Estudo: no 5G, teles se tornarão provedores estratégicos de nuvem
Pesquisa da IBM indica que metade dos provedores de serviços de comunicação entendem que se tornarão plataformas para ecossistemas de parceiros

Para avançar em direção ao 5G e ao edge, as empresas de telecomunicações estão adotando plataformas de nuvem híbrida aberta que permitem escala, mas mantendo o controle da jornada de transformação do negócio e dos seus dados. É o que revela o estudo “O fim dos provedores de serviços de comunicação como conhecemos”, conduzido pela IBM.
De acordo com o levantamento, metade (50%) dos provedores de serviços de comunicação (CSPs) globais entendem que devem se tornar plataformas de nuvem estratégicas combinando um ecossistema de parceiros diverso. Já 45% dos entrevistados na América Latina acreditam que devem se tornar nuvens seguras com IA e automação.
“Uma das principais conclusões obtidas a partir das visões dos executivos destas empresas é que para terem o controle do seu próprio destino, as operadoras precisam mudar seu posicionamento”, destacou Marisol Penante, líder de consultoria e serviços para as indústrias de mídia e telecomunicações na IBM América Latina.
Segundo a IBM, as telcos devem adaptar seu modelo de negócio de provedoras de conectividade e infraestrutura para um modelo de plataforma serviços. “Isso deve levar conta o fato de que a própria infraestrutura de suas redes está se tornando uma plataforma em nuvem híbrida e os serviços de dados, voz e multimídia estão gradativamente sendo migrados para componentes abertos”, complementou a executiva.
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Marisol Penante também nota a importância de abraçar uma abordagem de nuvem híbrida aberta, para que obtenham o controle sobre onde instalar partes de sua arquitetura, seja em nuvem pública ou privada. “Esta arquitetura, compatível com o padrão da indústria, promove flexibilidade de implantação e colaboração em todo o setor e fornece suporte para monetizar as vantagens do 5G – incluindo latência reduzida, largura de banda aprimorada e capacidade de rede dedicada que pode melhorar a qualidade do serviço para os clientes”.
O estudo contou com a participação de 500 executivos globais de empresas de telecomunicações de 21 países, incluindo o Brasil e outros países da América Latina. O objetivo sobre os desafios e oportunidades dessas organizações quanto ao ecossistema de 5G e edge computing.
A segurança, por sua vez, é vista como um elemento-chave para a transformação por parte das telcos. Cerca de 60% dos CEOs das empresas pesquisadas apontam o fortalecimento da segurança e da privacidade dos dados como um fator importante para construir a experiência e a confiança do cliente nos próximos 2 a 3 anos, segundo a Pesquisa CEO do IBV 2021.
No entanto, o mapeamento indica uma relutância por parte das telcos em confiar nos webscalers tradicionais e nas nuvens de hyperscalers ao longo dessa jornada de transformação. Cerca de três quartos (74%) dos CSPs de melhor desempenho veem que a parceria com webscalers, incluindo hyperscalers, para Edge computing e 5G, beneficia principalmente os interesses estratégicos dos webscalers.