Decisões baseadas em dados exigem ‘alfabetização’ e nova cultura

Para alcançar a maturidade dos negócios, tomada de decisões deve ser prioritária e baseada em informações concretas

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5:45 pm - 24 de fevereiro de 2021
introdução à ciência de dados

Com o novo status universal conquistado pelos dados, muitas companhias estão progredindo e crescendo, enquanto outras estão estagnadas e encerrando suas operações. Não é que as empresas não têm investido em tecnologia para lidar com esse número elevado de informações, mas o fato é que mesmo depois de inúmeras tentativas e um grande investimento financeiro, a maior parte ainda não utiliza os dados no cotidiano para inovar, aperfeiçoar e otimizar operações.

Por isso, um dos perfis profissionais mais procurados e contratados em países como os Estados Unidos está relacionado à Ciência de Dados. Mesmo assim, na maioria das vezes, o resultado não vem. Raramente se consegue tornar o modelo de negócio totalmente baseado em dados e as decisões continuam sendo tomadas por experiências empíricas. Quando muito, por relatórios estáticos gerados sob demanda e às pressas, por meio de planilhas.

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Vale destacar que o problema também está ligado às questões culturais. No campo teórico é simples pensar em um mecanismo tecnológico dentro do qual é possível tornar os dados disponíveis para processos de tomada de decisão por meio de relatórios, painéis, inteligência artificial e outros destinos. Na prática, porém, é muito mais difícil tornar essa teoria uma ação cotidiana e até mesmo automática para a alta direção, gestores e, principalmente, profissionais de nível operacional.

Mudanças estruturais impactam na geração de resultados 

A forma como as empresas de sucesso está tomando decisões a favor do negócio muda rapidamente. Relatórios estáticos gerados manualmente estão dando espaço para análises preditivas, machine learning e inteligência artificial. As companhias precisam abraçar a ideia de que olhar no retrovisor não é mais o único meio de saber o que deve ser feito. Decisões em tempo real auxiliam a otimizar a operação e captar mais clientes e novas oportunidades para o negócio. Mas, tecnologia sem propósito e propósito sem tecnologia, não geram resultado. É preciso alcançar a cultura orientada a dados.

Nesse sentido, a cultura de decisões baseadas em dados reúne planejamento, expectativas, propósitos, ferramental, treinamento, dados e exemplos vindos da alta direção, este último mostrando para o restante da companhia quais são os modelos que devem ser seguidos por todos.

A alfabetização de dados e a tomada de decisões

Atualmente, lidar com informações é tão importante quanto saber ler e escrever, porque são os dados transformados em análises que permitem tomadas de decisões e insights. Em última instância, é a fluência para lidar com dados que deveria nortear a companhia em suas decisões e propósitos.

Muito se pensa que informações de tomada de decisão são produtos destinados exclusivamente a um executivo ou grupo decisor. Mas que tal se um profissional de vendas à distância tiver acesso às estatísticas do perfil de consumo do cliente para o qual pretende fazer contato? Suas preferências, gostos, produtos e serviços já contratados. Poderá, em um nível operacional, personalizar a chamada e lidar com a interação de maneira a entusiasmar o cliente por ter uma abordagem tão próxima das suas necessidades. Informações em todos os níveis da organização estão impulsionando empresas de todos os tamanhos. Já para outras, a falta de acesso aos dados as leva ao esquecimento.

Esteja atento às informações

Companhias que investem na cultura de dados em todos os níveis da empresa estão contabilizando ganhos expressivos. Isso significa algo em torno de 3% a 5% de valor de mercado de grandes empresas nos EUA que incorporaram a cultura do uso de dados de maneira institucional e não isolada. Em números financeiros, valores entre U$320 e U$534 milhões de valorização.

Por fim, destaco que as empresas de sucesso estão constantemente coletando dados sobre seus clientes, fornecedores, parceiros de negócio e até concorrentes, muito do fruto da implementação de soluções de CRM (Gestão de Relacionamento com o Cliente), ERP (Sistema de Gestão Empresarial) e SCM (Gestão da Cadeia de Suprimentos), que coletam dados de seus processos naturais de operação. Estes sistemas estão cada vez mais imbuídos de recursos analíticos, mas a verdadeira exploração sem limites vem do amplo conjunto de ferramentas do segmento de BI (Business Intelligence) que transforma esses dados em inteligência operacional e de decisão.

Sua empresa já conhece o Business Intelligence? Como está o processo de tomadas de decisão?

* Franco Galati é líder de pré-vendas do Grupo Toccato

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