Mesmo com queda global de VC, Brasil se mantém atrativo para investidores

Segundo análise da KPMG, país tem forte potencial de crescimento, tendo as fintechs como as startups mais atraentes

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9:10 am - 22 de janeiro de 2024
investidores Imagem: Shutterstock

O Brasil continua entre os mercados mais atrativos para investidores, mesmo em um momento onde o Venture Capital segue em queda, destacou o estudo Venture Pulse da KPMG, com dados do terceiro trimestre de 2023.

De acordo com o levantamento, o volume global de transações caiu para um nível não visto desde o quarto trimestre de 2018. O investimento global em Venture Capital caiu de US$81,4 bilhões em 9.563 transações no segundo trimestre de 2023 para US$77,05 bilhões em 7.434 transações no terceiro trimestre desse ano, uma queda de 5,35% em valor e de 23% em número de transações.

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Na avaliação da KPMG, a razão para essa queda se dá devido ao aumento da cautela dos investidores na hora da escolha de aplicação dos seus investimentos em uma empresa. “Os processos de seleção de startups e tomada de decisão têm sido mais extensos, em função da maior seletividade dos investidores e de análises mais profundas em busca da lucratividade nos modelos de negócio”, diz Rodrigo Guedes, sócio-líder de Equity Capital Markets Advisory da KPMG no Brasil.

Embora o Brasil também tenha registrado um trimestre com menos transações em relação ao trimestre anterior, de 123 para 71 transações, o país apresentou um volume de negócios 7,0% superior com US$466,4 milhões e continua entre os principais mercados emergentes de Venture Capital atraentes aos investidores.

O Brasil ainda teve o destaque de uma transação de U$100 milhões em uma proptech, ao lado dos Emirados Árabes Unidos com uma de U$400 milhões e Japão, que teve duas grandes transações de U$170 milhões e U$101 milhões. “Os investidores continuaram a mostrar interesse no mercado de rápido amadurecimento. O aumento da diversidade de segmentos que atraem grandes investidores evidencia a evolução do mercado brasileiro. Nesse sentido, o Brasil tem um forte potencial de crescimento, tendo as fintechs como as startups mais atraentes para investimentos no país”, afirma Daniel Malandrin, Sócio-líder de Venture Capital & Innovation da KPMG no Brasil.

Já a Europa é o continente que expressou reação frente à queda global, saindo de US$16,4 bilhões do segundo trimestre para $17,3 no terceiro trimestre, mas o seu volume de transações caiu de 2.454 para 1.671. As Américas tiveram queda para US$38,6 bilhões — o nível mais baixo desde o quarto trimestre de 2019 e a região da Ásia-Pacífico também caiu, para US$ 20,3 bilhões, o nível mais baixo desde o primeiro trimestre de 2017.

No entanto, a KPMG destaca pontos positivos para o período analisado. O investimento global de venture capital corporativo cresceu um pouco, passando de US$39,1 bilhões no segundo trimestre de 2023 para US$40,4 bilhões no terceiro trimestre de 2023 e o valor da saída aumentou de US$53,3 bilhões no segundo trimestre de 2022 para $82,8 bilhões no terceiro trimestre de 2023.

Os setores de tecnologia limpa (cleantech), Inteligência Artificial (IA) e energia continuam atraindo os investidores. As empresas de cleantech responderam por mais da metade das maiores transações de Venture Capital no terceiro trimestre de 2023. No Brasil, os investidores também continuaram a mostrar interesse no setor das energias limpas, principalmente nas soluções relacionadas à energia solar, seja na produção, comercialização ou financiamento.

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Redação

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