SAP Ariba avança em blockchain e AI para transações rápidas e seguras

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11:33 am - 08 de maio de 2017

Plataforma de conexão B2B que visa otimizar e simplificar os processos de compra e venda, a SAP Ariba atualmente conecta 2,3 milhões de fornecedores em todo o mundo a grandes players, como Johnson & Johnson e Microsoft. É uma espécie de Amazon para negócios, como compara o presidente global da companhia, Alex Atzberger (foto), que vai além: “Somos também como um Facebook, pois conectamos todas essas empresas por meio de uma rede.”

O executivo desembarcou no Brasil na última quinta-feira (04/05) para marcar presença em grandes prospecções no principal mercado da companhia na América Latina. Negócios que vêm sendo impulsionados desde 2012 quando a empresa foi adquirida pela gigante SAP, por US$ 4,3 bilhões. “Há um grande poder entre o que a SAP pode fazer por seus clientes e o que a Ariba consegue. A SAP detém 70% das transações do mundo e você pode unir essas conexões com o US$ 1 trilhão que a rede da Ariba movimenta. Ajudamos empresas que usam SAP internamente a fazerem negócios entre elas”, destaca Atzberger, em entrevista ao IT Fórum 365.

Mais do que ter a principal rede global de negócios do mundo, a Ariba quer ir além e estuda novas tecnologias para otimizar a plataforma que gerencia a cadeia de suprimentos. Uma das utilizações que está no radar é o blockchain, espécie de livro de registro digital que pode ser usado para fazer avançar os processos de negócios com várias partes envolvidas, que, segundo Atzberger, trará como principal benefício mais confiança nas transações. “As redes da Ariba e da SAP são baseadas em confiança. Os clientes confiam em nós para entregar seus negócios. O blockchain é uma importante tecnologia nesse sentido e pensamos que podemos adicionar mais confiança para o comércio global”, comenta.

Segundo a empresa, as primeiras atividades associadas à aquisição e às cadeias de suprimento nas quais o blockchain terá uma possível aplicação são aquelas consideradas inerentes ao acompanhamento e rastreamento de mercadorias.

Para testar a viabilidade da utilização de tecnologia no processo, a companhia, assim como faz e já fez com outras novas tecnologias, está realizando alguns projetos pilotos com pequenos grupos de clientes. Nesse caso, dois deles de grande porte – um do setor financeiro e outro de consumo – e o terceiro deles é a fintech Everledger, que captura com segurança características determinantes de objetos de valor, como diamantes e outras pedras preciosas, e gera uma “impressão digital” do ativo que é armazenada na blockchain. “Acreditamos que, se você pode rastrear um diamante, você pode rastrear qualquer coisa porque há muitos tipos de diamantes. Isso é algo que estamos trabalhando com eles, como aplicamos track and trace ao processo.”

O otimismo com blockchain é grande, mas, para o executivo, ainda serão necessários de 12 a 18 meses para de fato operar algo concreto. Período menor do que a previsão de algumas instituições financeiras brasileiras, por exemplo, que não consideram a tecnologia ainda madura e estimam pelo menos três anos.

Atzberger comenta também que o blockchain é poderoso porque é distribuído e não tem um único dono. Mas, por outro lado, ainda precisará de alguém para liderar o processo e conectar o marketplace. É onde a Ariba quer entrar. “Quando tem comprador e vendedor, alguém precisa pagar a fatura. O banco quer saber se a fatura é real e pode ser confiável. É aí que o blockchain pode dizer se é confiável. Somos quem faz a transação.”

Inteligência artificial
Se a Ariba calcula pelo menos um ano para aplicações reais com blockchain, outras tecnologias já estão na frente e começam a virar realidade. A mais “simples” delas, já em operação, é um assistente virtual, estilo Alexa e Siri, que contempla chatbot, para ser um assistente de compras aos clientes. Outra solução recentemente implementada é a de análise dos gastos dos clientes. “Limpamos os dados para os clientes poderem ver como estão comprando. Ao contrário de ter pessoas para esse processo, você pode ensinar um robô como fazer. Isso demoraria sete semanas e agora é possível fazer em menos de um dia. É um exemplo simples de machine learning”, explica.

A próxima novidade, segundo Atzberger, virá de técnicas de deep learning, com um sistema que auxilia no gerenciamento de contratos.

Brasil em alta
O instável momento da economia não afetou a evolução da Ariba no País. Em 2016, a companhia fechou com mais de 40% de crescimento nos negócios e, para este ano, a expectativa é de pelo menos igualar esse número. “Em qualquer mudança política, como essa, empresas precisam se adaptar a mudanças. E a única forma para isso é ter tecnologias e flexibilidade para mudar seus processos. É onde a tecnologia é importante”, pontua.

Atzberger destaca também o fato das soluções serem oferecidas na nuvem e, sobretudo, vender não somente um software, mas também uma rede de contatos.

Mercado Livre
Uma das principais novidades para o Brasil e a recém-anunciada parceria com o Mercado Livre, que, basicamente, visa incluir os produtos do principal e-commerce do País na plataforma Ariba. “Clientes Ariba estão conseguindo mais produtos e não precisam sair do sistema. E o Mercado Livre passa a encontrar novos clientes”, completa.

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