CIOs contam como buscam vencer a guerra por talentos em TI no Brasil

Segundo "Antes da TI, a Estratégia", retenção de talentos e a capacitação das equipes estão entre os maiores desafios da TI para o ano de 2021

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5:14 pm - 05 de agosto de 2021
Fernando Rostock, Leonardo Brandileone, Fernando Ramos e Rafael Carrenho. Foto: Divulgação

Os avanços dos projetos de transformação digital têm esbarrado em um tema cada vez mais sensível e crítico às organizações: a falta de talentos que tenham habilidades digitais e também skills orientados aos negócios. Dados do estudo “Antes da TI, a Estratégia”, tradicional estudo organizado pela IT Mídia, apontam que entre os maiores desafios da TI para o ano de 2021 estão a retenção de talentos e a capacitação da equipe de TI.

Se por um lado a pandemia provocada pelo coronavírus acelerou a digitalização das companhias, por outro acentuou ainda mais o gargalo de talentos em TI. Soma-se a isso uma crescente migração de profissionais brasileiros que se voltam para escritórios baseados em outros países. Afinal, com o home office caem também os limites geográficos.

Fernando Rostock, gerente executivo de TI, do Grupo Yamaha Brasil, lembra que a lacuna de talentos no mercado de tecnologia começa com um déficit anterior: o da educação. “A gente está neste contexto de que faltam profissionais especializados ou em determinados perfis, porque a gente, como país, investe muito pouco em educação. […] E se a gente não está formando, não tem mágica que resolva”, destacou em entrevista ao IT Forum. “A gente não vai sair desse redemoinho e só vai piorar, porque as empresas estão querendo ser cada vez mais tecnológicas, com mais Customer Experience, mais aplicativos, mais relacionamento digital, então a demanda vai só aumentar”.

Atualmente a Aché Laboratórios conta com cerca de 40 posições abertas para trabalhar na equipe de Rafael Carrenho Batista, Diretor Executivo de Inovação & Transformação Digital. Cientistas de dados estão entre os profissionais mais difíceis de serem recrutados devido a alta concorrência para este perfil no mercado. Para o executivo, a parceria das áreas de tecnologia e do RH é fundamental na tentativa de superar os desafios de encontrar os talentos certos.

“Compete também entender que a geração mudou e para nós, como tecnologia, esse profissional chega mais rápido”, pontua ao comparar jovens talentos em programação que, frequentemente, chegam ao mercado de trabalho mais cedo. “Muitas vezes, pegamos um jovem de 18 anos e [ele] já é um gênio, porque começou a programar com 8, com 9 anos. Ele pode ser sênior com 18 anos, mas sênior profissional não significa ser sênior de maturidade e o nosso RH não pode tratar ele como trataria qualquer profissional”, acrescenta ao lembrar que uma nova geração de talentos em programação pode não ter, necessariamente, um diploma universitário. “Eu comecei a minha carreira em banco internacional. Se você falasse que ia contratar analista júnior sem graduação, ele não passaria nem na frente [do processo seletivo]. Então, como a gente faz parceria com o RH para entender esta mudança. Eu sempre falo que é uma transformação cultural e não é nem transformação cultural, é evolução cultural. Então, como é que a gente trabalha essa evolução cultural com o time de RH”.

Fernando Ramos, superintendente de TI, da COPASA, assume a mea-culpa que as organizações e as áreas, de forma geral, têm ao se voltarem para os currículos e habilidades dos candidatos. Em meio à aceleração da transformação e do próprio consumo, sobra pouco tempo para treinar novatos. “A gente não tem paciência de formar profissionais, nós queremos profissionais prontos para trabalhar com a gente. A gente quer profissional já para dar resultado. […] Isso é outro problema, eu vejo que em outra épocas a gente tinha mais paciência, de pegar iniciantes, de formar, juntar a profissionais mais experientes”.

Entre as estratégias de atração e retenção do Mattos Filho Advogados está a criação de uma academia institucional, conta Leonardo Bruno Brandileone, Diretor de Tecnologia e Conhecimento. “Desde o auxiliar aos diretores, têm cursos, trilhas para o desenvolvimento dessas habilidades e soft skills. Para os gerentes, temos uma parceria com a Fundação Dom Cabral para desenvolver habilidades de negócios e fora isso, a gente procura para os gerentes, coordenadores e até eu mesmo, uma espécie de coach para pessoas que têm interesse e precisam ganhar mais habilidade para o desenvolvimento da carreira”, destaca.

Para saber mais como os CIOs estão enfrentando os desafios da retenção e capacitação de talentos, assista a primeira edição da Mesa Redonda Virtual “Antes da TI, a Estratégia”. 

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