3 tendências para o futuro do trabalho, segundo o CEO do Google

Para Sundar Pichai, trabalho será mais digital e flexível. Novas demandas aceleram computação em nuvem

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11:22 am - 18 de julho de 2020

Quatro meses após a adoção das medidas de quarentena serem tomadas mundo afora para contenção do novo coronavírus, organizações começam a se preparar para retomar as atividade presenciais. Entretanto, o mundo pós-covid não será certamente mais o mesmo. “A medida que as economias começam a abrir está claro que estamos voltando para um mundo muito diferente daquele que deixamos”, sinalizou Sundar Pichai, CEO da Alphabet e Google em keynote do Google Cloud Next ’20: OnAir, evento do Google Cloud que teve programação virtual lançada nesta semana.

Era final de maio quando a gigante de tecnologia se sentiu confiante para anunciar que a partir de julho retomaria parcialmente as atividades em alguns escritórios dos Estados Unidos. Na ocasião, o próprio Pichai falava sobre planos de um retorno escalonado, respeitando medidas de segurança. Entretanto, no início deste mês, voltou atrás, decidindo adiar a abertura dos escritórios devido ao aumento de casos de covid-19 em alguns estados dos EUA. O Google espera agora poder retornar a partir de setembro.

Para Pichai, é ainda cedo para saber como todas as mudanças provocadas pelo coronavírus irão impactar no longo prazo, mas o executivo enxerga três tendências para o futuro do trabalho.

O futuro do trabalho será mais digital e a nuvem abraçará isso

“Nós já estamos vendo a aceleração de longo prazo de negócios movendo para serviços digitais, incluindo, o trabalho online, educação, medicina, compras e entretenimento. Essas mudanças serão significativas e duradouras”, disse o executivo. Segundo Pichai, mais de 75% dos clientes da companhia dizem que planejam acelerar suas transformações digitais. Tais intenções refletem, claro, em oportunidades para a divisão de nuvem da companhia. “Estimativas recentes mostram que a penetração da nuvem pública aumentará em 20% até o ano de 2023”, frisou Pichai.

O futuro do trabalho será mais colaborativo

“Colaboração é a chave do sucesso e empresas estão investindo para criar comunidades virtuais. Usando plataformas de colaboração virtuais e videoconferências. Mas ainda estamos trabalhando sobre uma fundação que foi feita ao redor de mesas de conferência há alguns meses”, argumentou Pichai.

A próxima fase do trabalho, disse o executivo, será mais inestruturada, e exigirá, portanto, investimentos em soluções e ferramentas que facilitem a colaboração de qualquer lugar.

O futuro do trabalho será mais flexível

“Você não precisa estar na sua mesa para fazer o seu trabalho”, lembrou Pichai. “A pandemia nos reafirmou que o trabalho não é definido por um espaço físico, ele pode ser feito de qualquer lugar”.

O executivo citou uma pesquisa com CFOs nos EUA, que indica que a maioria afirma que a covid-19 terá um impacto duradouro em oferecer formas mais flexíveis de trabalho.

Nuvem em expansão

O Google Cloud, assim como outras fornecedoras de tecnologia e de infraestrutura, tem corrido para atender as demandas digitais de clientes em meio ao que se convencionou chamar de “novo normal”. Pichai, em seu keynote, lembrou que no último quarter da companhia, a divisão de cloud cresceu mais de 50% no comparativo anual e faturou mais de US$ 10 bilhões no ano.

A expectativa, segundo estimativas de consultorias como o Gartner e IDC, é que a nuvem seja um dos setores de tecnologia que serão poupados dos cortes de orçamento das áreas de TI das companhias. A relação é direta. “A medida que o mundo se torna mais digital e flexível, os clientes se orientam para a nuvem para inovar, para crescer no futuro e navegar em meio a mudanças econômicas”, declarou Pichai.

Atualmente, o Google Cloud conta com 24 regiões de nuvem e 73 zonas de disponibilidade espalhadas pelo mundo. Uma das mais recentes a ser inaugurada fica em Santiago, Chile.

Nesta semana, o Google Cloud anunciou novas ofertas de segurança e análise de dados para atender esta nova fase na nuvem pública e híbrida. Tecnologia de computação confidencial, que criptografa dados enquanto eles são processados e a chamada BigQuery Omni, plataforma desenvolvida na oferta multicloud Anthos do Google e que permite analisar dados em nuvens concorrentes.

“Nós queremos que as pessoas se sintam confortáveis em saber que elas podem mover para nuvem e não se preocupem com a segurança de seus dados”, disse Thomas Kurian, em keynote do Next OnAir desta semana.

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