Desafios e perspectivas da regulamentação global da IA
Regulamentação é assunto extremamente importante e que precisa ser resolvido, mas ainda há muito o que ser discutido e compreendido
A partir do acordo realizado recentemente pelo Parlamento Europeu e os estados membros da União Europeia sobre a regulamentação da inteligência artificial, reacenderam os debates sobre o tema no Brasil e no mundo. Por mais que seja um assunto extremamente importante e que precisa ser resolvido o quanto antes, ainda há muito o que ser discutido e compreendido para que possamos chegar a normas que não impeçam os avanços tecnológicos, mas protejam o público dos perigos relacionados à tecnologia.
Nesse meio tempo, a IA está sendo amplamente utilizada pelos mais diversos setores, como RH, varejo, ciência, saúde, educação, comunicação, finanças, agronegócio, marketing, etc., e continua a evoluir e se integrar nas rotinas das pessoas – às vezes sem que elas sequer se deem conta.
Esse cenário fortalece a necessidade de diretrizes e padrões globais que orientem o seu uso e garantam que ele seja ético e responsável. Porém, por ser uma tarefa complexa, ainda há muitos desafios a serem enfrentados para que uma regulamentação seja estabelecida.
Vale destacar que o Brasil foi um dos primeiros países a sugerir a normatização da inteligência artificial, ainda em 2020, quando o ChatGPT, Bard e outros serviços do tipo nem haviam sido lançados. Mas, mesmo com os esforços adiantados, ainda não conseguimos aprovar uma legislação sobre essa pauta até agora. E ao analisar o status dessa discussão globalmente, vemos que 21 países implementaram leis específicas para IA, e 13 possuem jurisprudências relacionadas a ela.
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Isso porque há diversos obstáculos para a regulamentação da IA, o principal deles é a necessidade de equilibrar o incentivo à inovação e a proteção dos direitos individuais e coletivos. Nesse sentido, é preciso estabelecer regras que garantam a segurança e privacidade dos dados, assim como mais transparência nos algoritmos.
Outro ponto importante a ser discutido é a falta de padrões globais de normatização, já que temos diferentes países e regiões com abordagens distintas em relação à inteligência artificial. Isso torna a padronização e cooperação internacional fundamental para evitar diferenças nas políticas.
Além disso, por ser uma tecnologia que evolui rapidamente, a IA está em constante transformação – o que reafirma a dificuldade de criar leis e normas, pois é preciso que sejam flexíveis e adaptáveis a esses avanços.
Mas esses fatores não devem servir como desculpa para não fazermos a lição de casa de forma correta: apesar dos obstáculos, essa regulamentação tem o potencial de promover um ambiente mais seguro e confiável para o desenvolvimento e utilização da tecnologia, o que pode aumentar a confiança dos consumidores e empresas com a inteligência artificial e impulsionar sua adoção em diversas indústrias.
Portanto, é essencial que os governos, organizações internacionais, empresas e especialistas em tecnologia trabalhem juntos para resolver os desafios ligados a normalização da IA, pois só assim conseguiremos construir um futuro com inovações que ajudem a sociedade a evoluir de verdade e alcançar o que antes era inimaginável. Pense nisso!
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