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Tecnologia e inovação: instrumentos dos autistas pela igualdade

Por Marcelo Gimenes Vieira

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Milena Yamamoto recebeu o diagnóstico de autismo já adulta. Tinha 28 anos, era bacharel em informática biomédica pela Universidade de São Paulo (USP) e iniciara há pouco uma carreira no mundo da tecnologia. Mais do que uma consciência nova sobre si mesma, a revelação ajudou a jogar luz sobre uma dificuldade comum às pessoas dentro do espectro autista: a falta de oportunidades de trabalho e crescimento nas empresas.

Essa consciência veio pouco tempo depois do diagnóstico, quando Milena ficou desempregada e notou a pouca disponibilidade de produtos e serviços voltados para o público no espectro. “Comecei a procurar alguns serviços. A maioria era pensada para o autismo infantil, e pouquíssimos para o adulto. Tanto que falamos muito que autistas que crescem tem pouquíssima visibilidade”, lembra.

Quando ouviu falar da edição de 2020 do Autismo Tech, competição voltada para a criação de soluções tecnológicas por e para pessoas dentro do espectro, Milena decidiu inscrever um grupo formado inteiramente por autistas – as regras do evento exigem pelo menos um. “Eu comecei a contatar algumas pessoas, a maioria eu não conhecia. Muitas não sabiam o que é um hackaton”, conta. “No fim teve mais gente interessada do que o limite permitido [por grupo]”.

Leia mais: Autismo Tech 2021 terá trilhas para capacitação de autistas

Nascia ali a Inclusão Humanizada, que acabou a competição em terceiro lugar. Apesar de ainda não legalmente formalizada, a startup tem um objetivo claro: capacitar e conscientizar empresas sobre o autismo e a neurodiversidade. Para Milena, o déficit de habilidades técnicas não é maior do que a dificuldade que as empresas têm de receber autistas.

“A sociedade desconhece o autismo, e buscamos conscientizar [as empresas] e permitir entrevistas mais adaptadas. [Fazemos] consultoria quanto à adaptação no ambiente de trabalho”, explica a fundadora da startup. “O autista tem muita sensibilidade a questões sensoriais, como cheiros, luz, aspectos táteis. Adaptar o ambiente é primordial.”

equipe da inclusão humanizada

Equipe da Inclusão Humanizada. Milena Yamamoto é a segunda, da esquerda para a direita. (Foto: Divulgação)

Não é trabalho simples, já que as sensibilidades dos autistas variam muito. É um espectro amplo, com muitas nuances, o que significa ser impossível promover uma adaptação baseada em estereótipos. É preciso ouvir o autista para criar um ambiente de trabalho seguro e colaborativo. É o que a Inclusão Humanizada tenta fazer por meio de lives e participação em eventos virtuais – ao menos durante a pandemia.

A ideia deu certo. Este ano, a Inclusão Humanizada faz parte da organização do Autismo Tech. A startup vai fazer um workshop sobre sensibilização para os patrocinadores do evento, além de auxiliar em outras atividades. O objetivo é “deixar o evento todo um pouco mais inclusivo”, diz Milena, que se sente realizada em mudar de papel e estimular a participação de pessoas neurodiversas no ambiente de inovação.

“Os serviços providos atualmente têm um olhar muito clínico. E a organização é feita por profissionais de saúde e parentes. Não é de todo ruim, mas é muito importante o protagonismo”, reitera.

Tamanho do desafio

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de pessoas dentro do espectro autista em uma população costuma ser, em média, de 1%. No Brasil são cerca de 2 milhões de pessoas, e no mundo entre 70 e 75 milhões. A maioria absoluta, cerca de 85%, estão fora do mercado de trabalho.

O Autismo Tech nasceu como uma tentativa de reduzir esse problema estimulando, primeiro, a qualificação e o empreendedorismo tecnológico entre autistas e neurodiversos. E, segundo, aumentando a inclusão no mercado de trabalho e melhorando a vida dos indivíduos dessa comunidade.

