Zup quer EUA como maior mercado nos próximos 5 anos

Adquirida pelo Itaú em 2019, Zup acelerou seu processo de internacionalização para os Estados Unidos e busca competir no palco global

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1:35 pm - 05 de abril de 2023
Bruno Pierobon CEO Zup Bruno Pierobon, CEO e fundador da Zup (Imagem: Divulgação)

A empresa de tecnologia Zup está pronta para acelerar sua operação dos Estados Unidos. A companhia – fundada em Uberlândia há 11 anos – desembarcou no mercado norte-americano ainda em 2022, como parte de um projeto de internacionalização que visa tornar suas ofertas competitivas em um nível global.

Ainda no ano passado, estruturou operações focadas em Boston, em Massachusetts, e Austin, no Texas, visando criar uma presença ampla no país. Desde março, passou a contar também com o reforço de Michel D’Abranches, veterano no segmento de tecnologia que assumiu a posição de country manager da Zup nos Estados Unidos.

O plano é ambicioso: em até cinco anos, a companhia quer que a maior parte de suas receitas venham dos Estados Unidos. No ano passado, o faturamento da Zup foi de R$ 1,1 bilhão no Brasil. Para 2023, a expectativa é de um resultado semelhante, mas US$ 25 milhões do total já devem vir do mercado ianque.

“Um dos pontos de estarmos indo para o mercado norte-americano é porque nossos produtos ficaram limitados, ao longo do tempo, por não estarem no mercado global”, explicou Bruno Pierobon, CEO e fundador da Zup, em conversa com o IT Forum. “A gente dominava o mercado brasileiro, mas tinham players dominando globalmente. Então vamos estar nesse mesmo nível para continuar liderando.”

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Um dos trunfos da companhia para ganhar espaço nos Estados Unidos é utilizar sua expertise desenvolvida junto ao Itaú, um dos maiores bancos privados do Brasil. A Zup foi adquirida pelo Itaú em 2019 e, ao longo dos últimos três anos, desenvolveu um trabalho de transformação intenso dentro do banco – incluindo a modernização de aplicações e a migração de mais de 70% de aplicativos rodados em data centers para a nuvem.

“Essa experiência não existe no mercado norte-americano. Tirando as big techs, o mercado enterprise de lá não está tão avançado quanto o do Brasil, principalmente no segmento bancário”, anotou Pierobon. “A gente leva esse case e o pessoal fica bastante interessado.”

A Zup trabalha hoje com duas unidades de negócio. Com seu braço de consultoria, promove projetos de transformação digital e ajuda clientes com uma cultura de inovação e digitalização. A companhia atua também com produtos digitais, como o StackSpot, plataforma de desenvolvimento para empresas (EDP) para acelerar a criação de aplicações.

Além do segmento financeiro, a Zup enxerga o setor da saúde como um potencial mercado amplo nos Estados Unidos para crescer seus negócios. Startups de alto crescimento e em processo de aceleração de produtos também são um alvo em potencial. “Levando o StackSpot pronto para a necessidade do cliente, facilita que ele escale sem a necessidade de parar para se estruturar”, afirmou o CEO da Zup.

Estruturando a operação

Hoje, a Zup conta com mais de 3 mil funcionários trabalhando em 400 cidades do Brasil e em dez países. Em sua carteira de clientes estão nomes como Natura, Vivo, Algar e Serasa.

Seu processo de expansão para os Estados Unidos tem exigido algumas adaptações. Uma delas é a profissionalização dos times de engenharia, desenvolvimento e vendas no inglês, para melhor suporte dos clientes internacionais adquiridos.

Novos processos e uma cultura renovada de vendas também estão sendo desenvolvidos para melhorar a estratégia de go-to-market. “A venda nos Estados Unidos é diferente. As pessoas são mais diretas, as reuniões são mais rápidas e objetivas”, explicou  Pierobon. “Tem uma questão cultural que muda.”

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No Brasil, a empresa também enxerga novas oportunidades de crescimento e reforçou sua força de vendas para expandir negócios.

“O momento do mercado é de otimização. As empresas aumentaram muito o nível dos investimentos em tecnologia nos últimos anos, mas não conseguiram ver o nível de resultado na mesma proporção”, disse Bruno. “A gente entra para ajudar. A gente deixa a tecnologia mais leve, mais simples, mais performática, então acreditamos que nossos produtos ajudam muito nesse momento.”

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