CIO precisa agregar competências para manter-se relevante nos próximos anos

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1:42 pm - 27 de agosto de 2016
CIO precisa agregar competências para manter-se relevante nos próximos anos

Discussões recentes sobre o papel do CIO geraram dúvidas sobre se esse cargo vai continuar a existir nos próximos anos. Por mais que não haja uma certeza sobre o futuro, a resposta é não, acredita Sergio Lozinsky, fundador e consultor da SLozinsky. “A posição do responsável por TI é necessária nas empresas, o problema é o que ele faz, pois seu escopo vai mudar”, sentenciou em conversa com CIOs no IT Forum+, que acaba amanhã (28/8) na Praia do Forte (BA).

Segundo ele, organizações estão cada vez mais complexas, com metas ambiciosas e, naturalmente, elas vão encarar de outra forma o profissional que quer continuar fazendo o que sempre faz, sem sair da zona de conforto. Reinaldo Roveri, sócio e consultor da Stratica, lembrou que o estudo Antes da TI, a Estratégia, realizado pela IT Mídia em parceria com os consultores, indica que dos CIOs das 501 a 1 mil maiores empresas, 34,4% querem se manter na TI ou na posição atual e 31,4% buscam ganhar mais influência na empresa. O quadro está dividido.

Vania Neves, CIO da GSK, companhia farmacêutica, afirmou que certamente o papel do líder da TI está mudando e para ela, olhar só máquinas não é o futuro ideal. “O CIO tem de ter mais tempo para os negócios e para inovar”, opinou. 

E se o CIO quer mudar seu escopo, ser mais estratégico e estar ao lado dos negócios, ele precisa investir em conhecimento. A maioria dos CIOs (55,2%) respondentes do Antes da TI, a Estratégia no IT Forum+ tem um MBA em seu currículo. Mas isso não basta. No novo contexto, ele deve até buscar conhecimento em outras áreas.

Tania Casado, professora da USP e FIA, assinalou que para agregar conhecimento e fazer rede é preciso sair da cadeira. Ela perguntou aos participantes da discussão sobre o tema quantos deles realizavam trabalho voluntário. “Vocês deveriam colocar na agenda de vocês essa atividade e levar o time para trabalhar como forma de desenvolvimento”, aconselhou, acrescentando que eventos são também fundamentais para a troca de experiências e para formar redes.

“Acredito, ainda, que o talento de TI tem de estudar temas fora da área. Quem está no topo hoje, busca conhecimentos de filosofia, por exemplo, porque o mundo está tão complexo, que o líder ou aprende a pensar ou não tem vez”, ressaltou Tania.

Lozinsky acrescentou que para ser um líder é primordial estudar sempre e, em sua opinião, um dos melhores investimentos que uma pessoa pode fazer é viajar para perceber como as coisas funcionam fora do seu quadrado.

Comunicar 
No estudo Antes da TI, a Estratégia e durantes as discussões no IT Forum+, CIOs concordaram que precisam desenvolver a capacidade de comunicação, não só com suas equipes, mas pares de negócios.

Um dos líderes de TI presentes relatou que em levantamento realizado pela TI para verificar a aceitação e atuação da área frente às demais, mostrou que os departamentos que tinham problema de liderança avaliaram mal a TI. Os times voltados ao front-end, no entanto, reagiram positivamente aos projetos da tecnologia da informação.

E essa capacidade é crucial nos dias de hoje, que TI é pressionada pelas áreas de negócios para saber das últimas tecnologias e levá-las prontamente para a empresa. “Mais do que nunca, o CIO tem de estar preparado para dar respostas. O que estamos mostrando é que preciso de capacidade de comunicação melhor do que antes”, avaliou Lozinsky. “O CIO está em uma encruzilhada”, acrescentou Tania.

Afinal, então, qual o papel que você, como líder da TI, quer assumir nos próximos anos? Confira a opinião dos CIOs do Grupo Cornélio Brennand, Sergio Barreto, e Sergio Ricciardi, da Naturalle, no vídeo abaixo:

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