ChatGPT: tecnologia que democratiza a inovação

Um dos efeitos mais poderosos que a IA pode provocar é o da democratização da inovação

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9:15 pm - 03 de julho de 2023
transformação digital Imagem: Shutterstock

Há quem diga que não aguenta mais ouvir falar sobre Inteligência Artificial e ChatGPT, devido à grande quantidade de matérias e artigos sobre o tema. Você pode, inclusive, achar que “não é para tanto”, ou que as abordagens não têm tanta relevância, mas será impossível negar o fato de que estamos diante de algo tão revolucionário, que ainda será preciso dedicar bastante tempo nos estudos e na compreensão a respeito das tecnologias de IA. Faz sentido considerar que estamos nos primórdios da Inteligência Artificial. Coisa parecida aconteceu no final dos anos 1990 e início dos anos 2000, com o primeiro boom da internet.

Na época, enquanto as empresas corriam para colocar seus sites no ar, ainda acessados somente em PCs, as pessoas ficavam extasiadas ao comprar livros, flores ou fazer algumas operações bancárias online, sem sair de casa! Quem imaginava àquela altura que, em poucos anos, usaríamos aplicativos para escapar do trânsito, pedir um carro, fazer ginástica ou estudar uma língua estrangeira? E que faríamos tudo isso em um aparelho móvel, que cabe na palma da mão (lembrando que ainda não trabalhávamos com o conceito de smartphone).

Um dos efeitos mais poderosos que a IA pode provocar é o da democratização da inovação. Em um futuro realmente próximo, médicos, advogados, arquitetos, fisioterapeutas, professores ou qualquer outro profissional que não possua o conhecimento técnico de TI, poderá se apropriar de ferramentas de IA e criar aplicações que facilitem ou ampliem o alcance do seu trabalho. Isso é ótimo!

Um cenário que já é realidade, ainda que de forma incipiente, mas que tem o potencial de abrir um caminho extraordinário de aplicações nas mais diversas áreas do conhecimento, e em uma velocidade ainda não experimentada pela humanidade.

Quem trabalha em TI sabe que um dos pontos de atrito – e, portanto, de perda de tempo e de dinheiro – é o gap que se revela muitas vezes entre o especialista de TI e o especialista no negócio. Para solucionar essa questão, a Inteligência Artificial já apresenta instrumentos para profissionais leigos em TI, mas com a exata noção do que faria seu trabalho ser mais eficaz e, possivelmente, mais preciso e impactante.

Uma das vias que deve contribuir – e muito – para a democratização da inovação é a junção da IA a ferramentas de low code ou no code (baixo código ou sem código). A IA pode impulsionar o desenvolvimento de plataformas de low code ou no code, possibilitando que pessoas com conhecimentos técnicos limitados criem aplicativos usando interfaces visuais e ferramentas intuitivas. Essas plataformas são projetadas para simplificar o processo de desenvolvimento, permitindo que profissionais de diferentes áreas construam suas próprias aplicações sem a necessidade de escrever código.

Outro caminho é a geração automática de código usando linguagem natural, no qual algoritmos de IA são usados para gerar automaticamente partes do código-fonte de uma aplicação com base em instruções feitas verbalmente em linguagem natural, descritas em português, inglês ou qualquer que seja a língua do profissional. Na prática, profissionais não técnicos fornecerão instruções de alto nível, enquanto a IA se encarregará de traduzir essas instruções em código.

Uma terceira possibilidade são os “Assistentes virtuais de desenvolvimento”. Nesse caso, Assistentes virtuais baseados em IA podem fornecer suporte e orientação durante o processo de desenvolvimento de aplicações. Eles podem responder a perguntas, fornecer exemplos de código, identificar erros e oferecer sugestões para melhorar a qualidade do código. Com isso, profissionais não técnicos poderão receber um suporte personalizado durante o desenvolvimento, aumentando sua capacidade de criar aplicações de forma autônoma.

Ao permitir que profissionais de diferentes áreas criem soluções tecnológicas, mesmo sem conhecimentos profundos de programação ou ciência de dados, as tecnologias de IA abrem um mundo novo no aspecto da inovação e agilidade na condução das tarefas do dia a dia. É claro que é preciso haver um equilíbrio entre a facilidade de uso e a garantia de que as soluções criadas sejam seguras, eficientes e cumpram as necessidades dos usuários finais ou que cumpram com as políticas específicas das organizações

* Daniel Galante é Chief Operating Officer (COO) e Chief Product Officer (CPO) da TIVIT, sendo responsável pelas Operações no Brasil e por todos os Produtos e Linhas de Serviços da multinacional. Em 2022 ficou à frente da área da Cloud Solutions e CyberSec da TIVIT. Com mais de 20 anos de experiência no setor, sendo mais de 10 dedicados à nuvem, Galante fundou a CredibiliT, empresa especializada em migração e gestão de nuvem, pioneira em nuvem no Brasil e uma das principais parceiras da AWS na América Latina, que foi posteriormente vendida à Claranet, tornando-se a Claranet Brasil, onde atuou como CEO entre 2016 e 2019.

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