Beauty Services leva lojas de perfume e de café para nuvem

Mudança foi acelerada pela instabilidade do data center antigo que travava negócios das redes Havanna e Água de Cheiro em datas mais movimentadas do varejo

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2:30 pm - 08 de janeiro de 2018

Cada cafezinho degustado pelo consumidor com alfajor na rede argentina Havanna no Brasil ou perfume comprado nas lojas Água de Cheiro passam pela nuvem. A migração da TI tradicional para a cloud computing foi uma decisão tomada pelo grupo brasileiro Narsana para sustentar o crescimento de suas marcas e reduzir riscos. O projeto beneficiou principalmente o e-commerce que costumava travar em datas quentes do varejo por falhas em servidores físicos.

Atualmente, o ERP da Totvs, as plataformas de negócios, o portal de vendas on-line, os sistemas de pedidos e os websites das marcas do grupo Narsana operam em cloud computing. Após um ano do projeto, os resultados incluíram diminuição de gastos operacionais, mais agilidade na reposição dos produtos em gôndola, melhor atendimento ao consumidor e ganhos financeiros.

Negócio da companhia

Ao todo, o grupo Narsana controla 19 empresas que exploram negócios com revenda de perfumes e cosméticos, além de operação com rede de franquias. Na área de distribuição, a empresa é uma das maiores do País na comercialização de grifes famosas como Calvin Klein, Dolce&Gabbana, Senscience, La Prairie e Ana Hickmann.

Já o braço Beauty Franchising, é master franqueador da marca Havanna, que conta no Brasil com aproximadamente 50 lojas que comercializam café, alfajores e doce de leite.

Em novembro de 2016, o grupo Narsana adquiriu a rede mineira de perfumaria Água de Cheiro, que quase foi à falência. Criada em 1976, a marca chegou disputar a preferência do consumidor na década de 80 com as concorrentes L’Acqua di Fiori e O Boticário. A compra foi fechada no ano passado em um lance durante leilão judicial por R$ 6,6 milhões.

Jornada para nuvem

O grupo Narsana escalou a nuvem em setembro do ano passado, após estudo de viabilidade conduzido pela Beauty Services, o Centro de Serviços Compartilhado (CSC), responsável pela infraestrutura de tecnologia da companhia. A migração foi realizada com apoio da desenvolvedora de soluções em cloud computing Sky.One, parceira da Amazon Web Services (AWS).

Tatiana Campos2c gerente de TI2c Beauty Services
Tatiana Campos, gerente de TI Beauty Services

A gerente de TI da Beauty Services, Tatiana Campos, que chegou à companhia no começo do passado, lembra que o data center interno não estava adequado para processar as operações das marcas do grupo. Ela observa que em épocas de alto pico do varejo, como Dia das Mães, Dias dos Namorados e o período que antecede o Natal, a TI do varejo passa por uma prova de fogo para atender a grande demanda das vendas. Os consumidores conectados, sendo uma boa parte via smartphones, não tolera falhas de lojas virtuais nem esperam por muito tempo para carregamento do site.

Na avaliação da executiva, o ambiente físico apresentava problemas com frequência. “Havia falhas, quedas e precisávamos de mais gente para administrar e para ligar e desligar os servidores”, informa Tatiana. O Dia das Mães de 2016 foi um divisor de águas na companhia. A infraestrutura não deu conta do grande volume de vendas e faltaram produtos nas lojas.

“Nada é pior para o varejista que investir em marketing e faltar produto na loja, ninguém dá presente de Dia das Mães no dia seguinte”, comenta Tatiana. O incidente foi o grande motivador para convencer o board a TI para nuvem.

Tatiana constata que ainda há muita resistência das empresas em migrar para cloud computing. Mas que o projeto de mudança traçado juntamente com a Sky.One transmitiu segurança ao grupo Narsana. Foram aceitos os argumentos sobre pagamento dos recursos de TI conforme a necessidade dos negócios. “Tem dias que posso fazer dez vendas e em outro 600”, diz a executiva ressaltando que não dá para o varejo comprar servidor físico toda vez que as vendas sobem porque depois fica com máquinas ociosas.

Passado o desgaste da TI durante o Dias das Mães de 2016, a Beauty Services ganhou um tempo para respirar e em setembro levou os sistemas corporativos para a nuvem. O primeiro desafio foi preparar um novo ambiente para enfrentar a Black Friday, em novembro, e logo depois os volumes de venda no Natal.

TI mais robusta para suportar operações

A instabilidade dos sistemas era uma das maiores queixas da área de negócios. O gerente financeiro do grupo Narsana, Eduardo Rocha, afirma que o antigo data center colocava toda a operação de vendas e faturamento em risco. Ao virar a chave para a nuvem, as empresas do grupo melhoraram a desempenho e ganharam mais fôlego para expandir as operações.

“Reduzimos em 44% o índice de incidentes com a nova infraestrutura de TI. Não tivemos mais interrupções de sistemas. Diminuímos custos e a equipe de manutenção dos sistemas”, comemora executiva.

Com esses ganhos, a TI passou a oferecer mais disponibilidade para processar os negócios. A nuvem permitiu também integrar com mais facilidade as 250 lojas da Água de Cheiro e dobrar os pontos de vendas da rede Havanna. A expansão operacional é liderada por uma equipe de funcionários 70% menor em relação ao início de 2016.

Rocha acrescenta que as aplicações em nuvem permitiram acesso às informações de forma mais simples e direta usando apenas uma conexão de internet. “Temos disponibilidade de informação em qualquer lugar. Todos os colaboradores, internos e externos usam pelo menos uma das aplicações. Essa garantia de estabilidade e conexão é primordial”, entende o executivo.

Outro ganho com uso da nuvem, segundo o gerente financeiro, foi o melhor controle de gastos de acordo com o consumo. “Temos agora uma visão mais clara do investimento em novos sistemas, sempre que precisamos de mais espaço ou aumento de capacidade de processamento. Podemos investir pontualmente e controlar essas despesas”, informa.

“Se a empresa decide crescer, hoje posso dizer que tenho tecnologia para acompanhar”, aponta a gerente de TI, Tatiana. Ela conta que foi muito desafiada a colocar as operações do grupo em nuvem pelos vários questionamentos do board sobre as questões com segurança. Porém, afirma, a parceria e a experiência da Sky.One ajudou a transmitir mais tranquilidade às áreas de negócios. Os próximos passos agora incluem estabilizar a infraestrutura e investir em novas tecnologias para suportar o portal de vendas.

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