AWS mantém proximidade com startups

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11:42 am - 01 de dezembro de 2016
AWS mantém proximidade com startups

Tecnologias baseadas em nuvem estão levando vantagens significativas para diversos negócios. Mas um deles se destaca e desponta como o maior beneficiado: startups. Afinal, iniciar um projeto empreendedor requer diversos tipos de investimentos e a infraestrutura tecnológica baseada em hardware é um dos mais impactantes, muitas vezes até tornando a empreitada inviável.

Startups viraram parceira de negócios da nuvem. Quem “surfou essa onda” foi a provedora de serviços de cloud Amazon Web Services (AWS), que conta com uma seleta lista de startups de sucesso, como Netflix, Pinterest, Tinder, Airbnb e Slack.

Esse mercado teve enorme importância para a AWS no início de suas atividades, em 2005. Agora, mesmo com o crescimento da procura de grandes empresas pelos serviços em nuvem, os pequenos negócios seguem com seu espaço. A estratégia da companhia para reter as menores é o programa Activate, que tem como objetivo auxiliar startups em fase inicial de desenvolvimento. Os empreendedores inscritos podem receber até US$ 100 mil em créditos.

Quem lidera o programa na América Latina é o brasileiro André Nazareth, gerente de desenvolvimento de negócios para startups. O executivo, aliás, viveu na pele todo esse processo de consolidação de uma ideia. Nazareth é um dos fundadores da startup Meu Carrinho, criada em 2010 e que desenvolveu aplicativo para lista e separação para produtos de mercado. A empresa recebeu investimentos do Buscapé após um programa de aceleração e, quatro anos depois, Nazareth decidiu vender a organização para o próprio Buscapé. A partir de então assumiu o desafio na AWS.

Atualmente, a equipe do Activate conta com cerca 50 pessoas em todas as regiões operadas pela AWS. Nazareth explica que o foco, além de gerenciar o programa, é na ajuda a startups em si. “Eventualmente, oferecemos mentoria, fazemos contato com investidores ou até mesmo com outros negócios que a startup pode oferecer sua solução. Nossa visão começa em um nível de oferta de plataforma, de proposta de valor, mas vai muito além em um nível de negócios. É um trabalho que nos orgulhamos bastante – se elas crescem e têm sucesso, crescemos juntos”, comenta.

Como funciona
Diante da restrição de capital e com o objetivo de validar a ideia inicial e receber aportes, cloud computing surge como opção vantajosa para plataforma com modelo de pagamento por uso. Sem a necessidade de investir em grande infraestrutura e com softwares já montados, a tecnologia em si já é benéfica em termos financeiros.

O Activate complementa a solução com treinamento, suporte e inclusive pode render até US$ 100 mil em créditos por startup. As formas de participação são por meio de aceleradoras e incubadoras (organizações que fomentam a cultura de empreendedorismo). Toda startup que faz parte de um desses programas, desde que seja parceiro da AWS, pode contar com os benefícios. Ao todo, são mais de 1 mil aceleradoras em todo mundo cadastradas.

Nazareth explica que a primeira opção é a de “self starter”, que pode ser utilizada por qualquer startup que entrar no site do programa e realizar o cadastro. Em seguida, é possível ter acesso a esse serviço para fazer prova de conceito, subir algumas instâncias iniciais e realizar treinamentos gratuitos. Quando a empresa tem parceria com alguma incubadora do ecossistema AWS, poderá ter acesso ao portfólio, além de ter a chance de conseguir os créditos.

“Para esses dois casos, recomendamos que a incubadora entre em contato com a gente. A organização do Activate faz o contato, entende como é o programa de aceleração e estabelece a parceria. Uma vez que é estabelecida, todas as startups daquele programa recebem o benefício. Hoje, qualquer programa de aceleradora pode entrar em contato”, explica Nazareth. A principal aceleradora é a Wayra, da Telefônica, com presença em toda América Latina.

Na prática: Brasil
Algumas das startups brasileiras que utilizam tecnologia AWS são a 99Táxis e a BigData Corp. Representantes de ambas as empresas, juntamente com outros cerca de 15 clientes AWS, com negócios de diversos portes (como Magazine Luiza e Daifiti), conversaram com jornalistas durante o re:Invent, evento da companhia realizado em Las Vegas (EUA).

Para Thoran Rodrigues, CEO da BigData Corp, a nuvem equipara a competição no mercado, até mesmo com empresas de maior porte. “Com a nuvem, se sua ideia for boa, você consegue competir com igualdade. Temos acesso às tecnologias que todas as grandes empresas têm. Competimos pela ideia e não pelo acesso aos recursos”, aponta Rodrigues.

Já Ricardo Lázaro, arquiteto-chefe da 99Táxis, destacou a simplicidade de lidar com gestão de infraestrutura, que permite contar com profissionais mais específicos e foco em outras atividades. “Hoje, conseguimos contratar um cientista de dados que fica autônomo para poder modelar, por exemplo. Tecnologias como essa abrem espaço para ampliarmos, pois não precisamos gastar energia com coisas que não são nosso foco”, diz.

* O jornalista viajou a Las Vegas (EUA) a convite da AWS

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