O IT Forum Series é um projeto editorial que convida líderes de TI das maiores empresas do País para discutir algumas das tecnologias e tendências de maior potencial transformador. Aliados aos dados do estudo Antes da TI, a Estratégia, pesquisa promovida anualmente com os CIOs e gerentes de TI, o Series busca contribuir com a evolução do mercado e do ecossistema de tecnologia da informação e telecomunicações brasileiros.
RAFAEL ROMER (TEXTO) E LAURA MARTINS (PRODUÇÃO E MEDIAÇÃO); GEORGES NABAHAN (PESQUISA)
CONVIDADOS: FERNANDO BIRMAN; ADRIANA VALÉRIO, DIRETORA DE TI DA DOW
CAPTAÇÃO E EDIÇÃO DE VÍDEO: VORAZ FILMES
Há anos que os temas relacionados à preservação do meio ambiente, à promoção da diversidade e inclusão social e às melhorias de governança corporativa – tripé da tendência do ESG – passaram a ser um assunto fundamental para a operação de companhias. Nesse cenário, a TI desempenha um papel fundamental: nem sempre protagonista, mas definitivamente a habilitadora das iniciativas de ESG propostas pelas organizações através da tecnologia.
Essa foi a conclusão dos participantes da sexta edição do IT Forum Series, série especial de debates sobre tendências de TI com líderes de tecnologia do IT Forum, que teve o ESG como tema central. Nessa edição participam Fernando Birman, professor e consultor de TI, e Adriana Valério, diretora de TI da Dow na América Latina.
O debate foi mediado por Laura Martins, editora do IT Forum.
Com uma trajetória de mais de três décadas de TI, Fernando Birman esteve recentemente à frente da tecnologia da Acelen, empresa do setor de energia do fundo Mubadala Capital. Uma de suas atribuições na posição de CIO da companhia foi estruturar a TI da Refinaria de Mataripe, que teve um planos de ESG agregados à operação de tecnologia.
“A agenda ESG é uma agenda da empresa. Todo mundo tem sua contribuição, e nós, da TI, também temos”, afirmou. “A TI ajuda dando ferramentas ao pessoal que trabalha com os processos para a descarbonização, ao tratamento de resíduos. É um apoio indireto, mas é muito relevante para a empresa”, ponderou o executivo.
Adriana Valerio, diretora de TI da Dow na América Latina, ecoou o ponto levantado por Birman. Para a executiva, a TI é a grande “habilitadora” das ações de ESG, e aquela responsável por entregar os instrumentos que as companhias precisam para implementar seus projetos. Dados analíticos são um exemplo disso, ela argumentou.
“A TI não vai determinar qual é a meta. Quem vai determinar a meta é a estratégia da empresa. Mas a gente vai trazer as métricas que vão ajudar a estratégia da empresa e apontar onde estamos bem, não estamos bem, para onde avançar e como colocar metas mais arrojadas”, afirmou. “A TI também está ali para fazer seu papel de ESG, mas muito mais para trazer o acompanhamento e ferramentas que vão fazer com que os produtos entregues por nossas empresas possam baixar a pegada de carbono ou ajudar em programas de promoção de diversidade e equidade”.
Principal pesquisa anual desenvolvida pelo IT Forum, a ‘Antes da TI, a Estratégia’ apontou, no entanto, que esse cenário ainda não é a realidade dentro das empresas. “Quando a gente fala sobre os indicadores, quanto a TI oferece de indicadores para as empresas, 60% das respondentes diz que a TI não fornece nenhum tipo de indicador ainda hoje”, pontuou Georges Nabahan, analista de estudos do IT Forum. O estudo tem mais de 550 líderes de TI participantes e, neste ano, trouxe pela primeira vez um capítulo inteiramente dedicado aos temas de ESG.
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Para Fernando Birman, é responsabilidade da TI ponderar o como os seus recursos devem ser aplicados nas ações de ESG, orientada pela estratégia da companhia. “Nós, na TI, gerimos um portfólio de investimentos. Vários projetos que temos que arbitrar. Agora, muitos projetos estão ligados à ESG e acabam tendo um peso maior. A questão é como dividir esse pacote, dependendo do momento da empresa e da sociedade. Hoje, a pauta ESG tem uma força relevante”, avaliou Birman. “Você não pode deixar os projetos de ESG como algo ‘legal de se ter’. Eles começam a ser imperativos”.
Adriana, da Dow, destacou também como as métricas de ESG também são parâmetros relevantes para os investimentos nas próprias companhias. “Se um fundo está investigando alguma empresa para investir, mas essa empresa não tem índices de ESG ou não tem índices bons, essa empresa não vai ser alvo desse fundo de investimentos. À medida que as empresas necessariamente começam a se engajar com ESG, elas são vistas como empresas de menor risco, mais rentáveis e competitivas”, disse.
A própria Dow já está operando com essa lógica. O tema do ESG já faz parte da agenda da Dow há cerca de 30 anos. A companhia trabalha com metas globais decenais para suas iniciativas de ESG – e agora está implementando a terceira geração de seu planejamento estratégico ESG. O mote da vez é “descarbonizar e crescer”. A meta é que a companhia se torne neutra em emissões de carbono até 2050. De 2015 a 2020, a redução da pegada de carbono foi de 15%, com um aumento de produção de 30%.
Quando busca parceiros de negócio para sua operação, o ESG também é um pré-requisito. “Para montar um portfólio de fornecedores diverso, são N empresas que a Dow busca. Mas não vai buscar uma empresa que não esteja com ESG na agenda”, explicou. “Fornecedores sem ESG deixaram de ser competitivos.”
"A agenda ESG é uma agenda da empresa. Todo mundo tem sua contribuição, e nós, da TI, também temos"
Fernando Birman - professor e consultor de TI
O IT Forum Series, em sintonia com as prioridades do mercado brasileiro de TI, traz em seu sexto episódio uma das tendências de destaque gestores de TI: a adoção de ações ESG. Nesse relatório, a área de estudos do IT Forum traz insights valiosos, frutos do estudo Antes da TI, a Estratégia, e reflete sobre o papel da TI junto à estratégia ESG de organizações. Baixe agora!
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