Furto de cabos de telecom em 2022 chega a 2,34 milhões de metros
Valor foi computado pela Conexis e se refere apenas aos furtos praticados no primeiro semestre desse ano
Imagine um rolo de cabos de telecomunicações suficiente para ir do Rio de Janeiro (RJ) até Porto Alegre (RS). Duas vezes. Essa é a quantidade de cabos furtados ou roubados no Brasil apenas no primeiro semestre de 2022. São 2,34 milhões de metros lineares de cabos, segundo o Conexis, sindicato que reúne as empresas do setor.
O volume representa aumento de 28% em relação ao semestre anterior, quando foram furtados 1,83 milhões de metros. Essa alta ocorre depois de o setor ter registrado queda de 11% no volume de cabos furtados ou roubados em 2021, na comparação com 2020. O valor furtado no primeiro semestre deste ano retoma o patamar registrado no primeiro semestre de 2021, quando foram furtados ou roubado 2,3 milhões de metros de cabos de telecom.
Segundo a entidade, os crimes praticados apenas em 2022 deixaram mais de 4 milhões de clientes sem acesso aos serviços de telecomunicação. São Paulo (maior em volume de roubos), Paraná, Minas Gerais, Espírito Santo (que registrou a maior alta) e Rio de Janeiro são os estados que mais sofreram com o problema, diz o Conexis.
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A entidade alega que furtos, roubos e receptação de cabos e equipamentos causam prejuízo para os consumidores, que ficam sem acesso a serviços importantes, incluindo no acesso a serviços de utilidade pública, como polícia, bombeiros e emergências médicas.
“O setor de telecomunicações reconhece o esforço conjunto das autoridades estaduais, por meio das secretarias de segurança pública e das polícias, na implementação de iniciativas de combate a furtos, roubos e receptação de cabos e equipamentos”, diz em comunicado Marcos Ferrari, presidente executivo da Conexis. “Defendemos políticas públicas de combate aos furtos, roubos e receptação de cabos e equipamentos e a aprovação urgente do PL 5846/16, que aumenta a punição para esses crimes.”
O setor também defende a punição de empresas que compram equipamentos furtados ou roubados, além da mudança da regra que penaliza as operadoras quando o serviço é interrompido em decorrência do crime.