CEO da AWS apresenta os “superpoderes da nuvem”

Author Photo
9:27 pm - 30 de novembro de 2016
CEO da AWS apresenta os "superpoderes da nuvem"

A Amazon Web Services (AWS) quer provar que a nuvem é o futuro e tudo que uma empresa precisa para evoluir. E está desenvolvendo soluções baseadas em cloud para provar isso. Se em 2014 a companhia disse que a nuvem era “o novo normal” e, em 2015, que essa tecnologia trazia diversos tipos de liberdade, neste ano recorreu ao mundo dos super-heróis para mostrar as diversas opções e capacidades da nuvem. São os “superpoderes da nuvem”.

Em sua primeira participação no re:Invent – evento anual da companhia realizado em Las Vegas (EUA) – como CEO da companhia, Andy Jassy listou os cinco superpoderes da tecnologia de cloud computing: velocidade supersônica; visão Raio-X; imortalidade; possibilidade de voar; e mudança de forma. Baseado em cada um dos temas, o executivo mostrou uma série de novidades da companhia para 2017. “Não trata-se de uma necessidade de lançar produtos. É como uma criança no natal com os presentes e mostrando para a família”, brincou o executivo durante conversa com jornalistas após sua apresentação, após ser questionado sobre a grande quantidade de produtos anunciados.

“É ótimo que podemos ter o controle da nuvem. Com a tecnologia da AWS, sentimos que demos superpoderes aos clientes – provemos capacidades nunca antes vistas”, destacou Jassy, no palco. O executivo acredita que, ao contrário do que algumas previsões de mercado, os próximos dez anos trarão, sim, novas tecnologias. Mais do que na última década. No caso da AWS, ele explica que o motivo é que a empresa gastou muito energia para “convencer” e entender como os clientes usariam a nuvem. “Hoje, a realidade é outra. Não temos mais esse tipo de conversa. Esse é o mundo que vamos viver e é muito animador.”

Os números também são animadores para a AWS. No terceiro trimestre de 2016, a empresa registrou aumento de 55% em relação ao mesmo período do último ano, com faturamento de US$ 13 bilhões. Os superpoderes e os principais lançamentos anunciados pelo executivo são:

1. Velocidade supersônica
A nuvem traz agilidade e velocidade. A migração de milhares de servidores pode ser feita em minutos em vez de meses. “Temos uma plataforma robusta, com infraestrutura e capacidades.” A AWS fornece um marketplace de serviços que inclui tecnologias como analytics, apps, mobile, desenvolvimento, IoT e migração. “Você acorda a cada dia com três novas capacidades. Estamos ouvindo os desenvolvedores e tornando tudo realidade.” A empresa estima que disponibilizou cerca de mil novas capacidades em 2016. Em 2015, o número foi de 722.

Algumas dessas capacidades foram anunciadas para toda a linha de serviços de cloud computing, entre elas T2, R4, I3 e C5. Cada um com um foco de uso. Para a solução Elastic Cloud, a empresa apresentou a nova versão que acelera o trabalho de graphics workload. Outra novidade é o Amazon Lightsail, provedor de serviços virtuais privados.

2. Visão Raio-X
Jassy classifica a visão Raio-X como a capacidade de entender os clientes por meio de soluções de analytics. A AWS está desenvolvendo soluções para BI e machine learning, por exemplo. “Para construir uma casa, é preciso ter as ferramentas certas. A mesma coisa ocorre com análise de dados. Queremos permitir que todas empresas possam analisar petabytes”, destacou.

Para isso, a AWS aposta no Amazon Athena, serviço de consulta sem servidor que facilita a análise de dados diretamente no Amazon Simple Storage Service (AmazonS3) usando o SQL padrão. Com alguns cliques, os clientes podem apontar o Amazon Athena em seus dados armazenados no Amazon S3 e começar a usar o SQL padrão para executar consultas e obter resultados em segundos.

A inteligência artificial faz parte da visão Raio-X. A novidade é o Amazon AI, que traz algumas funções, como reconhecimento facial. O serviço consegue identificar o sentimento da pessoa, por exemplo, e também reconhecimento para segurança.

Outra tecnologia de inteligência artificial é o Polly, que transforma texto em voz. São 27 diferentes vozes e 27 idiomas – entre eles Português (tanto do Brasil quanto Portugal). Por fim, a companhia apresentou o Lex, que está acoplado à tecnologia Alexa, que propões interação voz e texto. Ao conversar com o sistema, as respostas serão inteligentes. “Você liga para pedir uma pizza e ela responde perguntando se eu quero a de pepperoni por US$ 9,99”. A voz é transcrita para texto e o sistema usa deep learning para entender o significado. A plataforma pode dar dicas, por exemplo, ao reconhecer imagens. Ou seja, se o usuário procurar por locais com árvores e lagos, ela vai identificar imagens com essas características e dar opções ao usuário.

3. Imortalidade
“É muito difícil um negócio persistir por muito tempo. E os que querem ter vida longa precisam estar aptos a usar as novas tecnologias”, comentou Jassy. Startups e empresas com modelo SaaS estão puxando a fila da inovação. E cada vez mais grandes empresas estão adotando a migração – processo tão incentivado pela AWS, que quer definitivamente o fim dos mainframes.

4. Possibilidade de voar
Jassy destacou a possibilidade voar e entender os dados. O mundo antigo era caro, proprietário e fechado. Nesse sentido, o Amazon Aurora ganhou a compatibilidade completa do PostgreSQL, para o mecanismo de banco de dados AWS que combina a velocidade e a disponibilidade de bancos de dados comerciais high-end com a simplicidade e a relação custo-benefício dos bancos de dados de código aberto. De acordo com Jassy, mais de 14 mil base da dados já foram migradas com o Aurora.

5. Mudança de forma
A possibilidade de mudança de forma em qualquer situação é outra vantagem apontada por Jassy. A migração ainda é um processo “resistente” para algumas empresas, por isso o modelo híbrido é um dos focos. “Empresas querem um processo mais suave, além de poder escolher entre on-premises e cloud. Uma parceria para a transformação é com a VMware, com foco em serviços de nuvem híbrida.

O Snowball também ganhou nova versão, chamada Edge. Trata-se do produto físico da AWS, que permite o armazenamento de dados na nuvem de forma inusitada: basta passar os dados para o appliance, enviar para a AWS via UPS e em algumas horas eles estão na nuvem.

Para dados na escala extrabyte, algo que o Snowball não suporta, a AWS apresentou o Snowmobile, um caminhão com container para mover dados das empresas de um data center para os servidores. O armazenamento pode chegar a incríveis 100 petabytes de dados.

* O jornalista viajou a Las Vegas (EUA) a convite da AWS

Newsletter de tecnologia para você

Os melhores conteúdos do IT Forum na sua caixa de entrada.