O evento foi iniciado pela FIAP, que desde 2015 organiza maratonas de desenvolvimento de soluções. Com o tempo essas competições se tornaram ferramenta de transformação social, e foram organizados para estimular soluções para pessoas com síndrome de Down e jovens de alta vulnerabilidade.

“Nos últimos três anos e meio nos concentramos na comunidade neurodiversa”, conta Guilherme Estevão, head de parcerias e ecossistema na instituição de ensino. “Nasceu como um hackaton dentro do hospital psiquiátrico Philippe Pinel, em Pirituba (SP). Ali percebemos que deveríamos nos concentrar no autista na vida adulta e na inclusão dessa comunidade no mercado de trabalho.”

A segunda edição do Autismo Tech foi organizada em parceria com uma startup premiada no ano anterior, a aTip. Feita de forma totalmente online devido à pandemia, teve 600 inscritos e 96 participantes no hackaton, divididos em 16 times e espalhados em 14 estados. Quase metade (44%) eram neurodiversos. O objetivo em 2021 é superar esses números.

“Minha expectativa é atingir mil inscritos, metade dentro do guarda-chuva da neurodiversidade. E gerar mais empregos diretos com as trilhas e o próprio hackaton”, diz Estevão. Um conjunto de conteúdos educacionais sobre carreira em tecnologia foi desenvolvido para pessoas neurodiversas e farão parte da programação.

São três temas: QA (testes de softwares), games e desenvolvimento em Salesforce. Serão 120 horas de treinamento no total, com conteúdo baseado em bootcamps – programas de ensino imersivo, com destaque em habilidades e técnicas mais relevantes de determinadas áreas. As inscrições gratuitas para as trilhas já estão abertas e podem ser feitas no site do evento até 20 de junho – para o hackaton vão de 5 de julho a 29 de agosto.

“Na primeira edição, tivemos um projeto que se tornou uma startup, a aTip, e que continua como organizador. Dos 15 projetos entregues na segunda edição, cinco permanecem seguindo adiante”, comemora Estevão. “Conseguimos crescer o índice de projetos reais. E eles começam a tracionar nesse segmento de diversidade e inclusão, inclusive passando por rodadas de investimentos.”

Apesar dos bons resultados, o head de parcerias diz que ainda é um desafio viabilizar financeiramente o projeto. Mesmo entre os muitos movimentos de inclusão social que ganharam notoriedade nos últimos anos, a neurodiversidade não recebe muito destaque. O desafio então é mostrar perspectivas de inclusão possíveis conhecendo melhor o espectro autista e suas potencialidades, sensibilizando lideranças das organizações.

“As empresas estão abertas, muitas têm grupos de afinidade internos que endereçam o tema. Mas o processo inclusivo em si é muito incipiente. Elas têm pouco conhecimento de características e da adequação dos ambientes de trabalho, das rotinas de comunicação e dos códigos sociais”, explica Estevão. “Esse arcabouço de conhecimento que estamos gerando está aumentando o conhecimento das empresas. Isso se refletiu em contratações efetivas.”

Casos de sucesso

Nascida como Infinity Evo, a aTip surgiu no primeiro Autismo Tech a partir da união de dois participantes de grupos e projetos diferentes. Passado o evento, o desenvolvedor Caio Bogos e a designer Joyce Rocha (que é autista) decidiram criar uma ferramenta capaz de encaminhar pessoas neurodiversas para o mercado de trabalho.

“Somos não só uma plataforma de conexão. Tentamos entender as características e necessidades desses neurodiversos e das empresas para fazer um casamento perfeito. Nós nos propomos também acompanhar o desenvolvimento da carreira do profissional”, explica Elise Lisboa, psicóloga clínica e cofundadora da empresa junto com Caio, Joyce e Leonardo Lima.

elise

A psicóloga Elise Lisboa, cofundadora da aTip

Esse desenvolvimento, explica ela, inclui capacitações pensadas de acordo com as características de cada neurodiverso. Isso considera não só aspectos clínicos, mas também pessoais e sociais de cada indivíduo.

