BP utiliza IA e analytics para aprimorar processos

Diretora-Executiva de Tecnologia e Operações da instituição, Lilian Quintal Hoffmann comentou sobre as medidas tomadas e projetos de curto prazo

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9:00 am - 10 de novembro de 2020

Após meses bastante dinâmicos e agitados, Lilian Quintal Hoffmann, que atua como Diretora-Executiva de Tecnologia e Operações da BP — Beneficência Portuguesa de São Paulo — começa a voltar a uma rotina mais perto do que foi o início de 2020, com projetos de continuidade e novos planos para lidar com a gestão da equipe, que tende a atuar de forma híbrida. 

Em entrevista ao IT Forum, a executiva explica que o trabalho do time de TI no segundo trimestre de 2020 foi dividido em dois desafios: viabilizar o trabalho à distância do time administrativo e capacitar a área clínica para prover um atendimento seguro e de qualidade aos pacientes, tanto os com suspeita de Covid-19 como os demais. 

Para que esse trabalho ocorresse, a equipe recorreu à análise de dados para a criação de painéis que auxiliassem o time médico em diversas frentes, além do contato direto com o paciente. O analytics [nos permitiu] não só em olhar volumetrias, mas também insumos, porque a gente teve uma mudança de consumo de estoques dentro do hospital, seja de máscaras, aventais, produtos etc.  A TI teve que ajudar a construir esses painéis para ajudar na tomada de decisões”, explica. 

Novo momento, novos processos 

Os últimos meses envolveram uma revisão profunda de gastos e investimentos em diversos setores e, apesar de ser uma área não afetada diretamente pela pandemia, o setor de TI (e suas lideranças) precisou se ajustar financeiramente ao momento atual.  

Além de gerenciar com outros aspectos relativos à área, como ressaltou Hoffmann. “O CIO teve que lidar com um momento de crise mundial, demandas de tecnologias diferentes e uma equipe assustada, como todos nós em relação ao próprio processo de pandemia”,  

Pensando no quesito de recuperação econômica, a profissional explicou que a BP está com uma série de projetos de retomada, divididos em duas fases e com o objetivo de melhorar processos, gerar alavancagem de receita e, consequentemente, redução de custos. Porém, também foram contempladas ações que visavam melhorar a experiência do usuário dentro do hospital. 

“Como exemplo, posso citar um projeto de fluxos para a retomada”, contextualizaComo é que eu entrego segurança para que ele venha ao hospital? Como é que eu capturo esse cliente, que deixou de fazer exame diagnóstico por conta de medo da pandemia? A tecnologia ajudou, seja nos processos de busca, ou via canais digitais, a permitir que esse paciente faça o seu apontamento por um canal digital ou que ele possa fazer [a consulta via] telemedicina”. 

Além de melhorias de atendimento à distância, a Beneficência Portuguesa também investiu em variações de inteligência artificial — processamento de linguagem natural e análise de banco de dados — para otimizar a coleta de informações médicas, em especial sobre a pandemia. “A gente startou uma série de MVPs ou projetos conjuntos com outras instituições pra acelerar diagnóstico e acompanhamento de Covid”, explica Hoffmann. 

Renovação e reformulação 

Com a fase mais crítica da crise atravessada, Hoffmann e sua equipe já miram em projetos relacionados à retomada econômica. Mas, antes, com um período de repouso para a equipe. “Se a gente parar para pensar, quem saiu de férias do ano 2020 até outubro? Rarissimas pessoas. A gente tem aí um final de ano concentrado de atividade, mas também um final de ano concentrado para dar tranquilidade às pessoas, parar que elas possam descansar.” 

Pensando em um retorno aos escritórios, a Beneficência deve operar no formato híbrido, com dois dias em casa e os demais na empresa. Pensando sobre os aprendizados absorvidos nos últimos meses, a Diretora-Executiva aponta a importância de uma gestão autônoma durante o home office. “Se você é um gestor que que tem empatia, que acompanha, e desenvolve pessoas, o fato de você estar à distância e fazer a gestão a partir, por exemplo, de uma videochamada,  não percebi grandes mudanças”. 

Outra questão que a executiva pretende trabalhar no médio prazo é a criação de processos que permitam a sua equipe, mesmo que parcialmente remota, exercer a criatividade e trabalho em equipe de forma conjunta. 

Quando você tem que trabalhar em conjunto para processos criativos, seja na idealização de uma solução ou em um processo novo, a proximidade física facilita. Por mais que você tenha tecnologia hoje pra usar, quando você tá próximo percebo que [o processo] é muito mais facilitado.”

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