O IT Forum Series é um projeto editorial que convida líderes de TI das maiores empresas do País para discutir algumas das tecnologias e tendências de maior potencial transformador. Aliados aos dados do estudo Antes da TI, a Estratégia, pesquisa promovida anualmente com os CIOs e gerentes de TI, o Series busca contribuir com a evolução do mercado e do ecossistema de tecnologia da informação e telecomunicações brasileiros.
RAFAEL ROMER (PRODUÇÃO E TEXTO); DÉBORAH OLIVEIRA (MEDIAÇÃO); PEDRO HAGGE E GEORGES NABAHAN (PESQUISA)
CONVIDADOS: AUANA MATTAR, CIO DA TIM; CESAR AUGUSTO DOS SANTOS, CIO DA CLARO
EDIÇÃO: MARCELO VIEIRA (TEXTO) E RAFAEL ROMER (VÍDEO). CAPTAÇÃO E CORTE: VORAZ FILMES
Em novembro de 2021, o leilão do 5G deu a largada nos projetos de implementação das redes móveis de nova geração no Brasil. Mas apesar das transformações que a tecnologia promete trazer para empresas dos mais diversos setores da economia, ela ainda não figura como prioridade entre as lideranças do País.
É o que revelam dados da mais recente edição do estudo Antes da TI, a Estratégia, pesquisa promovida anualmente pela IT Mídia com líderes de tecnologia das maiores empresas do Brasil.
Dos CIOs respondentes, apenas 18% indicaram acreditar que o 5G terá ‘alto impacto’ em seus negócios. “Quando a gente pensa no mercado B2B, a aderência à tecnologia ainda é baixa. Hoje, o mercado 5G é a terceira categoria que menos recebe investimentos quando listamos todas as soluções disponíveis”, explicou Pedro Hagge, gerente de Estudos da IT Mídia.
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Segundo Hagge, há também desconhecimento da tecnologia por executivos do setor. “Quando perguntamos para os executivos quais são os temas com os quais eles não se sentem confiantes e ainda falta maturidade, quase 60% aponta o 5G”, completou.
Para repercutir estas descobertas, a IT Mídia promoveu um encontro entre líderes de duas grandes operadoras de telecomunicações do Brasil no primeiro episódio do IT Forum Series, projeto editorial da empresa que retorna em 2023 de cara nova. Ao longo desse ano, o Series vai convidar líderes de TI das maiores empresas do país para discutir algumas das tecnologias de maior potencial transformador da atualidade.
No primeiro encontro Auana Mattar, CIO da TIM, e Cesar Augusto dos Santos, CIO da Claro, debatem o tema do 5G ao lado de Pedro Hagge, gerente de Estudos, e Déborah Oliveira, diretora de Conteúdo, ambos da IT Mídia.
“Há uma curva de maturidade”, pontuou Auana Mattar, CIO da TIM, no início do debate. “Existe a chegada da cobertura, a disponibilização do serviço, e, ao mesmo tempo, a preparação e a discussão com as indústrias sobre os casos de uso que podemos implementar. Com o 5G, nós teremos um novo patamar para a indústria, não há dúvidas, mas isso precisa ser discutido em conjunto”.
Cesar, da Claro, ecoou o ponto, e defendeu que o momento no Brasil é de “pavimentação” do 5G. “Existe muito investimento para ser feito, ainda temos muitas questões regulatórias e obrigações”, disse. “Mas já começamos a trabalhar com projetos interessantes.”
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Dos projetos já encaminhados, o segmento B2B é o visto pelos líderes como aquele de maior potencial de receita – e de gerar novas aplicações tecnológicas inovadoras com o 5G. Os dados do Antes da TI, a Estratégia corroboram isso. “Neste primeiro momento, as grandes beneficiárias da tecnologia são as áreas de produção, indústrias, mas também a área comercial e de logística”, explicou Hagge, da IT Mídia. “Essa tecnologia vai abrir novos horizontes de rastreamento, monitoramento e trocas em tempo real.”
Do lado da TIM, já são 48 contratos de redes privadas de 5G, incluindo casos públicos como o da Fazenda San Martin, do setor agro, Stellantis, do setor automobilístico, e o Brasil Terminal Portuário (BTP), de logística. Já a Claro, lista a Nestlé e a Gerdau como seus principais cases públicos de 5G.
“Segmentos que já haviam avançado bastante em automação ou que tinham uma demanda muito grande em otimizar processo e colher dados em tempo real, já entenderam que é necessário”, avaliou a CIO da TIM. “A velocidade nesse mercado B2B está indo muito bem.”
“Nesse novo mundo, a gente sai de uma visão de provedor de conectividade para uma de provedor de soluções digitais. Isso tem muita relação com o ecossistema, porque você terá uma infraestrutura disponível e onde colocará muitas aplicações nesse parque."
CESAR AUGUSTO DOS SANTOS - CIO DA CLARO
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Há, no entanto, uma série de desafios que ainda precisarão ser enfrentados por operadoras e clientes para o avanço das redes móveis de nova geração. Um deles está na própria transformação dos negócios das empresas de telecomunicações e em sua relação com clientes.
“Nesse novo mundo, a gente sai de uma visão de provedor de conectividade para uma provedora de soluções digitais”, pontuou o CIO da Claro. “Isso tem muita relação com o ecossistema, porque você terá uma infraestrutura disponível e onde colocará muitas aplicações nesse parque. A vantagem que eu enxergo é de ser um grande ‘orquestrador’ – entregar uma infraestrutura e orquestrar essas diversas soluções. Até porque a receita de infraestrutura é muito pequena – estamos falando em 5%. A fatia está, de fato, na visão do end-to-end.”
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Outro deles é a questão da precificação, que será importante não só para habilitar os novos casos de uso do 5G, mas também para a democratização da tecnologia.
“O desafio de modelos de precificação, de entender os casos de uso, como estruturar e negociar. Vários dos casos de uso que a gente implantou em 2020 e 2021 foram casos onde a gente sentava na mesa com uma abordagem de projeto. Não era uma venda como a venda antiga, de conectividade pura. Na verdade, você deixa de ser um CSP e passa a ser um DSP. Você passa a fazer parte do negócio do seu cliente e a relação vai para um outro patamar”, afirmou a CIO da TIM.
IT Forum investiga, em detalhes e com base em dados do estudo 'Antes da TI, a Estratégia', os planos de investimento e potenciais usos do 5G pelas corporações, com foco especial nas redes privadas. Esse report foi conduzido pela área de Estudos da IT Mídia. Baixe agora!
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