Trabalho híbrido é critério para brasileiros aceitarem emprego, diz LinkedIn
Levantamento da rede social também alerta para uma insatisfação dos funcionários: 60% pensam em mudar de emprego
Profissionais brasileiros continuam priorizando — e valorizando — oportunidades de trabalho que permitam o trabalho híbrido ou remoto. Uma nova pesquisa do LinkedIn identificou que mais da metade dos brasileiros (56%), diante de uma nova oferta de emprego ou mesmo uma promoção que exigisse estar no escritório em tempo integral, eles a rejeitariam em favor de uma política de trabalho híbrido.
No setor de tecnologia essa demanda parece ser ainda maior entre os profissionais. Reflexo disso é a disponibilidade de vagas remotas no País no segmento. Cargos como analista de desenvolvimento de sistemas têm 100% de vagas remotas anunciadas na rede, seguido por engenheiro(a) de qualidade de software (81%), desenvolvedor(a) de back-end (68%), especialista em cibersegurança (67%), líder de gerentes de produto (64%), engenheiro(a) de confiabilidade de sites (62%) e redator(a) com foco em experiência do usuário (61%).
“Os profissionais estão cada vez mais confiantes sobre suas habilidades e sobre a forma como podem contribuir para a empresa e equipe. Assim, temos notado a valorização de aspectos tão ou mais importantes que o salário, como a flexibilidade e o bem-estar no ambiente de trabalho”, avalia Milton Beck, Diretor Geral do LinkedIn para a América Latina. “Estamos vivendo um cenário inédito em que 6 em cada 10 brasileiros planejam uma movimentação na carreira, um aumento de 11 pontos percentuais em relação ao ano passado. Trata-se de um momento em que líderes de todo o Brasil não podem recuar em relação ao trabalho flexível, tampouco cortar investimentos no desenvolvimento profissional, caso queiram reter seus talentos.”
Essa procura por maior flexibilidade nos modelos do trabalho também coincide com outra descoberta do LinkedIn: 60% dos profissionais estão pensando em mudar de emprego ainda este ano, sendo que 20% deles já iniciaram uma busca ativa por novas posições.
Apesar de uma desaceleração em alguns setores, como é o caso do setor de TI, a confiança dos profissionais se mostra alta. Segundo a pesquisa, cerca de 77% dos entrevistados se sentem confiantes em encontrar outra posição se deixassem o emprego atual. O recorte é ainda maior entre profissionais com idades entre 25 e 34 anos (82%), que disseram que se sentiriam confiantes em conseguir uma nova função, enquanto 67% das pessoas com mais de 55 anos disseram o mesmo.
Entre os motivadores para a mudança de emprego estão a busca por melhor equilíbrio entre trabalho e vida pessoal (39%). A demanda por salários mais altos é, entretanto, o maior motivador para esta movimentação, um desejo de 40% dos entrevistados. Este contexto pode trazer um debate complexo e desafiador, já que 68% dos líderes do Brasil não estão oferecendo aumento salarial neste momento.