CEO da IBM é pressionada sobre novos rumos da companhia

Author Photo
4:07 pm - 23 de outubro de 2014
CEO da IBM é pressionada sobre novos rumos da companhia
A IBM surpreendeu seus investidores ao anunciar nesta semana em seu relatório de projeções para 2015 que seus ganhos irão regredir, o que representaria a primeira queda desde 2002. 

A informação deixou investidores e analistas se perguntando: como a CEO Ginni Rometty pode dar a companhia uma nova “vida”? Até o momento, a IBM falhou em avançar nas áreas que mais crescem atualmente, como cloud computing, o que refletiu nos antigos negócios envolvendo software e hardware. Outras companhias que não tiveram atuações tão rápidas acabaram tomando decisões mais drásticas, como a divisão da HP e do EBay. Segundo o analista da FBR Capital Markets, Daniel Ives, a executiva da IBM está “contra a parede” em termos de crescimento e estratégia. 

O que a companhia precisa é de crescimento, o que é mais fácil de ser dito do que realizado. Enquanto as apostas da companhia são no mercado de cloud, apenas 3% da receita da empresa é proveniente desse segmento. Enquanto isso, serviços e softwares não são mais a salvação que um dia foram para sustentar a queda na demanda por hardware.

Com mais consumidores demandando a entrega de softwares e serviços via cloud, há uma queda na força de venda da IBM. Segundo a analista da RBC Capital Markets, Amit Daryanani, chegou o momento de a companhia começar a pensar na possibilidade de dividir os ramos de atuação, seguindo os passos da HP e do EBay.

Divisão de negócios
Por enquanto, os problemas mais urgentes que a IBM enfrenta são obter novos clientes de negócios, cortar postos de trabalho e outros gastos e realizar mais aquisições para provar que a empresa consegue se adequar ao momento de mudanças. Após dez trimestres seguidos de queda nas receitas, a IBM pretende migrar o seu portfólio de softwares para a nuvem, no qual clientes armazenam tecnologia em servidores remotos em vez de tê-los dentro de casa.

Além disso, a companhia precisa batalhar pela pressão nos preços no ramo de serviços, o maior da IBM. Segundo Ives, para fazer isso, a companhia precisará se mexer rapidamente e atrair mais do que os clientes tradicionais para crescer, o que irá colocar a IBM frente a frente com concorrentes como Salesforce.com e Amazon.com.

Ginni também precisará olhar para concorrentes como a Oracle e a HP para obter inspiração sobre uma aquisição transformativa ou divisão bem-sucedida. Essas companhias aprenderam que os negócios não podem continuar como eram feitos antigamente conforme as tecnologias avançam.

A IBM aos poucos já foi dividindo e abrindo mão de determinadas atividades da companhia, como a venda da divisão de PCs e servers low-end para a Lenovo. Nesta semana, a companhia também concordou em pagar US$ 1,5 bilhão para a Globalfoundries assumir a manufatura de chips da empresa. De acordo com a imprensa norte-americana, essas divisões resultaram em uma perda de US$ 7 bilhões da receita anual, o que Ginni classificou como “calorias vazias”.

IBM se recria
Quando questionada sobre a possibilidade de dividir a companhia, Ginni foi clara em afirmar que a companhia se beneficia de ter ofertas de serviços como cloud e analytics. “Diferentemente de muitas outras companhias, temos sido agressivos sobre mudar nossa companhia por conta própria, e isso começou anos atrás. Estamos tomando ações para nos reinventarmos”, explica a CEO.

Como parte desse processo, a IBM criou um negócio separado em torno da sua tecnologia de análise de dados Watson, e agora faz o mesmo com o setor de cloud. “Focamos em nos reinventar da mesma forma que fizemos em nossas primeiras gerações”, afirma Ginni.

Em um memorando para os funcionários da companhia, Ginni enfatizou seu plano de três etapas para acelerar a mudança nos rumos da empresa: estabelecer uma divisão de negócios focada apenas em cloud, introduzir ofertas de software mais flexíveis para os clientes e mudar a maneira que os produtos são entregues e a racionalização da companhia para melhorar velocidade e agilidade. 

Ações
Os investidores se surpreenderam quando a IBM quebrou uma série de 11 anos seguidos de crescimento nos lucros, performance que era considerada primordial para os investidores. Com isso, o valor da ação caiu para US$ 16,64, enquanto a projeção para o ano era de US$ 18 ou valor superior. A companhia já teve 11% de retração desde que Ginni assumiu o cargo de CEO, no início de 2012.

*Com informações da Bloomberg

Newsletter de tecnologia para você

Os melhores conteúdos do IT Forum na sua caixa de entrada.