dados sobre o percentual de processamento de nuvem em empresas são “nebulosos”. Há três anos que o estudo busca avaliar a métrica, mas só neste ano trouxe a estimativa. O resultado representa um crescimento de cerca de 10% em relação ao ano anterior. A expectativa para os próximos anos é de uma taxa de crescimento parecida. “Em um ou dois anos, metade do processamento estará na nuvem”, completou o professor.
Brasil tem mais de dois dispositivos digitais por habitante
Além dos dados sobre a TI dentro de empresas, o estudo do FGVcia também analisou a prevalência de dispositivos eletrônicos no país. Neste ano, o Brasil registrou 464 milhões de ‘dispositivos digitais’, incluindo computadores, notebooks, tablets e smartphones, entre uso doméstico e corporativo. Com isso, o país já soma mais de dois – exatos 2,2 – dispositivos por habitante.
O estudo revela ainda que são 1,2 smartphones por habitante, totalizando 249 milhões de celulares inteligentes em uso no Brasil. Adicionando os notebooks e os tablets, são 364 milhões de dispositivos portáteis, ou 1,7 por habitante. No país, são 3,3 celulares vendidos para cada aparelho de TV.
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Em relação a computadores, o Brasil possui 215 milhões (desktop, notebook e tablet) em uso, atingindo 1 computador por habitante (100% per capita). As vendas em 2022 caíram 11%, com 12,4 milhões de unidades. Apesar do cenário negativo, estima-se em 2023 um crescimento perto de 10%.
O FGVcia divulga anualmente, desde 1988, um amplo retrato do mercado de Tecnologia de Informação (TI), com resultados de estudos e pesquisas do uso de TI nas empresas. Nesta edição, houve a participação de 2.660 médias e grandes empresas, sendo 66% das 500 maiores empresas do país.
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