3 razões para adotar modelos ‘como serviço’ para avançar sustentabilidade

Sustentabilidade também é um diferencial para atrair e reter talentos. Mas novas maneiras de implementar práticas sustentáveis são necessárias

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7:21 pm - 26 de julho de 2019

No ano passado, um estudo da HP comprovou o que todos já esperávamos: profissionais de toda a América Latina preferem empregadores que tenham um compromisso forte com a sustentabilidade ambiental. Na pesquisa, 85% dos funcionários administrativos no Brasil e quase 80% no México afirmaram que estariam mais propensos a trabalhar em uma empresa que lhes oferecesse maneiras de colocar a sustentabilidade em prática no dia a dia do trabalho.

Agora, companhias estão se distanciando do modelo linear “pegar, fazer, descartar” e se aproximando da economia circular – na qual a reciclabilidade e o valor de longo de prazo de um produto são primordiais. A América Latina responde por 44% da produção mundial de cobre, 49% de prata e 65% de lítio, segundo a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido). A região abriga 20% das reservas de petróleo e 33% da água doce do mundo, além de 20% das matas nativas do planeta. Mas também está consumindo recursos naturais 50% mais rápido do que esses recursos podem ser repostos, de acordo com a Unido.

Claramente, são necessárias novas maneiras de implementar práticas sustentáveis. Uma delas é por meio de serviços. Produto como serviço, dispositivo como serviço, infraestrutura como serviço, software como serviço, plataforma como serviço etc. A lista é quase infinita. Mas a meta de sustentabilidade do pensamento baseado em sistemas é simples: entregar benefícios comerciais imediatos e substanciais, ao mesmo tempo em que o impacto ambiental é reduzido.

As práticas no modelo “como serviço” atingem essa meta de diversas formas.

Serviços encolhem a necessidade de equipamentos

Os serviços ajudam a viabilizar uma pegada menor e mais ecológica ao reduzirem a quantidade de equipamentos que uma companhia possui em suas dependências. Ao invés de comprar, estocar, descartar e substituir equipamentos caros dentro de suas instalações, as empresas podem simplesmente adquirir serviços conforme precisarem deles, podendo ter alguns dos equipamentos em outro local. No modelo de serviço, trabalhos que consomem muita energia, como refrigerar salas de servidores, são coisa do passado. Além disso, menos espaço físico é necessário para guardar e administrar equipamentos, o que reduz o consumo de energia e outros custos relacionados.

Serviços reduzem o consumo de energia

Os serviços reduzem os custos com energia de empresas que possuem equipamentos on-premise. Eles permitem o gerenciamento automático de frotas de dispositivos, aplicando protocolos de economia de energia como o desligamento automático quando as máquinas não estão em uso e programação dos modos “suspender” e “acordar” em frotas inteiras. Equipamentos antigos e ociosos consomem energia quando estão conectados à tomada, como qualquer outro aparelho. Os modelos de dispositivo como serviço ajudam a evitar isso ao assegurarem que as empresas tenham equipamentos mais modernos e de baixo consumo de energia.

Os modelos de serviço também impactam a cadeia de suprimentos, ajudando a reduzir as emissões relacionadas a ela. Com a diminuição ou consolidação do número de remessas individuais, o impacto ambiental do transporte é reduzido. Adicionalmente, serviços de conserto por conta própria oferecem instruções fáceis de seguir, o que permite que os usuários reparem equipamentos avariados in loco, os mantenham funcionando em níveis ótimos e dispensem a visita do técnico.

Serviços eliminam o desperdício

O modelo de serviço viabiliza a estratégia circular de recuperar, reciclar e reutilizar. Ele reduz o desperdício porque monitora comportamentos como, por exemplo, impressão em um único lado em comparação com a impressão nos dois lados; volume de cor; e número de funcionários por máquina. Assim, é fácil instalar e aumentar a escala de uma solução baseada na nuvem de ponta a ponta da frota. Os serviços permitem a manutenção proativa para elevar a durabilidade dos produtos e reduzir o desperdício. Um caso é certificar-se de que todos os cartuchos de toner estejam completamente vazios antes de trocá-los, o que significa uma redução substancial de custos para companhias com milhares de impressoras que talvez estejam tendo seus toners trocados antes de acabarem.

As empresas na América Latina estão cada vez mais comprometidas com a economia circular. Por exemplo, a iniciativa The Circulars, promovida pelo Fórum Econômico Mundial e pelo Fórum de Jovens Líderes Globais, reconhece todos os anos as organizações que considera serem líderes na inovação de economia circular. Em 2019, as organizações indicadas incluem a Neptuno Pumps, no Chile, com suas bombas eficientes em energia; a TriCiclos, uma empresa de reciclagem de economia circular com escritórios no Chile e no Brasil; a New Hope Ecotech, companhia de tecnologia de gestão de resíduos sólidos no Brasil e no Chile, com uma plataforma para rastreamento e armazenamento de dados da cadeia de reciclagem; e a Universidade de São Paulo (USP), no Brasil, que está fomentando um ecossistema inovador para a cadeia de valor circular, modelos de negócios, conscientização da sociedade e facilitadores, tais como tecnologias e políticas públicas.

Com a população mundial se aproximando dos 8 bilhões de pessoas, não há tempo a perder. Precisamos cuidar mais efetivamente de nossos recursos. Atualmente, a sustentabilidade nos negócios é obrigatória. Uma das melhores formas de possibilitar e acelerar uma agenda efetiva de sustentabilidade é descartar o antigo modelo de propriedade e reinventar a TI como um serviço. Seus funcionários, clientes e filhos agradecem.

*Claudio Raupp é presidente da HP no Brasil

 

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