Leis de privacidade são positivas para 79%, diz estudo da Cisco
No mundo, 80% dos entrevistados acham LGPD positiva. Privacidade deve desempenhar papel fundamental na retomada pós-pandemia
Com a migração do trabalho e de vários outros aspectos da vida para os ambientes digitais, a privacidade não só ganhou importância como se fortaleceu como requisito inegociável. Mais de 140 jurisdições no mundo têm leis de privacidade, e aproximadamente 80% dos entrevistados consideram que essas leis têm impacto positivo – no Brasil são 79% concordando com os benefícios de legislações como a Lei Geral de Proteção de dados, a LGPD.
Essas são algumas das conclusões de um estudo recente da Cisco, o 2021 Data Privacy Benchmark Study. É a quarta edição da análise, que se debruça sobre práticas corporativas de privacidade no mundo.
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O estudo também concluiu que a privacidade e a cibersegurança terão papel primordial na retomada econômica após a pandemia. Conforme economias e comunidades começarem a se recuperar, muitos desafios surgirão e testarão como governos, empresas e pessoas coletam, usam e protegem dados pessoais conciliando direitos individuais e interesse público.
Não por acaso o investimento em privacidade continua sendo relevante, com 75% das organizações enxergando um substancial valor para as empresas em termos de mitigação de perdas causadas por problemas segurança, mais agilidade e inovação, melhor eficiência operacional e maior fidelidade e confiança dos clientes. Mais de um terço das organizações está obtendo benefícios que equivalem a pelo menos o dobro dos investimentos.
Apesar disso, segundo o levantamento, 60% das organizações se dizem não preparadas para os requisitos de privacidade e segurança envolvidos na adoção do trabalho remoto. E 87% manifestaram preocupação com as proteções de privacidade nas ferramentas que usam no trabalho.
Há também avanços: 90% das organizações reportam métricas de privacidade para executivos e conselhos administrativos.
Limites da privacidade
A maioria das pessoas ouvidas pela Cisco concorda em compartilhar informações de saúde a fim de contribuir para a segurança do espaço de trabalho e para a resposta à pandemia, mas não se sente à vontade com outros usos, como pesquisas. No trabalho, 57% concordam que os empregadores usem dados para manter a segurança, enquanto menos da metade concorda com monitoramento de localização, rastreamento de contatos, divulgação de informações sobre indivíduos infectados e uso de informações pessoais para pesquisa.
A pesquisa da Cisco analisou, de forma anônima, respostas de 4.400 profissionais de segurança e privacidade em 25 países.