Biden investe bilhões em P&D de semicondutores para competir com a China
Esforços promovem pesquisa em chips e atração de talentos nos EUA em meio à competição acirrada contra a China
Com bilhões de dólares destinados a subsidiar fábricas domésticas, a administração do presidente Joe Biden está buscando revitalizar a indústria de chips nos Estados Unidos. Porém, além do apoio financeiro às instalações de produção, o governo também está concentrando esforços em tornar a pesquisa em semicondutores de ponta mais atraente para talentos do país. Através da Lei de Chips e Ciência, de 2022, o Departamento de Comércio está investindo US$ 11 bilhões para impulsionar a liderança dos EUA em pesquisa e desenvolvimento (P&D) na área.
De acordo com Deirdre Hanford, líder do Centro Nacional de Tecnologia de Semicondutores (NSTC), é crucial facilitar o ingresso das pessoas no design de chips nos EUA, em vez de focar exclusivamente em desenvolver aplicativos ou software de IA.
Recursos da Lei de Chips foram direcionados para financiar o NSTC e um programa específico voltado para o desenvolvimento de embalagens avançadas. Esse impulso financeiro na P&D começou antes da pandemia e é distinto dos incentivos de produção destinados a empresas como Intel Corp. e Taiwan Semiconductor Manufacturing, no entanto é reconhecido como essencial para o desenvolvimento da economia de chips no país.
Daniel Berger, diretor associado do esforço de embalagem do Departamento de Comércio, destacou que essas ações são essenciais para manter a economia de chips saudável. Entre os esforços do governo, está planejada uma instalação piloto para novas tecnologias de embalagem, juntamente com projetos de metrologia e programas de desenvolvimento de trabalhadores. Além disso, há planos para criar um instituto de fabricação de gêmeos digitais, com financiamento em breve.
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Apesar das conquistas até aqui, grupos industriais e acadêmicos-chave estão preocupados sobre se os fundos disponíveis serão suficientes para atingir os objetivos de longo prazo e se a abordagem adotada pelo governo é a mais adequada. Além disso, uma nova política que permitiria ao governo federal assumir patentes desenvolvidas com financiamento público gerou críticas e incertezas entre esses grupos.
A Associação Nacional de Fabricantes alertou que a nova política pode prejudicar o interesse nos programas de P&D da Lei de Chips, especialmente enquanto a China busca liderança em tecnologias futuras. A Associação Nacional de Capital de Risco indicou que os investidores estão hesitando em se envolver em programas decorrentes desta legislação.
Além disso, o Departamento de Comércio, que inicialmente planejava complementar seu investimento de US$ 11 bilhões com um programa de P&D comercial, foi forçado a abandonar essa iniciativa devido à falta de financiamento, resultante da retirada do Pentágono de um acordo de US$ 2,5 bilhões em chips militares.
Essas questões têm repercussões na indústria de chips dos EUA, com relatos de empresas como a Applied Materials Inc. reconsiderando investimentos em pesquisa e desenvolvimento no país.
“Sem apoio robusto para P&D comercial, corremos o risco de perder nossa liderança global e nossa capacidade de superar nossos concorrentes estrangeiros na indústria de semicondutores”, disseram Gavin Newsom, governador da Califórnia, e Alex Padilla, senador americano, em um comunicado. O fundo de US$ 11 bilhões para P&D “não pode substituir investimentos comerciais diretos”.
*Com informações da Bloomberg
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