Operadoras enxergam novas oportunidades de monetização de rede com Open Gateway

Durante a Futurecom 2023, operadoras falaram sobre potencial do modelo de compartilhamento e federação de APIs, que começa a ser testado neste ano

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10:00 am - 05 de outubro de 2023
Open Gateway Operadoras Futurecom 2023 Imagem: Rafael Romer/IT Forum

As grandes operadoras de telecomunicações do mercado brasileiro estão empolgadas com as oportunidades de novos negócios da Open Gateway. Durante um debate realizado nesta quarta-feira (04), na Futurecom 2023, representantes da Vivo, TIM Brasil e Claro discutiram os potenciais na iniciativa, que é vista como uma nova alternativa de monetização de redes.

O Open Gateway é uma ação do setor de telecomunicações liderada pela GSMA, organização que representa os interesses de operadoras móveis de todo o mundo. A iniciativa tem como objetivo permitir o compartilhamento e a federação de APIs de forma aberta e padronizada, permitindo que desenvolvedores criação de serviços interoperáveis e hiperescaláveis.

A Open Gateway foi lançada em fevereiro deste ano, durante o Mobile World Congress, em Barcelona, e já congrega mais de 35 operadoras de telecomunicações do mundo. “Eu sempre acreditei muito na possibilidade e no potencial de gerar receita fora do nosso core business”, pontuou Carlos Araujo Santos, diretor de novos negócios da Claro. “A medida que isso for crescendo, vai mostrar o potencial da nossa indústria”.

“O desafio da nossa indústria é ir além da conectividade. Deixarmos de fornecer apenas conectividade e ter soluções para nosso ecossistema. Para isso, temos que entender muito mais da necessidade do mercado e dos nossos clientes”, completou Débora Bortolasi, diretora-executiva de B2B da Vivo.

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No Brasil, a primeira onda da iniciativa deverá focar em APIs voltadas para segurança – com três APIs específicas: SIM swap, validação do número, e localização geográfica. “O Brasil é o mercado da fraude. Então as soluções ligadas a anti-fraude acabaram sendo priorizadas”, disse Renato Ciuchini, vice-presidente da TIM Brasil. “Temos ativos que podem ser utilizados de maneira crucial. O objetivo principal é criar um ambiente socioeconômico mais protegido e mais seguro”, completou.

De acordo com o executivo da TIM, a iniciativa já tem chamado a atenção de hyperscalers no Brasil e conversas entre as operadoras e os grandes fornecedores de infraestrutura da região já estão acontecendo para a hospedagem das APIs. O movimento é visto não só como importante para os parceiros envolvidos, mas também para o sucesso da iniciativa.

“Esse negócio só terá uma escala mundial e capacidade de atender os pequenos desenvolvedores se tiver em hyperscalers”, disse Ciuchini. “[A hospedagem nos hyperscalers] nos vai permitir ter uma escala muito maior. Eles já têm segurança, sistemas de billing. Se tivéssemos que construir esse marketplace, seria muito mais complexo.”

Apesar do potencial de novas receitas que as operadoras enxergam para o novo modelo, o momento ainda é de construção do ecossistema. Para Ciuchini, esse período será de criação dos padrões, geração de tráfego, adesão e influência. “Monetização vem depois”, anotou. “Se não tivermos usuários, público, clientes, nós nunca vamos conseguir monetizar.”

“Pelo primeira vez nós estamos olhando para oportunidades que não eram tão óbvias para as operadoras em um conceito de complementariedade”, finalizou Débora. “Todos têm que estar engajados no projeto.”

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Rafael Romer

Rafael Romer é repórter do IT Forum. É bacharel em Comunicação Social – Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Tem mais de 12 anos de experiência na cobertura dos segmentos de TI, tecnologia e games, com passagens pelo Olhar Digital, Canaltech, Omelete Company, Trip Editora e IG.

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