Gestores compraram o hype da IA, mas faltam recursos, diz estudo da FIS
Pesquisa encomendada pela IFS feita com gestores mostra que falta tecnologia, processos e competências para avançar
Uma pesquisa da IFS divulgada essa semana descobriu que lideranças executivas e conselhos empresariais “compraram o hype da IA – mas as organizações ainda são incapazes de atender essa expectativa. O estudo ouviu 1.709 decisores seniores, que disseram que os projetos que se valem de IA estão travados pela tecnologia, pelos processos e pelas competências das pessoas.
A pesquisa ouviu executivos de organizações com receita anual acima de US$ 50 milhões no Reino Unido, EUA, Canadá, Alemanha, França, Emirados Árabes Unidos, Noruega, Japão, Austrália, Suécia, Dinamarca e Finlândia entre os dias 6 e 27 de março desse ano. O estudo – chamado Industrial AI: the new frontier for productivity, innovation and competition – revela que metade dos entrevistados permanece otimista, apesar do cenário. E que uma estratégia correta de IA poderá obter valor nos próximos dois anos, com um quarto dos ouvidos acreditando que pode consegui-lo já no próximo ano.
Entre os ouvidos, 84% preveem enormes benefícios com a IA, sendo as três principais inovação de produtos e serviços, melhor disponibilidade de dados internos e externos, e reduções de custos e ganhos de margem. A expectativa tornou-se tão elevada que 82% dos decisores seniores reconhecem que existe uma pressão significativa para adotar rapidamente a IA.
No entanto, este mesmo grupo afirma estar preocupado com falhas em planejamento, implementação e comunicação adequada possam significar que os projetos de IA ficarão paralisados na fase piloto.
Falta de estrutura
O estudo descobriu que mais de um terço (34%) das empresas sequer migraram para a nuvem. Embora isto não seja essencial para a adoção da IA, é indicativo de que uma empresa está despreparada e provavelmente não será capaz de escalar a IA por todas as áreas do seu negócio, diz a IFS.
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Segundo 80% dos entrevistados, a falta de uma abordagem estratégica significa que não possuem competências internas suficientes para adotarem a IA.
Para Christian Pedersen, CPO da IFS, muito embora a IA seja “a ferramenta empresarial mais transformacional já vista”, a pesquisa indica que ainda existem mal-entendidos para aproveitar o poder da ferramenta. “Dizem que a IA reduzirá significativamente os custos e aumentará as margens, mas a falta de uma estratégia robusta significa que a maioria das empresas não têm competências e preparo suficientes para alcançar estas ambições”, pondera.
Para ele, o “valor da IA simplesmente não será encontrado em uma única capacidade de IA, mas sim na entrega de IA em todos os produtos e processos de negócios”.
Planejamento e otimismo
A lacuna de competências nas empresas significa que, segundo a IFS, muitas empresas ficarão para trás na corrida da IA. Quase metade dos entrevistados (48%) eram mais propensos a dizer que estão buscando propostas do que ter uma estratégia clara e resultados perceptíveis (27%). Um quinto está em fase de investigação, com testes não controlados acontecendo, e outros 5% não têm abordagem coordenada ou projetos em andamento.
Apesar dos desafios, há otimismo entre os respondentes, que acreditam que a IA poderá fazer uma diferença significativa nos negócios dentro de um a dois anos (47%), enquanto um quarto dos entrevistados (24%) acreditam que isso poderá acontecer em um ano.
Os entrevistados estão mais otimistas quanto ao impacto da IA na produção inteligente e/ou na prestação de serviços em termos de eficácia e de gestão empresarial/operacional (22%) no futuro. Um quinto vê o maior impacto na inovação com novos produtos e serviços (20%), no crescimento e na tomada de decisões do modelo de negócios (20%), no empoderamento das pessoas e no aumento da retenção de talentos (19%) e na experiência e atendimento ao cliente (19%).
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