Startup20: próximo encontro será no Brasil

Cerimônia de passagem de bastão para o Brasil consolida responsabilidade em conduzir as etapas seguintes

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11:48 am - 14 de julho de 2023
Startup20

Durante os últimos dias, tive o privilégio de participar do Summit Startup20 Shikhar, realizado sob a presidência da Índia no G20, em Gurugram, Haryana, com o objetivo de atuar como a voz do ecossistema global de startups.

Formado por representantes de diferentes países, como Alemanha, Brasil, Canadá, China, Estados Unidos, França e Reino Unido, o Startup20 é o primeiro grupo oficial de engajamento que reconhece o protagonismo das startups como impulsionadoras da inovação em diversas nações.

Como um dos membros da delegação brasileira, me reuni com 600 participantes das dezesseis nações pertencentes ao G20, além das seis nações convidadas, incluindo delegados internacionais. Juntos, discutimos diretrizes que posteriormente serão enviadas para que a cúpula governamental possa votar e definir metas em comum para todos os países participantes.

Desta forma, o ecossistema global de startups ajudará a fomentar o desenvolvimento econômico e social nas nações. Ainda que elas tenham objetivos compartilhados, cada país tem liberdade de buscar as soluções para atingir essas metas com menor atrito e mais eficiência, de acordo com as particularidades regionais, pois é um encontro de nações com características muito distintas.

É interessante observar que o trabalho realizado no G20 não tem efeito apenas na reunião de cúpula, uma vez que todos ali se comprometem a buscar os meios de fazer com que os objetivos definidos sejam cumpridos. Então, as delegações já saem com uma série de atividades que podem ser implementadas e que terão um impacto positivo no desenvolvimento do ecossistema.

Depois de muita conversa, ficou claro que temos dores em comum. Todos, em algum momento, enfrentamos problemas similares, com demandas que vão desde pensar em estratégias para garantir que a tecnologia seja um vetor de inclusão social ao invés de exclusão, até tópicos relativos à sustentabilidade e governança, que foram justamente os temas mais amplamente discutidos.

Ter um grupo dentro do G20 debatendo inovação e tecnologia representa muito para o setor e é uma honra estar diante da responsabilidade de tratar dos interesses brasileiros. Afinal, o setor de inovação é a chave para trazer soluções que sejam escaláveis com baixo custo para países com grande potencial de desenvolvimento, como o Brasil.

Por isso, poder compartilhar o case da Nomad no evento contribuiu para enriquecer os debates. Tive a oportunidade de falar sobre o pioneirismo no mercado de pagamentos e contas internacionais para brasileiros e seu impacto no mercado. Isso permitiu uma conexão com diversos outros empreendedores que passam por percalços que a Nomad talvez já tenha superado e vice-versa. Esses grupos de discussão continuam ativos até as próximas reuniões e o propósito é sempre fomentar troca de informações, conceitos e sugestões para, de fato, cumprir com as metas propostas.

O lançamento da missão do Startup20, encorajando os líderes do G20 a aumentar o investimento conjunto no ecossistema global de startups para US$1 trilhão até 2030, destacou a visão do summit para o futuro.

Startup20: próximos passos

O desafio agora é materializar essas diretrizes em ações. Hoje, falamos de empreendedorismo inovador no Brasil de uma maneira muito segmentada, mas é importante reforçar a perspectiva de que o empreendedorismo pertence a todos, ele não é limitado a estruturas que captam recursos por Venture Capital. O desejo é de engajar o País, aumentar a conscientização da população e criar convergência entre os setores público e privado. Com isso, vamos gerar oportunidades de investimentos por meio da criação de boas práticas e criar estruturas seguras para que o capital consiga fluir.

A cerimônia de passagem de bastão para o Brasil durante o evento consolidou a nossa responsabilidade em conduzir as etapas seguintes, já que as próximas reuniões da cúpula do G20 acontecerão por aqui sob a gestão da Abstartups. Por fim, o Brasil está retomando seu lugar de destaque entre outras potências globais para provar que temos tecnologia, recursos materiais e intelectuais para evoluir.

*Lucas Vargas é CEO da Nomad

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