5G deve chegar ao Brasil em 2020, prevê especialista da Adobe
Expectativa do especialista está em linha com histórico de implementações anteriores, que demoraram cerca de dez anos para acontecer
A tecnologia 5G fará muita diferença no uso da internet móvel com potencial para movimentar cerca de US$ 12 bilhões em receita ao ano para os varejistas on-line nos EUA até 2021. Essa é uma das constatações apontadas por estudo desenvolvido pelo braço de pesquisas da Adobe, o Adobe Digital Insights (ADI), com o objetivo de mostrar o atual cenário das experiências do cliente em smartphones e desvendar as principais tendências do setor.
Segundo Jefferson Araujo, Head of Practice Digital Experience da Adobe para América Latina, embora ainda não tenhamos a tecnologia 5G implementada no Brasil, diversas operadoras de telefonia estão trabalhando com outros padrões comercializados que são o primeiro passo da nova era, como: 4.5G, 4G+, ou até mesmo o já conhecido 4G. “Dessa forma já é possível realizarmos ações de melhoria dentro de nossos ambientes digitais e também nos prepararmos para essa próxima geração. Com relação ao tempo, se seguirmos o padrão de evolução que tivemos entre as redes 2G, 3G e 4G, temos um tempo médio de dez anos entre cada uma delas, dessa forma a previsão atual é que o 5G chegue ao Brasil por volta de 2020”.
Número de usuários
Quando o assunto é o aumento no número de usuários de smartphones, o Brasil é um dos países em destaque, compondo o top 5 global. De 2015 a 2017, o Brasil registrou 25 milhões de novos usuários de celulares inteligentes. Apesar do número expressivo, a Índia é o país que lidera esse ranking, com 211 milhões de pessoas a mais utilizando smartphones na comparação com 2014.
Entretanto, apesar da presença entre as cinco nações que mais crescem em quantidade de smartphones ativos, o Brasil sequer aparece entre os países que mais acessam a internet com o dispositivo móvel. Mais uma vez a Índia lidera, com 58% da população navegando na internet via smartphone, seguida da Coreia do Sul (52%) e China (45%).
“Esse gap demostra que, apesar do crescente número de smartphones, ainda há um desafio estrutural no Brasil. Isso inclui tanto o desenvolvimento e acesso às redes de conexão mobile e Wi-Fi, até em como as empresas com presença online podem aprimorar a experiência mobile entregue aos consumidores para aproveitar esse grande potencial de audiência, afirma Araujo.
Acesso à internet
O ADI buscou entender também como anda a divisão do acesso à internet por dispositivo nos EUA. Os dados mostram que, enquanto mais uma vez os smartphones apresentam desempenho positivo – tendo crescido 89% de 2015 a 2017 –, o acesso via desktop e tablets perdem espaço para os celulares inteligentes, caindo 17% e 30%, respectivamente. “Como único tipo de dispositivo que registrou crescimento no número de acessos, a importância do smartphone para as marcas hoje é nítida. Com os celulares praticamente como extensão do corpo humano, as empresas têm nas mãos dos clientes uma linha direta de interação”, diz o especialista.
Além disso, a pesquisa da Adobe aponta que o valor dos acessos (receita por visita) via smartphone está aumentando em um ritmo mais rápido do que o desktop. Nos últimos três anos, a diferença entre o valor dos acessos via smartphone e via desktop caiu em 11%. “Vemos aqui que, diferente do que acontecia anteriormente na jornada de compra, em que o cliente pesquisava via dispositivos móveis e fechava a compra no desktop, os e-consumidores adquirem cada vez mais confiança para concluir seus pedidos no próprio smartphone”, finaliza Araujo.