Complexidade tributária e regulatória desafia transformação digital no Brasil

Estudo da TGT ISG indica que, apesar das dificuldades, empresas e startups brasileiras estão aproveitando oportunidades

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11:00 am - 13 de março de 2024
Gabriel Sobanski. Foto: Divulgação

A complexidade tributária e regulatória é uma das barreiras para a transformação digital no Brasil, indica um estudo divulgado essa semana pela TGT ISG. Chamado Digital Business Innovation Services 2024, o relatório se debruça especificamente sobre o cenário brasileiro. De acordo com o autor do relatório, Gabriel Sobanski, líder de análise de pesquisas da consultoria, o ambiente de negócios se torna menos favorável para empresas que querem investir em pesquisa e desenvolvimento.

“Além disso, a elevação da capacidade de entrega por parte das empresas de serviços em tecnologia deve ser constante para atender o aumento da demanda, com estas empresas investindo em conhecimento e em um maior número de parceiros tecnológicos”, diz.

No Brasil, diz o relatório, o cenário dos serviços de inovação digital é diverso e dinâmico. Muitas empresas brasileiras estão implementando estratégias de transformação digital, e adotando tecnologias para impulsionar crescimento e competitividade. Segundo o estudo, aqueles que o conseguem têm maiores chances de se destacar e prosperar em um ambiente de negócios cada vez mais digitalizado.

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O estudo também aponta aspectos positivos no cenário brasileiro. Por exemplo a Estratégia Brasileira para a Transformação Digital (E-Digital) para o período 2022-2026, com foco em seis eixos estratégicos: infraestrutura e acesso; pesquisa, desenvolvimento e inovação; confiança no ambiente digital; educação e capacitação profissional; cidadania e serviços públicos digitais; e transformação digital produtiva. No entanto, o Brasil ainda enfrenta alguns desafios.

Particularidades brasileiras

De acordo com Sobanski, um dos principais obstáculos é a escassez de mão de obra qualificada, que limita a capacidade das empresas de implementar e aproveitar as tecnologias emergentes. Também a baixa penetração da banda larga em algumas regiões do País, o que “dificulta o acesso universal à internet de alta velocidade, fundamental para o desenvolvimento de soluções digitais inovadoras”.

Para o autor, superar esses desafios exigirá esforços coordenados do setor público e privado, incluindo investimentos em educação, infraestrutura digital e políticas que incentivem a inovação e a adoção de novas tecnologias.

O relatório aponta que, entre os setores da indústria, destacam-se o comércio de vestuário e acessórios, saúde, alimentício e marketing. Nesse primeiro, as empresas estão adotando tecnologias como realidade aumentada (RA) e inteligência artificial (IA) para aprimorar a experiência do cliente.

No setor da saúde, a telemedicina e os aplicativos estão se tornando mais comuns. Na indústria alimentícia, a digitalização está transformando a cadeia de suprimentos e a experiência do consumidor.

No setor de marketing, o estudo aponta que a personalização e a automação são consideradas tendências dominantes. “As empresas estão utilizando análise de dados avançada para segmentar os clientes com maior precisão e oferecer campanhas mais relevantes”, diz o autor.

Sobanski ressalta que o processo de transformação digital não é apenas uma questão de adoção de novas tecnologias, mas demanda profunda mudança cultural nas empresas. “A transformação digital permeia toda a organização, desde sua estratégia de negócios até a maneira como as equipes colaboram e se engajam”, diz.

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Redação

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