A plataforma da aTip ainda está em desenvolvimento, mas o Autismo Tech é “nosso MVP, que faz a validação das necessidades, demandas e ideias”, explica Elise. “Se torna o banco de talentos que vamos capacitar e delinear perfils. Temos uma série de empresas parcerias interessadas em absorver esses talentos. A ideia é que ao final do próximo evento tenhamos um número bacana de pessoas neurodiversas.”

O volume de empresas que aderem ao propósito do Autismo Tech é alto, segundo a psicóloga. Elas apoiam tanto financeiramente como na realização do evento. Algumas empresas são parcerias nas trilhas de capacitação e outras de divulgação.

A expectativa é que a terceira edição do Autismo Tech permita atender as necessidades do mercado de trabalho através das três trilhas de conhecimento. Serão 11 semanas de atividades – pensadas para ocorrer no ritmo e de acordo com as necessidades de cada um dos neurodiversos interessados.

“Nossa ideia é mudar uma cultura que discrimina a diferença. É uma forma de poder desconstruir a visão estigmatizada da pessoa neurodiversa, que no fim das contas acaba, quando empregada, em subempregos”, pondera a psicóloga. “Se fizermos uma análise da evolução das nossas sociedades vamos ver que muitos dos nossos conhecimentos vieram de pessoas que pensavam diferente. A importância desse evento é descontruir a estigmatização da pessoa neurodiversa na nossa sociedade.”

União (virtual) faz a força

A Austic também nasceu no Autismo Tech. Foi a vencedora na edição de 2020 do hackaton com o projeto de um fone de condução óssea sem fio com inteligência artificial. Por meio de interferência auditiva, o equipamento neutraliza sons que causam hipersensibilidade em alguns autistas. Como cada indivíduo se incomoda com um tipo específico de ruído, cabe ao software identificá-los e neutralizá-los. O próprio usuário pode acusar em um aplicativo para celular quais são esses sons.

O curioso é que nenhum dos fundadores da empresa mora na mesma cidade. Ou no mesmo estado. Eles sequer se viram pessoalmente, já que a empresa nasceu durante a pandemia. Se conheceram durante o hackaton e graças a amigos em comum.

“Eu sou de Vitória (ES), o Henrique [Souza], que é UX, é de Manaus (AM). A Thainá [Ferreira] é do Rio [de Janeiro]. O João [Gomes] do Rio Grande do Norte. Nos inscrevemos no mesmo evento e formamos uma equipe, que tinha mais dois integrantes durante o evento. Mas para dar continuidade enquanto startup somos nós quatro”, conta Júlia Demuner, estudante de medicina e cofundadora da Austic.

Austic Final 1

Protótipo do fone de condução óssea concebido pela Austic (Foto: Divulgação)

O objetivo dos amigos no hackaton era melhorar a qualidade de vida e dar independência aos que estão dentro do espectro autista. Considerando a questão da hipersensibilidade – que afetava um dos membros do grupo –, eles perceberam que era um problema que incapacita e causa crises frequentes em pessoas autistas, mas que também não contava com soluções realmente efetivas. Tampões auditivos comuns são pouco eficientes e atrapalham a comunicação, prejudicando a autonomia.

Nenhum dos quatro fundadores tinha experiência prévia com o mundo da inovação ou com empreendedorismo. São todos estudantes de diferentes áreas tentando tornar o protótipo de solução em um produto viável. O primeiro passo foi dado recentemente, com a entrada do registro de patente do Austic.

“Agora estamos buscando investidores. Estamos precisando de recursos financeiros ou parcerias para auxiliar na montagem do protótipo”, explica a cofundadora. “Continuamos participando de maratonas e eventos de incubação. Estamos no momento de crescer a empresa.”

Para Júlia, o grande mérito de hackatons como o Autismo Tech é a criação de uma rede de contatos e apoio em torno de uma causa comum: melhorar a qualidade de vida e dar mais oportunidades para pessoas dentro do espectro autista. “Estamos sempre em contato com os organizadores. Não fomos abandonados. O Guilherme [Estevão, da FIAP] virou quase um padrinho nosso, nos indica profissionais”, diz. “O networking é muito forte.”

 

 

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