O executivo globalmente responsável

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9:51 am - 14 de agosto de 2013

Em linha com o tema deste ano dos fóruns da IT Mídia, seguem algumas ideias. O termo ?responsabilidade social?, também associado à questão da sustentabilidade e à cultura ? que há poucos anos soaria estranho para a maioria das pessoas ? ganhou status de pop star, juntando-se a outros ícones do momento, como a redescoberta da democracia, o poder das redes sociais e o entusiasmo com os países emergentes. O mais interessante é que o assunto é mais antigo do que todos os demais. Na verdade é muito antigo, praticamente ancestral.

Se você vasculhar livros e a internet, vai descobrir que no início da história do Brasil essa questão já havia aparecido, quando Portugal ficou preocupado com a forma desastrosa como os índios lidavam com a natureza e com os seus semelhantes aqui ao sul do equador, ameaçando as riquezas recém descobertas nestas paragens. E romanos e gregos, lá ao seu jeito, também formularam leis, ou pelo menos filosofaram sobre a necessidade de uma sociedade mais justa e colaborativa. Mas é nas fontes do judaísmo ? que elaborou o conceito do monoteísmo e originalmente preocupou-se com a responsabilidade do indivíduo perante o mundo e a sociedade há mais de três mil anos ? que talvez possamos buscar uma inspiração sobre o que podemos fazer em prol de um mundo melhor e sustentável.

A filosofia judaica diz que o ser humano precisa fazer três coisas na vida:

  1. Estudar, aprender, ganhar conhecimento;
  2. Gerar riqueza para a sociedade, de forma responsável;
  3. Resgatar aqueles que por alguma fatalidade não conseguiram inserir-se nesse contexto de estudo e trabalho produtivo.

Penso que o executivo globalmente responsável é aquele que percebe que o papel de líder implica em mais do que isso ? ele não somente precisa estudar sempre, aprimorar-se, ter discernimento quando toma decisões que podem afetar a vida de várias pessoas, e ainda trabalhar pela justiça social ? mas também servir de exemplo em todos esses aspectos e usar sua capacidade ou posição de liderança para entusiasmar as pessoas a buscarem o caminho da colaboração e da tolerância como forma de encontrar soluções e construir o futuro de suas organizações e sociedades.

Para cumprir esse papel, esses líderes empresariais precisam combater a tentação de tornar a carreira e o status um fim em si mesmo ou concentrar esforços somente em obter resultados importantes no curto prazo (que é onde suas carreiras e status serão colocados à prova). O chamado da frase que ilustra esta coluna resume magistralmente o sentido da liderança responsável: é aquele que rejeita o patrimonialismo (explorar o que já existe em benefício próprio) pelo empreendedorismo (criar valor para si e para os outros).

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