Pursuit of Zero-D: a indústria não pode parar!

A transformação digital através da Indústria 4.0 em busca de uma realidade de tolerância zero com relação a defeitos e indisponibilidade de produção.

4:20 pm - 13 de outubro de 2021

No início deste mês, a queda temporária do “combo” Facebook, Whatsapp e Instagram causou um prejuízo gigantesco nas seis horas em que os aplicativos e programas ficaram “fora do ar” por um problema técnico.

E se algo parecido, que afetou as principais redes sociais do momento, tivesse ocorrido com o seu negócio?

Pois é neste contexto que se aplica o conceito do “Pursuit of Zero D” (Zero Defects & Zero Downtime), ou seja, a busca incessante pela eliminação de defeitos e do tempo de inatividade dos processos.

De acordo com estudo encomendado pela IBM e realizado no final de 2020 pela “The Manufacturer”, referência global de publicação do setor, 92% da indústria prioriza a eficiência operacional. Corporações não podem ser comprometidas por defeitos e/ou paradas em suas linhas de produção. É preciso otimizar o tempo de fabricação e não tolerar falhas durante o processo produtivo. Isso significa alcançar um nível de “defeito zero”, atingindo maior produtividade e lucro com o menor dano possível, tanto no caixa da empresa, quanto na relação com o consumidor final.

A pesquisa reforça ainda o “boom” digital provocado pela pandemia do coronavírus, onde 67% das decisões da indústria responderam que a adoção de novas tecnologias para a Indústria 4.0 foram aceleradas neste período.

A Indústria 4.0, com suas tecnologias revolucionárias, aliadas à otimização das operações e a automação de processos, é fator chave para a transformação digital. Valor agregado, eficiência, velocidade e redução de custo são benefícios imediatos.

Rodrigo G. Hashimoto, diretor de Marketing e Alianças da MAGNA SISTEMAS, integradora de sistemas e provedora de soluções, também entende que esta transformação nas indústrias já vem ocorrendo e foi acelerada na pandemia, proporcionando oportunidades para o emprego de tecnologias emergentes.

“Neste período, as indústrias estão enfatizando sua resiliência operacional, transformando muitos de seus processos de negócio para uma cultura digital. Aqueles que foram mais ágeis em otimizarem sua estrutura, para reduzir desperdícios e gargalos de produção, assim como mitigando riscos com medidas preventivas e aumentando a eficiência operacional, sentiram menos os efeitos da pandemia e alguns até conseguiram encontrar novas oportunidades de negócio.

A filosofia do Pursuit of Zero D é zero defeito, justamente porque a indústria não pode parar e a ideia é aperfeiçoar essa sistemática de trabalho, reduzindo ao máximo o intervalo para a identificação e resolução do defeito identificado, antes mesmo que haja tempo para que o fato impacte na produção, seja por falta de qualidade ou parada indesejada.

A Indústria 4.0 traz a promessa de transformar a manufatura e alcançar esta realidade de zero defeito e zero tempo de inatividade. Novas ferramentas de EAM (Enterprise Asset Management) combinadas com tecnologias de IA (Inteligência Artificial) estão revolucionando o setor.

Visão computacional para inspeção de qualidade

Rotinas para identificação de eventuais defeitos podem custar de 3 a 4% da receita de vendas em reclamações de garantia e semanas em atualizações de procedimentos de inspeção.

Segundo o estudo da “The Manufacturer”, 77% dos fabricantes já entendem que a “visão computacional” é uma prioridade. Com esta tecnologia é possível detectar e corrigir defeitos de fabricação, em tempo real, para evitar erros perigosos de construção.

A IBM, por exemplo, tem buscado se diferenciar neste segmento com modelos de IA avançados e fáceis de criar, que são altamente precisos, quando aplicados a pontos de inspeção e ativos de produção. Segundo suas análises, muitas empresas chegaram a melhorar as inspeções de qualidade em 30%. As inspeções manuais são demoradas e detectam apenas 18% dos problemas, sendo que o retrabalho e o desperdício de material podem somar 1,2% da receita anual.

Mesmo que nem todas as rotinas sejam totalmente substituídas por IA, a visão computacional agrega na automação do processo de inspeção. Indústrias que adotam esta combinação de recursos humanos e tecnologia já percebem o valor da visão computacional.

Experiências mostram que, em um mês, já é possível evidenciar esta transformação digital, identificando e evitando uma série de defeitos diários e montagens incorretas, bem como respondendo a novos processos ou requisitos de produção em horas, em vez de semanas ou meses.

O futuro do trabalho na indústria pode ser efetivamente agregado com visão computacional, para zerar defeitos e indisponibilidade de produção e, assim, evitar prejuízos como o de Mark Zuckerberg.